01/12/2025
Era dezembro de 2018: últimos atendimentos, sensação de que o ano já estava se despedindo. Foi então que recebi o pedido de uma mãe — um pedido urgente, aflito — buscando uma vaga antes do Natal para sua menina de apenas 2 anos e 3 meses.
Apesar do recesso se aproximar e da agenda cheia, consegui abrir um espaço para acolhê-las. Na anamnese, a mãe contou que a filha havia dito as primeiras palavras apenas aos 2 anos e que nem pedir água conseguia. QUANDO TINHA SEDE, RECORRIA AO "MAMAR", pois não sabia expressar seu pedido.
Havia ali, na fala daquela mãe, uma mistura de preocupação, cansaço e esperança.
Durante a triagem, alguns sinais foram se revelando: alterações na motricidade orofacial, uso excessivo de telas, episódios de otite, respiração oral, dificuldade de compreensão...
Acolhi aquela família com carinho, orientei os primeiros passos, iniciamos os estímulos, e então o tempo fez sua parte 🙏
No início do próximo ano, aquela pequena que antes quase não falava passou a ter uma comunicação mais funcional, começou a apontar e a usar a fala para solicitar o que desejava — mesmo ainda com pouca inteligibilidade. Em fevereiro iniciou a união de palavras. Frases simples, mas cheias de significado, como um decidido “não, irmão!”
O que antes era silêncio, agora tinha ganhado voz 🗣️✨.
A evolução reforçou a importância do acolhimento familiar, da adequação dos estímulos do ambiente e da necessidade de avaliações complementares 🔎.
Compartilho esse caso agora, no fim de mais um ano para lembrar da importância de buscar um fonoaudiólogo ao menor sinal de dificuldade na comunicação.
O acolhimento no momento certo transforma trajetórias. 💫