Farmacêuticos do Cerrado

Farmacêuticos do Cerrado Divulgação de informações relevantes a classe farmacêutica e primeiro aviso dos acontecimentos do grupo FARMACÊUTICOS DO CERRADO no Facebook

Página para compartilhamento de informações farmacêuticas relevantes e focada em encaminhar de forma prática e fácil, informações e destaques importantes aos Farmacêuticos.

DICAS DE FARMACÊUTICOCOMO ESCOLHER OS MELHORES HORÁRIOS PARA ADMINISTRAR MEDICAMENTOSA definição adequada dos horários d...
21/11/2025

DICAS DE FARMACÊUTICO
COMO ESCOLHER OS MELHORES HORÁRIOS PARA ADMINISTRAR MEDICAMENTOS

A definição adequada dos horários de administração é um elemento central na segurança do paciente e na efetividade terapêutica. Intervalos irregulares ou incompatíveis com a rotina do usuário podem comprometer adesão, provocar flutuações indesejadas das concentrações plasmáticas e reduzir o sucesso do tratamento.

Para facilitar o planejamento terapêutico, recomenda-se orientar o paciente com base em intervalos regulares ao longo do dia, respeitando sua rotina de sono e atividades diárias.

Exemplos práticos:
Medicamentos de 12 em 12 horas
Podem ser administrados em horários fixos que mantenham o espaçamento adequado:
• 7h e 19h
• 8h e 20h
• 9h e 21h

Medicamentos de 8 em 8 horas
Deve-se distribuir as doses ao longo do dia, idealmente sem necessidade de interrupção do sono:
• 6h, 14h e 22h
• 7h, 15h e 23h

Medicamentos de 6 em 6 horas
O intervalo exige quatro tomadas diárias, podendo incluir dose noturna:
• 6h, 12h, 18h e 24h

Quando possível, avalie alternativas terapêuticas de posologia mais conveniente, especialmente em populações vulneráveis.

Medicamentos de 4 em 4 horas
Regimes mais frequentes inevitavelmente exigem despertador ou interrupção do sono:
• 6h, 10h, 14h, 18h, 22h e 2h

Esses esquemas requerem atenção ampliada à adesão e à possibilidade de substituição por formulações de liberação modificada, sempre que clinicamente apropriado.

Por que isso importa?
• Mantém concentrações plasmáticas estáveis
• Reduz risco de falha terapêutica e resistência microbiana
• Minimiza eventos adversos
• Promove maior adesão e autonomia do paciente

Organizar a posologia de forma clara, estratégica e individualizada é uma intervenção simples, mas capaz de transformar resultados clínicos.

Vinícius Lôbo – Farmacêutico Clínico

O QUE FAZER EM CASO DE SUSPEITA DE INTOXICAÇÃO POR METANOL?Procure Atendimento Médico de Emergência imediatamente!!O met...
18/11/2025

O QUE FAZER EM CASO DE SUSPEITA DE INTOXICAÇÃO POR METANOL?

Procure Atendimento Médico de Emergência imediatamente!!

O metanol é extremamente tóxico, e seus metabólitos (principalmente o ácido fórmico) podem causar danos graves ao sistema nervoso central, cegueira e até a morte. O tratamento eficaz é complexo e deve ser iniciado o mais rápido possível por profissionais de saúde em ambiente hospitalar.
Passos Imediatos de Emergência
1. Procure Atendimento Médico de Urgência:
- Vá imediatamente a um hospital ou pronto-socorro.
- Se for uma emergência grave, ligue para o SAMU (192) ou Corpo de Bombeiros (193). O tempo é crucial.

2. Informe os Profissionais de Saúde:
- Relate que houve consumo de bebida alcoólica e a suspeita de adulteração (metanol).
- Se possível, leve a embalagem da bebida para o hospital, ou forneça o máximo de detalhes sobre o tipo de bebida e sua origem.
- Informe também outras pessoas que consumiram o mesmo produto para que procurem ajuda médica, mesmo que ainda não apresentem sintomas.

3. Medidas de Suporte:
- Mantenha a calma.
- Se a pessoa estiver em risco de perder a consciência ou inconsciente, coloque-a em posição lateral de segurança para evitar aspiração de vômito.
- Não tente automedicação ou receitas caseiras. - - Não existe tratamento caseiro para a intoxicação por metanol.
- Não induza o vômito, pois isso pode agravar o quadro clínico.
- Evite ingerir qualquer outro alimento ou bebida na tentativa de neutralizar o metanol.
-
Sinais de Alerta para Intoxicação por Metanol
Os sintomas podem ser confundidos inicialmente com uma ressaca ou embriaguez comum, mas persistem e pioram, podendo demorar de 12 a 24 horas para aparecer. Fique atento a:

• Sintomas compatíveis de embriaguez que se prolongam.
• Manifestações Visuais: Visão turva, borrada, diminuição da acuidade visual ou pontos cegos (escotomas).
• Sintomas Gastrointestinais: Desconforto no estômago, náuseas, vômitos e dor abdominal forte.
• Sintomas Neurológicos: Sonolência excessiva, tontura e confusão mental.

Fique Alerta!

Vinícius Lôbo

Dicas para o Uso Racional de Medicamentos1. Só use medicamentos quando há indicação clínica válida• Evite automedicação,...
17/11/2025

Dicas para o Uso Racional de Medicamentos

1. Só use medicamentos quando há indicação clínica válida
• Evite automedicação, principalmente com antibióticos, corticoides, benzodiazepínicos e analgésicos potentes.
• Sempre basear a prescrição em diagnóstico claro, hipótese diagnóstica válida ou protocolo clínico.

2. Siga a dose, horários e duração prescritos
• Não interrompa o tratamento antes do tempo (ex.: antibióticos).
• Não aumente a dose por conta própria caso "não faça efeito" nas primeiras horas.

3. Evite duplicidade terapêutica
• Ex.: tomar dois anti-inflamatórios ou dois anti-histamínicos ao mesmo tempo aumenta riscos sem aumentar eficácia.
• Verifique sempre os princípios ativos, não apenas a marca.

4. Atenção às interações medicamentosas
• Anti-inflamatórios + anticoagulantes → risco de sangramento.
• ISRS + triptanos → risco de síndrome serotoninérgica.
• Estatinas + certos antibióticos → risco de rabdomiólise.

5. Tenha cuidado com "medicamentos naturais"
• Fitoterápicos também interagem:
o Erva de São João reduz eficácia de anticoncepcionais e antirretrovirais.
o Ginkgo aumenta risco de sangramento com AAS.

6. Evite o uso crônico de anti-inflamatórios
• Podem causar lesão renal, aumento da pressão arterial, gastrite e risco cardiovascular.
• Para dor crônica, considere alternativas como fisioterapia, exercício e analgesia multimodal.

7. Sempre pergunte: este medicamento ainda é necessário?
• Muitos pacientes permanecem anos usando medicamentos que já não são mais indicados.
• Revisão periódica da farmacoterapia evita polifarmácia.

8. Armazene medicamentos corretamente
• Longe de calor, umidade e luz.
• Não misture comprimidos em potes sem identificação.
• Mantenha fora do alcance de crianças.

9. Nunca compartilhe medicamentos
• Cada pessoa tem dose, interação e risco próprios.
• Antibióticos nunca devem ser compartilhados.

10. Atenção redobrada com populações vulneráveis
• Idosos: maior risco de quedas, confusão mental e acúmulo.
• Gestantes: risco de teratogenicidade.
• Pessoas com HIV/PrEP/PEP: interações relevantes com antirretrovirais.
• Insuficiência renal/hepática: ajuste obrigatório de dose.

11. Leia a bula, mas com senso crítico
• Não serve para diagnosticar efeitos adversos por conta própria.
• Serve como referência de dose, alimentação, interações e advertências.

12. Descarte medicamentos corretamente
• Utilize pontos de coleta (farmácias credenciadas).
• Não jogue no lixo comum ou no esgoto.

Vinícius Lôbo – Farmacêutico Clínico

Chegou a Hora de VotarVota Farmacêutico!As eleições para os Conselhos Regionais de Farmácia em todo Brasil (CRFs) Eleiçõ...
12/11/2025

Chegou a Hora de Votar

Vota Farmacêutico!

As eleições para os Conselhos Regionais de Farmácia em todo Brasil (CRFs)

Eleições ocorrem online entre meio dia de 12/11/2025 e meio dia de 13/11/2025.

Acesso o site: https://votafarmaceutico.org.br/

OPORTUNIDADEENTORNO DO DFVaga para farmacêutico
29/10/2025

OPORTUNIDADE
ENTORNO DO DF

Vaga para farmacêutico

Parabéns a todos os farmacêuticos(as)
25/09/2025

Parabéns a todos os farmacêuticos(as)

Feliz Dia Dos Pais
10/08/2025

Feliz Dia Dos Pais

HIERARQUIA DAS NORMAS NA PROFISSÃO FARMACÊUTICA: O QUE TEM MAIS FORÇA?No exercício da profissão farmacêutica, diversos a...
18/06/2025

HIERARQUIA DAS NORMAS NA PROFISSÃO FARMACÊUTICA:
O QUE TEM MAIS FORÇA?

No exercício da profissão farmacêutica, diversos atos normativos orientam e regulam a prática. Entender a hierarquia dessas normas é essencial para garantir conformidade legal e ética.

Em ordem decrescente de força normativa, destacam-se:
1. LEI (FEDERAL)
Tem o maior peso jurídico. Criada pelo Poder Legislativo (Congresso Nacional) e sancionada pelo Presidente da República, a lei define direitos, deveres e restrições. Exemplo: Lei nº 5.991/73, que trata do controle sanitário do comércio de medicamentos. Sua aplicação é obrigatória em todo o território nacional e sua violação pode gerar penalidades administrativas, civis e criminais.

2. DECRETO
Norma complementar à lei, editada pelo Poder Executivo para regulamentá-la. Não pode contrariar a lei. Exemplo: o Decreto nº 74.170/74 regulamenta a Lei nº 5.991/73.

3. PORTARIA
Emitida por Ministros de Estado, como o Ministro da Saúde ou o Diretor da Anvisa. Regulamenta procedimentos técnicos e operacionais. Exemplo: Portaria GM/MS nº 344/98, que trata do controle de substâncias psicotrópicas.

4. RDC (RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA - ANVISA)
Norma técnica com força legal, emitida pela Anvisa, com foco em vigilância sanitária. Vincula estabelecimentos, profissionais e produtos sujeitos à regulação sanitária. Exemplo: RDC nº 44/2009, sobre boas práticas em farmácias.

5. RESOLUÇÃO DO CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA (CFF)
Define normas éticas e técnicas para o exercício profissional farmacêutico. Tem validade nacional e é obrigatória para os inscritos no conselho. Exemplo: Resolução CFF nº 585/2013, que trata das atribuições clínicas do farmacêutico.

6. RESOLUÇÃO DO CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA (CRF)
Tem validade regional e trata de questões administrativas, fiscalização e organização interna, respeitando as diretrizes do CFF.

7. DIRETRIZES E NOTAS TÉCNICAS
Têm caráter orientativo. São elaboradas por instituições como o Ministério da Saúde, sociedades científicas ou conselhos. Auxiliam a prática baseada em evidências, mas não têm força normativa obrigatória, a menos que incorporadas em atos legais ou regulamentares.

Assim, um exemplo prático a profissão seria:
A Resolução CFF nº 585/2013, que dispõe sobre as atribuições clínicas do farmacêutico, é uma norma infralegal com validade nacional, mas subordinada à legislação superior.

A Resolução CFF nº 585/2013 não tem força de lei e, por isso, pode ser revogada, modificada ou anulada por normas superiores (leis federais), decisões judiciais ou pelo próprio CFF.

Você já sabia disso?

Transformar a Resolução CFF nº 585/2013 em lei federal aprovada pelo Congresso Nacional seria a forma mais sólida e definitiva de garantir segurança jurídica e encerrar discussões sobre sua validade.

Por: Vinícius Lôbo - Farmacêutico Clínico

ANTIPSICÓTICOS - FARMACOLOGIAOs antipsicóticos, também conhecidos como neurolépticos, constituem uma classe farmacológic...
04/06/2025

ANTIPSICÓTICOS - FARMACOLOGIA

Os antipsicóticos, também conhecidos como neurolépticos, constituem uma classe farmacológica de medicamentos psicoativos utilizados predominantemente no tratamento de transtornos psicóticos, como a esquizofrenia, o transtorno esquizoafetivo, episódios de mania em transtorno bipolar e, em algumas situações, agitação psicomotora e sintomas de demência.

Do ponto de vista farmacêutico, os antipsicóticos incluem compostos com estruturas químicas heterogêneas, como derivados da fenotiazina, butirofenonas, benzamidas e dibenzodiazepinas. Eles se dividem em duas grandes classes:

1. Antipsicóticos típicos (de primeira geração), como a haloperidol e clorpromazina, que atuam principalmente como antagonistas dopaminérgicos D2, com alta afinidade pelo sistema dopaminérgico nigroestriatal, sendo mais associados a efeitos extrapiramidais.

2. Antipsicóticos atípicos (de segunda geração), como a risperidona, olanzapina e quetiapina, que além do bloqueio dopaminérgico também antagonizam receptores de serotonina 5-HT2A, conferindo melhor perfil de tolerabilidade e eficácia sobre sintomas negativos.

Possuem formulações que incluem apresentações orais, injetáveis de liberação imediata ou prolongada (depot), visando à adesão terapêutica e à manutenção clínica de longo prazo.

APLICAÇÕES MÉDICAS:

Os antipsicóticos são indicados principalmente para:
• Esquizofrenia e outros transtornos psicóticos;
• Transtorno bipolar, principalmente para episódios maníacos;
• Transtornos do comportamento em quadros demenciais e autismo;
• Adjuvantes em transtornos de ansiedade refratária, depressão psicótica e controle de agressividade

Sua eficácia está relacionada à redução de sintomas positivos (delírios, alucinações) e, com os atípicos, melhora parcial de sintomas negativos (apatia, retraimento social).

Diferente de substâncias como benzodiazepínicos ou opioides, os antipsicóticos não são considerados dr**as com alto potencial de dependência física ou psíquica. No entanto, podem causar síndrome de abstinência após retirada abrupta, especialmente com clozapina e olanzapina, incluindo sintomas como insônia, náuseas e agitação.

A Tolerância pode ocorrer em relação a alguns efeitos colaterais (como sedação), mas não à ação antipsicótica propriamente dita. Em longo prazo, pode haver fenômenos de super-sensibilidade dopaminérgica, o que pode induzir discinesia tardia e flutuações na resposta clínica.

A overdose com antipsicóticos pode levar a efeitos graves como arritmias cardíacas, hipotensão, depressão respiratória, convulsões e coma. O risco é maior com agentes como clozapina, quetiapina e olanzapina, especialmente quando combinados com álcool ou outros depressores do sistema nervoso central.

As indicações off-label mais comuns para antipsicóticos incluem:
• Insônia refratária e indução ao sono, especialmente com antipsicóticos sedativos como quetiapina e olanzapina;
• Ansiedade generalizada, quando há resistência a antidepressivos ou benzodiazepínicos;
• Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) como adjuvante ao tratamento com inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS);
• Síndrome de Tourette, em casos com tiques motores ou vocais graves;
• Agitação e agressividade em idosos com demência, apesar dos alertas de risco aumentados de mortalidade (FDA, 2022; NICE, 2020);
• Transtornos de personalidade, como o borderline, com sintomas impulsivos ou agressivos (APA, 2023).

Embora haja evidências clínicas que sustentem algumas dessas práticas, o uso off-label deve ser criterioso, pois muitos desses contextos carecem de ensaios clínicos robustos ou apresentam risco aumentado de efeitos adversos, como sedação excessiva, ganho de peso, efeitos metabólicos, e eventos cardiovasculares.

Por: Vinícius Lôbo – Farmacêutico Clínico



REFERÊNCIAS PARA O TEXTO:
- AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). Practice Guideline for the Treatment of Patients With Schizophrenia. 3rd ed. Arlington: APA Publishing, 2023.

- BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Esquizofrenia. Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/.

- FOOD AND DRUG ADMINISTRATION (FDA). Antipsychotic drugs: Information for healthcare professionals. 2022. Disponível em: https://www.fda.gov.

- KANE, J. M. et al. Comprehensive review of current antipsychotic treatment. Neuropsychopharmacology Reviews, v. 46, p. 104–116, 2021. DOI: 10.1038/s41386-020-00866-5.

- NATIONAL INSTITUTE FOR HEALTH AND CARE EXCELLENCE (NICE). Psychosis and schizophrenia in adults: prevention and management. Clinical guideline [CG178], London, 2020. Disponível em: https://www.nice.org.uk/guidance/cg178.

- WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Guidelines for the management of physical health conditions in adults with severe mental disorders. Geneva: WHO, 2019. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789241550383.

FARMACÊUTICO CLÍNICO NA ERA DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: PROTAGONISMO OU SUBSTITUIÇÃO?A incorporação da Inteligência Arti...
02/06/2025

FARMACÊUTICO CLÍNICO NA ERA DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL:
PROTAGONISMO OU SUBSTITUIÇÃO?

A incorporação da Inteligência Artificial (IA) na saúde não é mais promessa futura — é realidade. Algoritmos já cruzam dados de milhões de pacientes para prever reações adversas, ajustar doses em tempo real, identificar padrões de resistência antimicrobiana e até sugerir condutas terapêuticas baseadas em guidelines atualizados.

Diante disso, onde entra o farmacêutico clínico?

A RESPOSTA É CLARA: NO CENTRO DA DECISÃO, SE ESTIVERMOS PREPARADOS.

Na atenção primária, a IA pode auxiliar o farmacêutico na estratificação de risco de pacientes com hipertensão, diabetes ou em uso de polifarmácia. Mas ainda será o nosso olhar clínico que validará as condutas, acolherá o paciente e fará os ajustes terapêuticos em consonância com a realidade local.

Na atenção secundária, softwares integrados ao prontuário eletrônico já detectam prescrições potencialmente inapropriadas em idosos ou duplicidade terapêutica. Cabe ao farmacêutico revisar criticamente essas alertas e atuar junto à equipe multiprofissional para garantir a segurança e a efetividade da terapia.

Na atenção terciária, especialmente em hospitais de alta complexidade, a IA acelera análises de interações, PK/PD e uso racional de antimicrobianos. Porém, é o farmacêutico clínico quem traduz esses dados em ações, conduz rounds clínicos e participa ativamente da tomada de decisão.

Ainda que a IA ofereça respostas rápidas e recomendações úteis, é o farmacêutico quem estará olho no olho com o paciente e com a equipe, orientando sobre o uso correto dos medicamentos, formas de armazenamento, horários, organização do tratamento no dia a dia e ajustes conforme a rotina da pessoa. São detalhes humanos, muitas vezes invisíveis aos algoritmos, que garantem adesão e resultados positivos para os mais variados pacientes.

MAS ATENÇÃO: quem se limitar a repetir condutas ou seguir protocolos sem senso crítico pode sim ser substituído. A IA não elimina o farmacêutico — elimina o profissional mal preparado, automatizado e desatualizado.

A chave é combinar tecnologia com pensamento clínico, empatia e capacidade analítica. O farmacêutico do futuro é aquele que domina a IA, mas mantém o foco no cuidado centrado no paciente.

E você? Já está se preparando para esse cenário? Como tem usado a tecnologia para aprimorar o cuidado farmacêutico?

Vamos conversar! 👇

BENZODIAZEPÍNICOS: FARMACOLOGIAOs benzodiazepínicos constituem uma classe de fármacos psicotrópicos amplamente utilizado...
21/05/2025

BENZODIAZEPÍNICOS: FARMACOLOGIA

Os benzodiazepínicos constituem uma classe de fármacos psicotrópicos amplamente utilizados na prática clínica devido às suas propriedades ansiolíticas, sedativas, hipnóticas, anticonvulsivantes e relaxantes musculares. São derivados do núcleo 1,4-benzodiazepínico, caracterizado pela fusão de um anel benzênico com um anel diazepínico de sete membros contendo dois átomos de nitrogênio (N).

Quimicamente, os benzodiazepínicos são compostos lipofílicos, o que facilita sua absorção oral e a penetração na barreira hematoencefálica, promovendo rápida ação no sistema nervoso central (SNC) (Rang et al., 2021). A afinidade dos benzodiazepínicos pelo receptor GABAA está relacionada a modificações na estrutura química, especialmente nas posições 1, 2 e 7 do anel, o que influencia sua potência, meia-vida e perfil de ação (Brunton et al., 2018).

Farmacologicamente, os benzodiazepínicos atuam como moduladores alostéricos positivos do receptor GABAA, potencializando a ação inibitória do neurotransmissor ácido gama-aminobutírico (GABA). Esse mecanismo resulta em hiperpolarização neuronal, reduzindo a excitabilidade cerebral (Stahl, 2021).

Aplicações terapêuticas

Os benzodiazepínicos são indicados principalmente para o tratamento de:
• Transtornos de ansiedade (ex.: alprazolam, diazepam)
• Insônia de curta duração (ex.: temazepam)
• Convulsões e epilepsia (ex.: clonazepam, diazepam)
• Espasmos musculares e condições neuromusculares
• Síndrome de abstinência alcoólica
• Sedação pré-operatória ou em procedimentos médicos (Goodman & Gilman, 2018)

Apesar da eficácia terapêutica, recomenda-se seu uso por períodos limitados, preferencialmente em associação com abordagens não farmacológicas.

Riscos de dependência, tolerância e overdose

O uso prolongado de benzodiazepínicos está associado a diversos riscos clínicos, destacando-se:

• Tolerância: desenvolve-se com o tempo, levando à necessidade de doses progressivamente maiores para se obter o mesmo efeito terapêutico.

• Dependência física e psicológica: pode ocorrer mesmo com uso prescrito, especialmente em tratamentos superiores a 4-6 semanas. A interrupção abrupta pode desencadear sintomas de abstinência como ansiedade rebote, insônia, irritabilidade, tremores e, em casos graves, convulsões (World Health Organization [WHO], 2009).

• Overdose: embora isoladamente cause menos risco de morte do que barbitúricos, a overdose de benzodiazepínicos, especialmente quando associada a depressivos do SNC como opioides ou álcool, pode resultar em depressão respiratória, coma e morte. O tratamento pode incluir o uso de flumazenil, um antagonista específico dos receptores benzodiazepínicos (Olkkola & Ahonen, 2008).

O uso racional dos benzodiazepínicos requer avaliação criteriosa dos riscos e benefícios, especialmente em populações vulneráveis, como idosos e pessoas com histórico de uso de substâncias. O monitoramento contínuo e a prescrição por tempo limitado são estratégias essenciais para minimizar danos.

Por: Vinícius Lôbo - Farmacêutico Clínico


Referências
• Brunton, L. L., Hilal-Dandan, R., & Knollmann, B. C. (2018). Goodman & Gilman’s: The Pharmacological Basis of Therapeutics (13th ed.). McGraw-Hill Education.
• Rang, H. P., Ritter, J. M., Flower, R. J., & Henderson, G. (2021). Rang & Dale's Pharmacology (10th ed.). Elsevier.
• Stahl, S. M. (2021). Stahl's Essential Psychopharmacology: Neuroscientific Basis and Practical Applications (5th ed.). Cambridge University Press.
• Olkkola, K. T., & Ahonen, J. (2008). Midazolam and other benzodiazepines. In R. D. Miller (Ed.), Miller's Anesthesia (7th ed., pp. 747–768). Churchill Livingstone.
• World Health Organization (WHO). (2009). Guidelines for the psychosocially assisted pharmacological treatment of persons dependent on opioids. Geneva: WHO Press.

USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS5 de maio, é o Dia Nacional pelo Uso Racional de Medicamentos. Essa data tem como objetivo a...
05/05/2025

USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS

5 de maio, é o Dia Nacional pelo Uso Racional de Medicamentos. Essa data tem como objetivo alertar profissionais de saúde e a população em geral sobre os riscos da automedicação, do uso incorreto de remédios e da falta de orientação profissional, além de reforçar a importância de garantir que cada medicamento seja usado da maneira certa, na dose certa, pelo tempo certo, para o paciente certo.

O uso racional de medicamentos significa oferecer ao paciente o tratamento farmacológico adequado às suas necessidades clínicas, com doses individualizadas, durante um período apropriado, ao menor custo possível para ele e para a sociedade.

Isso inclui evitar desperdícios, reduzir reações adversas, resistências a antibióticos, intoxicações e internações desnecessárias.

Mas como garantir o uso racional de medicamentos?

1. Consulte sempre um profissional de saúde – Não use medicamentos por conta própria ou com base em conselhos não técnicos, de vizinhos, parentes e/ou mídias sociais.

2. Leia atentamente a orientação médica a ou a orientação do farmacêutico – Entenda para que serve, como usar, possíveis efeitos colaterais e interações com outros medicamentos ou alimentos.

3. Siga corretamente a dose e os horários prescritos – Tomar mais ou menos do que o indicado pode prejudicar o tratamento.

4. Não interrompa o tratamento por conta própria – Mesmo que os sintomas desapareçam, a cura completa pode depender da continuidade.

5. Consulte a bula e/ou o farmacêutico mais próximo – Leia a bula da medicação se ficar com dúvidas. Caso não entenda ou tenha alguma informação que não encontre a resposta, procure o Farmacêutico mais próximo que ele sempre terá uma informação de qualidade e com segurança para lhe ofertar.

6. Evite armazenar medicamentos vencidos ou em locais inadequados – O uso de remédios fora do prazo pode ser ineficaz ou perigoso.

7. Descarte corretamente os medicamentos vencidos ou em desuso – Leve-os até uma unidade de saúde ou farmácia habilitada.

Profissionais de saúde, principalmente os farmacêuticos, desempenham papel essencial nesse processo, orientando pacientes, acompanhando os tratamentos e promovendo o uso responsável dos medicamentos.

Promover o uso racional de medicamentos é uma forma de cuidar da vida, garantir segurança nos tratamentos e fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS). Vamos juntos transformar essa consciência em prática!

Algumas razões pelas quais a receita médica não consegue garantir o uso racional de medicamentos, são:

1- Se o médico não realizar um diagnóstico completo e preciso, o medicamento prescrito pode não ser o mais adequado para a condição do paciente.

2- Mesmo com um diagnóstico correto, o médico pode escolher um medicamento que não seja a primeira linha de tratamento, que tenha mais efeitos colaterais para aquele paciente específico, ou que interaja com outros medicamentos que ele já utiliza.

3- A receita pode conter informações imprecisas sobre como, quando e por quanto tempo o medicamento deve ser utilizado, comprometendo a eficácia e a segurança do tratamento.

4- Falta de informações claras e adequada ao nível intelectual do paciente.

5- Uma receita ilegível ou com abreviações confusas pode levar a erros na administração do medicamento pelo paciente.

6- Uma receita ilegível ou com informações abreviadas demais podem levar a erros de dispensação e de orientação por parte do farmacêutico. Se essa orientação não for completa ou clara, o paciente pode não utilizar o medicamento da maneira ideal.

7- Mesmo com uma receita e orientação adequadas, o paciente pode não seguir as instruções corretamente, esquecer de tomar as doses, interromper o tratamento antes do tempo recomendado ou alterar a dosagem por conta própria.

8- Se for apenas uma prescrição sem orientação, o paciente pode não entender completamente as instruções da receita ou a importância de seguir o tratamento conforme o prescrito, especialmente se a linguagem utilizada for muito técnica ou se não houver espaço para tirar dúvidas.

9- Mesmo com uma receita direcionada a um determinado problema, o paciente pode se automedicar com outros medicamentos sem orientação médica, o que pode levar a interações perigosas ou mascarar outros problemas de saúde.

Vinícius Lôbo – Farmacêutico Clínico


Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Uso Racional de Medicamentos: temas para reflexão e prática. Brasília: MS, 2012. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/uso_racional_medicamentos_caderno_1.pdf. Acesso em: 05 maio 2025.

WHO – World Health Organization. Promoting rational use of medicines: core components. Geneva: WHO, 2002. Disponível em: https://apps.who.int/iris/handle/10665/67438. Acesso em: 05 maio 2025.

Endereço

Brasília, Distrito Federal/
Brasília, DF
70635815

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