Centro Psicológico Bela Vista

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09/08/2025
PREVENÇÃO DA RECAÍDATAREFA1O objetivo desta tarefa é você colocar na balança as vantagens e desvantagens de usar ou não....
13/07/2025

PREVENÇÃO DA RECAÍDA

TAREFA
1

O objetivo desta tarefa é você colocar na balança as vantagens e desvantagens de usar ou não.
Muitas pessoas conseguem ver apenas as vantagens imediatas do uso e “esquecem” ou diminuem as desvantagens. No caso dessas pessoas, a balança pesa muito para o lado das vantagens. Por isso, não se sentem motivadas a parar de usar, já que não conseguem colocar todo o peso das desvantagens na balança.
Comparar as vantagens e as desvantagens de suas decisões pode ajudar você a escolher o melhor caminho.
Veja o exemplo de como você irá preencher os quadros:

USAR NÃO USAR

- Fico mais sociável
VANTAGENS - Perco a vergonha e - Durmo melhor
insegurança - Trabalho e/ou estudo melhor


- Fico desmotivado no outro dia - Tenho que lidar com o dia com fissuras e compulsões
DESVANTAGENS - Desajeitado no contato social
Agora faça você o balanço das suas vantagens e as suas desvantagens de usar ou não usar álcool e/ou dr**as.
Preencha cada uma das quatro partes do Quadro das Vantagens e Desvantagens, da mesma maneira do exemplo.

USAR NÃO USAR



V
A
N
T
A
G
E
N
S

D
E
S
V
A
N
T
A
G
E
N
S


Depois de você ter visto as vantagens e as desvantagens do uso de álcool e/ou dr**as, vamos falar de Motivação. Motivação é o interesse e o entusiasmo que você tem para agir e se mover em direção às mudanças positivas necessárias para a sua vida.
Ao longo deste Manual, você irá aprender diversas habilidades que são os instrumentos e os meios para chegar ao seu destino, ou seja, sua recuperação. Mas a motivação para iniciar a viagem é muito importante.
Será que a sua relação afetiva com aquela droga ainda está muito forte, de forma que, sua motivação para iniciar a recuperação está muito baixa? Será que você está esperando por “alguém” que faça alguma mágica para você sair dessa sem muito trabalho?
Faça uma avaliação da sua motivação para iniciar as mudanças necessárias na sua vida.

Que nota você daria para sua motivação? (de 0 a 10)

NOTA

Espero que tenha gostado da nossa primeira tarefa rumo a Prevenção da Recaída. Até o nosso próximo encontro.
Valfrancis
Obrigado!

Entenda: Temos que cuidar de nossas Emoções
13/07/2025

Entenda: Temos que cuidar de nossas Emoções

Existe uma saída.Pedir ajuda é uma delas
09/07/2025

Existe uma saída.
Pedir ajuda é uma delas

Aqui estão alguns recursos bíblicos que podem ser úteis para terapeutas:*Versículos bíblicos sobre saúde mental*1. *Fili...
04/07/2025

Aqui estão alguns recursos bíblicos que podem ser úteis para terapeutas:

*Versículos bíblicos sobre saúde mental*
1. *Filipenses 4:6-7*: "Não se preocupem com nada, mas em tudo, pela oração e pela súplica, com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo entendimento, guardará seus corações e suas mentes em Cristo Jesus."
2. *Mateus 11:28-30*: "Venham a mim, todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve."

*Princípios bíblicos para a terapia*
1. *Amor e compaixão*: o amor e a compaixão são fundamentais para a terapia, como demonstrado pelo amor de Deus por nós (João 3:16).
2. *Perdão*: o perdão é um processo importante na terapia, e a Bíblia ensina sobre a importância de perdoar os outros e a nós mesmos (Mateus 6:14-15).
3. *Renovação da mente*: a Bíblia fala sobre a importância de renovar a mente e não se conformar com os padrões do mundo (Romanos 12:2).

*Recursos adicionais*
1. *Livros*: existem muitos livros que exploram a interseção entre a fé e a terapia, como "A Bíblia e a Psicologia" de Mark McMinn.
2. *Organizações*: organizações como a Associação Cristã de Psicologia (CAPS) oferecem recursos e apoio para terapeutas cristãos.

Esses recursos podem ser úteis para terapeutas que buscam integrar a fé em sua prática clínica.

WHITE CHESTNUT(Florais)Para aqueles que não conseguem impedir que pensamentos, ideias, argumentos que não desejam entrem...
24/04/2025

WHITE CHESTNUT(Florais)
Para aqueles que não conseguem impedir que pensamentos, ideias, argumentos que não desejam entrem em suas mentes.
Geralmente em tempos nos quais o interesse do momento não é forte o suficiente para manter a mente cheia.
Pensamentos que preocupam e permanecem, ou se por um tempo descartados, retornam. Eles parecem dar voltas e voltas e
causar tortura mental.
A presença de tais pensamentos desagradáveis expulsa a paze interfere na capacidade de pensar apenas no trabalho ou prazer do dia.

O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é caracterizado por pensamentos obsessivos e comportamentos compulsivos que inte...
23/04/2025

O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é caracterizado por pensamentos obsessivos e comportamentos compulsivos que interferem na vida diária. Aqui estão alguns exemplos de comportamentos que podem ser considerados TOC:

Comportamentos Obsessivos
1. *Pensamentos repetitivos*: pensamentos intrusivos e indesejados que causam ansiedade ou desconforto.
2. *Medo de contaminação*: medo excessivo de germes, bactérias ou substâncias químicas.
3. *Verif**ação excessiva*: verif**ar repetidamente se as coisas estão fechadas, desligadas ou seguras.
4. *Ordem e simetria*: necessidade de ter as coisas em ordem ou simetria perfeita.

Comportamentos Compulsivos
1. *Lavagem excessiva das mãos*: lavar as mãos repetidamente devido ao medo de contaminação.
2. *Verif**ação repetida*: verif**ar repetidamente se as coisas estão fechadas, desligadas ou seguras.
3. *Contagem ou rituais*: realizar rituais específicos, como contar ou tocar objetos de uma certa maneira.
4. *Coleção excessiva*: acumular objetos de forma excessiva e desnecessária.

Outros Comportamentos
1. *Evitamento*: evitar situações ou objetos que desencadeiam pensamentos obsessivos ou comportamentos compulsivos.
2. *Rituais*: realizar rituais específicos para aliviar a ansiedade ou desconforto.

Importância da Avaliação Profissional
É fundamental consultar um profissional de saúde mental para uma avaliação adequada e diagnóstico preciso. O TOC pode ser tratado com terapia cognitivo-comportamental (TCC) e medicamentos.

A dependência do cigarroValdir Francisco é terapeuta é coordenador do CAP – Centro de Atendimento Psicológico Bela Vista...
30/03/2025

A dependência do cigarro
Valdir Francisco é terapeuta é coordenador do CAP – Centro de Atendimento Psicológico Bela Vista, especialista em Dependência Química (UNIAD).
As dr**as acionam o sistema de recompensa do cérebro, uma área encarregada de receber estímulos de prazer e transmitir essa sensação para o corpo todo. Isso vale para todos os tipos de prazer – temperatura agradável, emoção gratif**ante, alimentação, s**o – e desempenha função importante para a preservação da espécie.
Evolutivamente o homem criou essa área de recompensa e é nela que as dr**as interferem. Por uma espécie de curto circuito, elas provocam uma ilusão química de prazer que induz a pessoa a repetir seu uso compulsivamente. Com a repetição do consumo, perdem o signif**ado todas as fontes naturais de prazer e só interessa aquele imediato propiciado pela droga, mesmo que isso comprometa e ameace a vida do usuário.
MECANISMO GERAL DA DEPENDÊNCIA
– QUE MECANISMO DO CORPO HUMANO EXPLICA O PROCESSO DE DEPENDÊNCIA DA DROGA?
– Acredito ser importante destacar que existe, no cérebro, uma área responsável pelo prazer. O prazer, que sentimos ao comer, fazer s**o ou ao expor o corpo ao calor do sol, é integrado numa área cerebral chamada sistema de recompensa. Esse sistema foi relevante para a sobrevivência da espécie. Quando os animais sentiam prazer na atividade sexual, a tendência era repeti-la. Estar abrigado do frio não só dava prazer, mas também protegia a espécie. Desse modo, evolutivamente, criamos essa área de recompensa e é nela que a ação química de diversas dr**as interfere. Apesar de cada uma possuir mecanismo de ação e efeitos diferentes, a proposta final é a mesma, não importa se tenha vindo do cigarro, álcool, maconha, co***na ou he***na. Por isso, só produzem dependência as dr**as que de algum modo atuam nessa área. O L*D, por exemplo, embora tenha uma ação perturbadora no sistema nervoso central e altere a forma como a pessoa vê, ouve e sente, não dá prazer e, portanto, não cria dependência.
Vários são os motivos que levam à dependência química, mas o final é sempre o mesmo. De alguma maneira, as dr**as pervertem o sistema de recompensa. A pessoa passa a dar-lhes preferência quase absoluta, mesmo que isso atrapalhe todo o resto em sua vida. Para quem está de fora f**a difícil entender por que o usuário de co***na ou de crack, com a saúde deteriorada, não abandona a droga. Tal comportamento reflete uma disfunção do cérebro. A atenção do dependente se volta para o prazer imediato propiciado pelo uso da droga, fazendo com que percam signif**ado todas as outras fontes de prazer.
– Você diz que a evolução criou, no cérebro, um centro de recompensa ligado diretamente à sobrevivência da espécie. As abelhas, quando pousam numa flor e encontram néctar, liberam um mediador chamado octopamina, neurotransmissor presente nas sensações de prazer. Esses mecanismos são bastante arcaicos
– O sistema de prazer é muito primitivo. É importante para as abelhas e para os seres humanos também. A droga produz efeito tão intenso porque age nesses mecanismos biológicos bastante primitivos.
– Mecanismos tão arcaicos assim representam uma armadilha poderosa. Na verdade, provoca-se um estímulo forte que está mexendo com milhares de anos de evolução.
– Acho que estamos cada vez mais valorizando esse tipo de mecanismo. A droga é um fenômeno psicossocial amplo, mas que acaba interferindo nesse mecanismo biológico primitivo.

DEPENDÊNCIA É UM PROCESSO DE APRENDIZADO

– A maioria das pessoas bebe com moderação, mas algumas fazem uso abusivo do álcool. Há quem fume maconha ou use co***na esporadicamente, mas existem os que fumam crack o dia inteiro. O que explica essa diferença? A resposta está na droga ou no usuário?
– Parte da resposta está na tendência ao uso crônico e na história de cada pessoa. Quando começou a usar? Como interpreta os sintomas da síndrome de abstinência? Além disso, o que vai fazer com que repita a experiência não é só a busca do prazer, mas a tentativa de evitar o desprazer que a ausência da droga produz.
A dependência é um processo de aprendizado. O fumante, por exemplo, pela manhã já manifesta sintomas da abstinência. F**a irritado e sua capacidade de concentração baixa. Ele fuma, o desconforto diminui. Vinte minutos depois, o nível de nicotina no cérebro cai, voltam os sintomas da abstinência e ele vai aprendendo a usar a droga pelo efeito agradável que proporciona e para evitar o desprazer que sua falta produz.
A dependência é fruto, então, do mecanismo psicológico que a um só tempo induz o indivíduo a buscar o prazer e evitar o desprazer, e fruto das alterações cerebrais que a droga provoca. Essa interação entre aspectos psicológicos e efeito farmacológico vai determinar o perfil dos sintomas de abstinência de cada pessoa. A compulsão é menor naquelas que toleram a abstinência um pouco mais, e maior nas que a inquietação é intensa diante do menor sinal da síndrome de abstinência.
Resumindo: a dependência química pressupõe o mecanismo psicológico de buscar a droga e a necessidade biológica que se criou no organismo. Disso resulta a diversidade de comportamentos dos usuários.
A maconha é um bom exemplo. Seu uso compulsivo hoje é maior do que era há 20, 30 anos e, de acordo com as evidências, quanto mais cedo o indivíduo começa a usá-la, maior é a possibilidade de tornar-se dependente. Como garotos de 12, 13 anos e, às vezes, até mais novos, estão usando maconha, atualmente o problema se agrava. Além disso, as concentrações de THC (princípio ativo da maconha) aumentaram muito nos últimos tempos. Na década de 1960, andavam por volta de 0,5% e agora alcançam 5%. Portanto, a maconha de hoje é 10 vezes mais potente do que era naquela época.
Diante disso, a Escola Paulista de Medicina sentiu a necessidade de montar um ambulatório só para atender os usuários de maconha e há uma lista de espera composta por adolescentes e jovens adultos desmotivados, que fumam seis, sete baseados por dia e não conseguem fazer outra coisa na vida. Isso não acontecia quando a concentração de THC era mais fraca e o acesso à droga mais restrito.
– Quando se conversa com usuários de maconha de muitos anos, eles lastimam que a droga tenha perdido a qualidade. Sua explicação prova exatamente o contrário. Terão essas pessoas desenvolvido um grau de tolerância maior à droga?
– Acho que a queixa é fruto de um certo saudosismo, uma vez que há tipos de maconha, entre eles o skank, que chegam a ter 20% de THC. Na Holanda, foram desenvolvidas cepas que contêm maior concentração desse princípio ativo, o que faz com que a maconha perca a classif**ação de droga leve e se transforme numa substância poderosa para causar dependência. Deve-se considerar, ainda, como justif**ativa da queixa que o uso crônico causa sempre certa tolerância.
– No Carandiru, minha experiência mostra que há quem fume um baseado a cada 30 minutos. Uma droga que exija tal frequência de consumo não pode ser considerada leve, não é verdade?
– Infelizmente não existem dr**as leves, se produzirem estímulo no sistema de recompensa cerebral. Em geral, as pessoas perguntam: mas se a droga dá prazer, qual é o problema? O problema é que ela não mexe apenas na área do prazer. Mexe também em outras áreas e o cérebro f**a alterado. Diante de uma fonte artificial de prazer, ele reage de modo impróprio. Se existe a possibilidade de prazer imediato, por que investir em outro que demande maior esforço e empenho? A droga perverte o repertório de busca de prazer e empobrece a pessoa. Comer, conversar, estabelecer relacionamentos afetivos, trabalhar são fontes de prazer que valorizamos, mas não são imediatas.
CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS DOS USUÁRIOS

O uso crônico do álcool provoca uma série de alterações que todo mundo conhece e reconhece. Em relação às outras dr**as, de acordo com sua experiência pessoal e não com as definições dos livros, quais as principais características do usuário?
– No ambulatório da Escola Paulista de Medicina que atende usuários de maconha, pude notar que há dois grupos distintos. Um é constituído por jovens que perderam o interesse por tudo o que faziam. Não estudam nem trabalham. Estão completamente desmotivados. É o que chamamos de síndrome amotivacional. O nome é feio, mas pertinente. O outro grupo é formado por pessoas nas quais se estabelece uma relação complexa entre maconha e doenças mentais como psicose e depressão. Não se sabe se a maconha produz a doença mental. O que se sabe é que ela piora os sintomas de qualquer uma delas, seja ansiedade ou esquizofrenia.

AÇÃO E EFEITO DAS DIFERENTES DR**AS

–Teoricamente, quando a pessoa ansiosa fuma maconha, f**a mais relaxada. Você acha que isso é um mito?
– É importante distinguir, na droga, o efeito imediato do efeito cumulativo. No geral, sob a ação da maconha, a pessoa ansiosa relaxa um pouco, mas esse é um efeito de curto prazo. O álcool também relaxa num primeiro momento. No entanto, as evidências demonstram que nas pessoas ansiosas seu uso crônico aumenta os níveis de ansiedade, porque o cérebro reage tentando manter o sistema em equilíbrio. É o efeito de homeóstase. Se alguém usa um estimulante, passado o efeito, o cérebro não volta ao funcionamento normal imediatamente. Surge o efeito rebote. Isso ocorre com qualquer droga. Tanto com a maconha quanto com o álcool, findo o efeito depressor, o efeito rebote elevará os níveis de ansiedade.
– Como age a maconha na memória?
– A maconha diminui a concentração, a memória e a atenção. É um efeito bastante rápido. Estudos mostram que, se alguém usar maconha num dia e medir os níveis de memória e concentração no outro, eles estarão ligeiramente alterados. Isso tem um impacto bastante negativo na vida dos adolescentes.
NA VERDADE, NÃO HÁ DROGA QUE MELHORE O DESEMPENHO INTELECTUAL. NÓS SABEMOS QUE PESSOAS CRIATIVAS USAM DR**AS E PRODUZEM COISAS CRIATIVAS. SE ELAS NÃO FOSSEM CRIATIVAS POR NATUREZA, NÃO HAVERIA DROGA NO MUNDO CAPAZ DE PRODUZIR ESSE RESULTADO.

– Quais são os efeitos crônicos da co***na?
– Em relação à saúde, o efeito mais grave da co***na são os problemas cardíacos e cardiovasculares. Quando associada ao álcool, então, ela é uma das principais causas de infarto do miocárdio em adultos jovens.
ASSOCIAÇÃO PERIGOSA DA COCAÍNA COM O ÁLCOOL

– Por que o usuário de co***na bebe tanto?
– De alguma forma, o álcool faz com que a pessoa se sinta mais liberada e use co***na, um estimulante potente. Para diminuir a excitação, ela torna a beber e, como num círculo vicioso, a usar co***na. A confusão cerebral aumenta consideravelmente e a tendência é beber ou cheirar mais. Trata-se de uma reação perturbadora em que o álcool incentiva o consumo de co***na e vice-versa.
– Fico assustado com a quantidade de bebida destilada que o usuário de co***na consome.
– A co***na aumenta a resistência ao álcool, porque um pouco de seu efeito depressor é atenuado pela co***na. Por outro lado, a pessoa tolera quantidades maiores de álcool, porque precisa abrandar os efeitos altamente excitantes da co***na.
Sempre é válido repetir que álcool e co***na representam uma das associações de dr**as mais perigosas que existem. Ao que parece, tal associação dá origem a uma terceira molécula extremamente tóxica para cérebro e para o músculo cardíaco.
– No Carandiru, morreu meninos de 20 e poucos anos com infarto do miocárdio ou derrame cerebral puxando o braço ou a perna depois de uma seção de crack ou de uma overdose de co***na. Isso acontece frequentemente?
– Infelizmente, no Brasil, não há dados precisos sobre o que aconteceu com os usuários de co***na, porque o sistema médico não é muito coordenado. Se eles existissem, f**aríamos horrorizados.
Tivemos uma pequena experiência acompanhando, por cinco anos, o primeiro grupo de usuários de crack que foi internado em Cidade de Taipas, interior de São Paulo. Era uma população de classe média baixa. No final desse período, 30% tinham morrido em acidentes ou por morte violenta. Nesse caso, as famílias não sabiam dizer quem eram os responsáveis pelas mortes: os traf**antes ou a polícia.
Não sabemos se isso ocorre com todos os usuários de crack. Temos certeza, porém, de que poucas doenças apresentam esse índice de mortalidade.
SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA / EFEITO REBOQUE

– Como se manifesta o efeito rebotque?
– O mecanismo de recompensa cerebral é importante para a preservação da espécie e ninguém é contra o prazer. Ao contrário, deveríamos estimular o surgimento de inúmeras fontes de prazer. A dependência química, entretanto, cria uma ilusão de prazer que acaba perturbando outros mecanismos cerebrais. Se, fumando um baseado, a pessoa relaxa, findo o efeito, a ansiedade ganha força, pois a síndrome de abstinência é imediata. É o chamado efeito rebote.
A co***na age de forma diferente. O efeito rebote está na impossibilidade de sentir prazer sem a droga. Passada a excitação que ela provoca, a pessoa não volta ao normal. F**a deprimida, desanimada. Tudo perde a graça. Como só sente prazer sob a ação da droga, torna-se um usuário crônico. Às vezes, tenta suspender o uso e reassumir as atividades normais, mas nada lhe dá prazer. Parece que, por vingança divina, o cérebro perdeu a capacidade de experimentar outras fontes que não a desse prazer artificial que a droga proporciona.
Essa é uma das tragédias a que se expõem os dependentes químicos. No processo de reabilitação, quando a pessoa para de usar droga, é fundamental ajudá-la a reencontrar fontes de prazer independentes da substância química.
– Quem está de fora dificilmente entende o comportamento do dependente. “Esse cara, em vez de estar namorando, indo ao cinema, estudando, f**a cheirando co***na ou fumando crack”, é o que normalmente todos pensam. Isso dá a sensação de que o outro é fraco, com comportamento abjeto, digno de desprezo. Quem está passando por isso, vê a realidade de forma diferente?
– Na verdade, essa pessoa está doente. Seu cérebro está doente, com a sensação de que não existe outro prazer além da droga. Isso acontece também com o cigarro, uma fonte preciosa de prazer para os fumantes que adiam a decisão de parar de fumar por medo de perdê-la. De fato, 30% dos fumantes, logo depois que se afastam da nicotina, apresentam sintomas expressivos de depressão e precisam ser medicados com antidepressivos.
BUSCA DO PRAZER TOTAL
– Você acha que um dia aparecerá uma droga cujo mecanismo de ação se encarregue de nos deixar felizes sem provocar malefícios no cérebro?
– Não acredito. F**a difícil imaginar uma droga que aja só no centro de prazer sem perturbar os demais mecanismos bioquímicos do cérebro, que é um órgão complexo e evolutivamente preparado para vivenciar muitas formas de prazeres sutis. Para tais estímulos, está aparelhado. Para os advindos das dr**as, não.
– Você não acha que o homem está sempre à procura do prazer total?
– A busca do prazer é uma característica positiva do ser humano. No caso das dr**as, porém, ao querer superar a própria biologia por um artifício grosseiro, ele acaba se empobrecendo. O desejo de intensif**ar o prazer ao máximo empurra o homem para uma guerra que jamais será vencida.
CAMPANHAS CONTRA AS DR**AS
– Quando analisamos as campanhas contra as dr**as, verif**amos que se baseiam muito nos aspectos negativos dessas substâncias. A ideia é sempre assustar o usuário: “droga mata”. Aí, o garoto fuma um baseado e não morre. Ao contrário, sente-se bem e f**a achando que tudo não passa de uma grande mentira. Você acha que o enfoque das campanhas é ingênuo?
– Estamos ainda muito no começo. Na criação de um modelo do que acontece com os usuários de droga, as campanhas estão numa fase bastante embrionária, mas acho que estão certas ao afirmar que dr**as fazem mal. F**ar só nisso, porém, é passar uma informação de saúde ingênua e pobre. É preciso dizer como e por que as dr**as são altamente prejudiciais ao organismo para que a pessoa tome uma decisão firme, bem alicerçada, e disponha-se a abandoná-las.
As evidências nos mostram que, quando se trabalha com a prevenção, a prioridade deve ser dada aos fatores de risco. Todavia, a partir do momento em que já está instalado o consumo (maconha, nos casos mais comuns), as estratégias teriam de ser bem diferentes.
ORIENTAÇÃO AOS PAIS
– Muitas vezes os pais f**am apavorados quando encontram maconha nas coisas dos filhos. Como você orienta quem vive esse problema?
– Na verdade, maconha é a primeira droga ilícita que a pessoa consome, mas antes disso, em geral, já experimentou o álcool e o cigarro. Já não se discute mais que, quanto mais cedo o adolescente entrar em contato com a droga, maior será a probabilidade de “escalar”, isto é, de partir para outras dr**as ou intensif**ar o uso da maconha. É muito difícil prever quem vai ou não embarcar nesse processo. Sabe-se, porém, que quantos mais amigos envolvidos com dr**as ele tiver, maior risco correrá do uso tornar-se crônico.
O primeiro passo para enfrentar a situação é os pais se informarem sobre o que está acontecendo na vida dos filhos e voltarem a exercer controle mais efetivo sobre suas atividades. Em geral, esse problema reflete uma certa crise familiar. Por razões diversas, pais e filhos se distanciaram. Por isso, a estratégia básica é levar ao conhecimento dos pais o que está acontecendo com seus filhos e os riscos que eles correm.
Quanto ao adolescente, é complicado conversar sobre esses riscos. A tendência do jovem que já se envolveu com maconha é minimizá-los ao máximo. “Que mal existe em fumar um baseado por semana?” é a pergunta que muitos fazem. Acontece que, na maioria das vezes, quem começou precocemente, no período de seis meses, estará fumando um baseado por dia.
Na entrevista clínica, não dá para antever o caminho que cada um percorrerá no mundo das dr**as. Quem já teve o desprazer de acompanhar um adolescente numa entrevista, tranquilizar os pais, dizendo – “Olhem, ele só está usando uma vez por semana. Essa é uma experiência pela qual ele deve passar.” – e, depois de dois anos, ver esse jovem totalmente deteriorado, traf**ando dr**as, f**a muito preocupado com o momento certo em que deve interferir. Esse é o desespero dos pais e o dilema dos profissionais: agir na medida exata da necessidade de cada caso. Nem todos precisam de tratamento, mas não se pode deixar escapar aqueles para os quais o acompanhamento clínico é indispensável.

Valdir Francisco Terapeuta

Prevenir é melhor que tratar. Alcoolismo NÃO tem cura, mas tem tratamento.
23/03/2025

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Terapia é o único método seguro para manter a saúde mental.
05/03/2025

Terapia é o único método seguro para manter a saúde mental.

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