15/02/2021
“Você foi incrivelmente bem”; “seu desenho está maravilhoso”; “seu trabalho está o melhor de todos”
A maioria dos pais acredita que os elogios são importantes para construir uma boa auto estima nas crianças e com uma certa frequência o fazem de forma exagerada. No entanto, o efeito pode ser exatamente o contrário (Brummelman, Crocker, et al., 2016)
👉 é importante diferenciar os tipos de elogio
⭐Existem os elogios inflados por realizar uma tarefa fácil. Neste, a criança pode entender que nem tinha habilidade para realizar o mínimo e se sentir diminuída (ex.: “se me elogiam por algo tão fácil, deve ser porque eu não consigo fazer mais difícil”)
⭐Também existe a diferença entre o elogio pela habilidade (“você é muito inteligente”) x elogio pelo esforço (“você trabalhou muito bem”). Quando se elogia a habilidade, a criança pode entender que esse é um traço imutável dela, evitando desafios, e, no fracasso, começar a se questionar sobre a sua falta de habilidade.
⭐O elogio exagerado e frequente pode colocar padrões muito elevados, fazendo a criança se sentir pressionada e ansiosa a alcançá-los sempre (especialmente se os pais só dão atenção e validação nesse momento). Se foi elogiada por ter feito uma apresentação perfeita, ela irá deduzir que deverá fazer uma apresentação perfeita sempre. Quando ela falhar, irá se sentir mal, se cobrando e se questionando por ter feito menos que antes. Esse ciclo, a longo prazo, pode contribuir para uma baixa auto estima
🤴Outro efeito possível é a inflação do ego. Crianças usam comentários externos para construir a visão de si. Quando são elogiadas por terem se saído "incrivelmente" bem, podem se sentir incríveis, especiais, acima da média, com mais direitos que seus amigos - características de um ego inflado (que não é sinal de boa auto estima). O humor da criança pode variar de acordo com o recebimento ou não desses elogios
🚨É preciso ter cuidado e atenção com o nível e a frequência dos elogios. O ideal é elogiar a criança na medida de seu trabalho, sem exageros, sempre buscando focar no comportamento (“parabéns pelo seu esforço!”) do que no resultado ou habilidade