14/02/2023
Transtorno Bipolar X Transtorno Borderline
Quando falamos sobre transtornos mentais, é comum as pessoas confundirem um transtorno com o outro, e nem sempre obter o diagnóstico com facilidade. Isso acontece porque os dois transtornos mentais podem ser similares.
👉 Segundo a Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento (a CID 11, da OMS) e do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (o DSM-5, da American Psychiatric Association). O transtorno bipolar é classificado como um distúrbio afetivo de humor e o borderline é um transtorno de personalidade.
O transtorno afetivo bipolar (TAB) e o transtorno de personalidade borderline (TPB) são confundidos por apresentarem sintomas parecidos, como impulsividade, dificuldades nos relacionamentos, comportamentos de riscos e, principalmente, instabilidade emocional.
Mesmo assim, alguns pontos permitem que eles sejam diferenciados:
A grande questão da bipolaridade é que muitos pacientes acabam passando um longo período apenas com diagnóstico de depressão - isso chega a ocorrer em cerca de 50% dos casos, algo preocupante, já que os tratamentos indicados são diferentes. Se o paciente bipolar for tratado somente com antidepressivos, pode ser que os episódios de euforia se intensifiquem ainda mais.
Por isso é importante prestar atenção nesses estados, analisar o quanto se repetem e procurar ajuda especializada o quanto antes.
O transtorno de personalidade borderline, como o próprio nome já indica, não é um transtorno de humor, mas sim de personalidade. Não é a mesma coisa que bipolaridade, em que o problema resulta da desregulação de alguns elementos cerebrais que coordenam as emoções “positivas” e “negativas”. Por mais que o paciente borderline também tenha oscilações de humor, elas são mais instáveis e efêmeras, diferentemente do que ocorre na bipolaridade, em que há dois polos bem marcados que duram um período maior.
Normalmente, as oscilações de humor dentro do transtorno de personalidade borderline têm agentes estressores mais delimitados. Um término ou uma briga com a mãe pode ser um gatilho.
Agora, na bipolaridade, os agentes estressores são variados e não estão concentrados somente na esfera dos relacionamentos afetivos. Pode ser o trânsito, problemas no trabalho, a fila do banco e outros.
Por isso o diagnóstico correto é fundamental. Diferente do que se imagina, a base do tratamento não são os medicamentos, mas sim a psicoterapia.