10/04/2023
De acordo com uma pesquisa, 32% dos entrevistados disseram que o estresse gerou mudanças nos seus hábitos de sono, incluindo dificuldades para adormecer.
"Há um propósito evolucionário para a ansiedade noturna", afirma o professor clínico de psiquiatria e ciências comportamentais em medicina do sono na Stanford Medicine e escritor, Rafael Pelayo.
"Dormir é a coisa mais perigosa que podemos fazer", explica o professor.
"Estar hiperconsciente do entorno permitiu que nossos ancestrais detectassem qualquer ameaça que chegasse".
"Mas quando não é possível dormir devido à ansiedade, não apenas perde-se os benefícios do sono para a saúde, como também pode-se dar início a um ciclo vicioso de sono ruim e aumento de ansiedade, que pode ser difícil de interromper".
A conexão cruel entre ansiedade e sono
"A perda do sono costuma ser um precursor de distúrbios de ansiedade, e a ansiedade leva à perda do sono", afirma a neurocientista da Universidade de Colônia, na Alemanha, Sarah Chellappa.
"Estamos ocupados durante as horas que estamos acordados. Nossa atenção é atraída para várias direções diferentes, então temos pouco tempo para pensar em nossas preocupações. Mas à noite, quando estamos deitados na cama, há poucas distrações desses pensamentos que nos deixam ansiosos".
"Em um nível básico, sentir-se em perigo ou sob estresse é a mesma coisa para o cérebro" — observa Pelayo.
A notícia ruim é que foi demonstrado que a perda de sono gera mais pensamentos ansiosos. Pesquisadores explicam que o sono ajuda a distinguir entre o que é ameaçador e o que é seguro. A boa notícia é que uma boa noite de sono também pode melhorar a ansiedade com o tempo.