09/10/2021
ADOLESCÊNCIA - ANSIEDADE E TRANSTORNOS MENTAIS EM GERAL. Vamos falar sobre isso?
Falar sobre adolescência é falar sobre uma fase que exige: auto-percepcão, autoconhecimento, análise e enfrentamento de questões internas e externas.
É aquele famoso “se reconhecer no mundo, pra se colocar no mundo”.
E o que temos visto por aí? Adolescentes com crises de ansiedade, síndrome do pânico e sintomas depressivos…
Acreditamos que os adolescentes estão tendo uma retomada de todos os conflitos que a própria idade já exige de forma ainda mais turbulenta e intensa devido aos reflexos da Pandemia.
No isolamento, sem o convívio cotidiano houve uma ruptura em todo o convívio social. A dinâmica das relações, da condição de ser visto como um sujeito por inteiro f**aram suspensas. Passaram a buscar por “proteções” dentro de casa, tanto das telas, quanto da escola.
Podiam colar nas provas, podiam se retirar dos enfrentamentos sociais, do olhar do outro, de tudo.
E agora com a obrigação de um certo retorno acontece um conflito intenso, entre querer sair do isolamento e a obrigatoriedade do enfrentamento de tantas situações. Isso tudo passa a disparar muita sensação de desconforto.
O desamparo não está mais na solidão, mas na reinserção no mundo compartilhado.
Alguns comemoraram o retorno ao convívio e outros estão com mais dificuldade. Além de enfrentar o medo do mundo, precisam também enfrentar os medos internos.
A pandemia certamente contribuiu para que esses sintomas surgissem de maneira a provocar doenças mentais, o que não quer dizer que tais sintomas não surgiriam sem ela.
Poderiam vir de outros estressores que serviriam como gatilho, pois os transtornos mentais são extremamente complexos e envolvem questões genéticas, experiências na infância, estressores pontuais e traços de temperamento.
Entre as certezas que temos é que a pandemia nos deu um alerta para questões que possivelmente já estavam aí, talvez apenas à espera de um sinal.
Saúde mental é dos assuntos mais urgentes e contemporâneos. Precisamos olhar, falar e cuidar, pois estamos diante de uma certeza: a vulnerabilidade é intrínseca ao ser humano.