14/04/2025
Já se sentiu estranha num lugar que era muito familiar pra você? Ou percebeu que o próprio lugar estava estranho?
.. eu já.
Essa lembrança me surgiu depois que vi um post sobre o fato de certas coisas perderem o sentido com o tempo... acho que é muito sobre isso.
Quando a gente experimenta um estranhamento ao visitar um lugar conhecido, é que algo ali está diferente. Claro, é fácil perceber quando estamos falando de ambientes, daquilo que podemos ver.
Mas tudo f**a meio confuso quando falamos do que experimentamos sem ver. Quando aparentemente nada mudou, mas internamente sentimos a mudança. E vem uma vontade de ver e de sentir tudo como antes... uma espécie de luta pra voltar no tempo, né? Porque quando algo faz sentido na nossa vida, queremos que seja signif**ativo pra sempre.
E, olha... de algum jeito, esse signif**ado permanece, mesmo. Mas não como gostaríamos, muitas vezes. Permanece como afeto, como lembrança boa, como uma espécie de refúgio, talvez... permanece como inspiração, como tantas coisas! Como parte de nós, da história que escrevemos.
O problema é quando a gente luta contra as mudanças que acontecem... quando finge que nada mudou, que tudo ainda é familiar. Porque nesse fingimento, a gente nem encontra o que já foi, nem se encontra no que é. A gente meio que se perde no tempo.
Por outro lado, quando a gente decide abraçar as mudanças inevitáveis, por mais que esse abraço seja um tanto doloroso, a gente pouco a pouco se refaz. E esse refazer-se passa pela experiência de aprender a reencontrar o velho lugar... dentro de nós.
A gente desiste de buscar fora o que só pode encontrar dentro. Desiste de buscar aquele lugar no formato que tinha, passando a acolhê-lo num formato novo ou num tipo de "não formato". A gente para de brigar com a vida, encara o que tem pra hoje, identif**a o que pode ser feito e... caminha!
É. Como nos ensinou Frankl, o sentido é situacional. Ele muda, a depender da situação. Seguir a vida, então, exige de nós uma abertura de coração para o novo, ainda que precisemos, nesse processo, passar pela dor dos estranhamentos...
É isso.
Espero que essa reflexão tenha feito sentido por aí, também. 🌻