08/12/2025
"Considero buscar o meu lugar de descanso. Ali me assento como uma rocha ou como uma montanha, atenta e presente a todo o meu peso físico, à gravidade que me segura num lugar no qual não quero estar, presente ainda na minha aparente pequenez e impotência, nas minhas limitações, dores, e pequenas e grandes mazelas.
Abre-se a possibilidade de uma nova qualidade de olhar. Um novo conhecer. Uma percepção consciente para além de tudo o que penso saber, como uma super consciência à qual tenho acesso toda vez que me recolho em mim.
O silêncio que ali se manifesta é o do pulsar do coração, mostrando-se como vibração de frequência ainda frágil e desconhecida, descortinando a culminação de uma sabedoria para lá de milenar, que reúne toda a experiência do Universo e a disponibiliza para que a intuição que se aguça e presta atenção possa fazer mais e mais escolhas felizes. Toda a paranoia do fazer, fazer bem, fazer melhor, fazer perfeito, como que morre na praia, levada pela suave onda do respirar que vou entregando. Quanto mais entrego, mais o quieto, vivo, infinito e sem forma me preenche e sem alarde passa a tudo prover com abundância exuberante e serena."
Lucia Ehlers