29/11/2017
ATENÇÃO SOBRE O USO INDISCRIMINADO DE SORINE!!!!
Os riscos do uso indiscriminado dos descongestionantes nasais, como o Sorine Adulto.
A congestão nasal, chamada popularmente de nariz entupido ou nariz constipado (minha mãe chama de estalecido), é um sintoma muito comum de diversas afecções do sistema respiratório superior. O nariz entupido em si não é uma doença, mas sim uma manifestação clínica de alguma doença, geralmente rinite e/ou sinusite.
A sensação de nariz entupido surge sempre que a passagem de ar pela cavidade nasal encontra-se parcialmente ou totalmente obstruída. Como a congestão nasal frequentemente vem acompanhada de coriza (é a inflamação da mucosa nasal, acompanhada eventualmente de espirros, secreção e obstrução nasal. No popular ou coloquial pode-se usar "nariz escorrendo", ou até mesmo catarro escorrendo), muitas pessoas acham que a causa do entupimento do nariz é um excesso de muco produzido na cavidade nasal. Não é. O muco realmente atrapalha, tanto que quando assoamos ao nariz, há uma sensação de melhora temporária da congestão. Porém, o que diminui o espaço para a passagem do ar dentro da cavidade nasal é um edema (inchaço) das mucosas pelo aumento da dilatação e permeabilidade dos vasos sanguíneos, causada por inflamação e ingurgitamento dos vasos desta região.
É importante salientar que a coriza é comum, mas nem sempre está presente nos casos de congestão nasal.A congestão nasal na maioria dos casos não é um problema grave, mas costuma ser muito incômodo. O ato de respirar é, durante a maior parte do tempo, involuntário e inconsciente. Quando o nariz está entupido, a dificuldade do ar passar pela cavidade nasal faz com que a respiração perca essas duas características, deixando o paciente bastante incomodado. Ninguém f**a à vontade tendo que respirar de forma consciente. Fora os sintomas que podem vir acompanhados da congestão nasal, principalmente nos casos de viroses respiratórias, como espirros, coceira nos olhos e nariz, tosse, cansaço, dor no corpo, etc.
A congestão nasal é geralmente um mecanismo de defesa das vias áreas. As congestão serve para reduzir o espaço para o fluxo do ar, diminuindo a passagem de estímulos nocivos para o restante das vias áreas. A dilatação dos vasos sanguíneos da mucosa nasal também serve para aumentar o aporte de sangue e, consequentemente, de anticorpos e células imunológicas para a região, ajudando no combate dos germes invasores nas vias aéreas. O aumento da produção de muco, caracterizado pela presença da coriza, também age como meio de defesa, servindo para “lavar” e umidif**ar a cavidade nasal.
Os descongestionantes nasais são agonistas de receptores alfa-1-adrenérgicos, estes causam vasoconstrição periférica, com essa contração, diminui-se a dilatação dos vasos sanguíneos que suprem a mucosa nasal, consequentemente diminui o edema, a secreção de muco e catarro, trazendo ao paciente um alívio imediato.
A longo prazo e em excesso o descongestionante pode causar lesões na mucosa, com o tempo a mucosa nasal passa a absorver pequenas quantidades dessa substância e isso vai para a corrente sanguínea, causando hipertensão, por aumento crônico da resistência vascular periférica, e problemas cardíacos. Estes também elevam o risco de trombose e formação de coágulos, em crianças pode ocasionar até a morte, por isso não é indicado, a superdosagem pode levar a parada cardíaca.
Um outro fator muito preocupante é que os descongestionantes nasais viciam, pois quando usados dão um alívio imediato, porém este é um grande risco porque a musculatura começa a não funcionar de maneira correta e o usuário precisa usar cada vez mais quantidade para manter o conforto nasal.
A melhor maneira de limpar o nariz é com soro fisiológico 0,9% (Sorine Infantil é uma alternativa) ou solução de água com sal e bicarbonato, a higiene também pode ser feita durante o banho. A água e o calor ajudam a amolecer as crostas e facilitam a limpeza. Para aqueles que já viciaram nos descongestionantes, o tratamento é feito com medicamentos orais e injetáveis que visam a recuperação da mucosa do nariz.
Referência: As Bases Farmacológicas da Terapêutica - 12ª edição - Goodman & Gilman - 2012