30/05/2024
"Juntamente com as exigências da vida, é o amor que mais educa" (Freud).
Uma vez na faculdade ouvi o relato de uma profissional de psicologia, que estava assustada pois estaria indo prestar atendimento a um grupo de pessoas imigrantes que estavam chegando de um navio, onde estas pessoas passaram meses com restrição de água, alimento e sono. Algumas destas pessoas estavam até doentes devido infeções que acabaram adquirindo na viagem. Sem falar que muitas delas haviam perdido suas casas, familiares e amigos.
Contudo, chegando lá, essa profissional ao começar a ouvir o relatos dos tripulantes do navio, se surpreendeu, pois o conteúdo que eles mais traziam para as sessões eram, um amor que acabou conhecendo na viagem, uma pessoa que amava que ficou para trás, o sonho de amar novamente. Lembranças de momentos com pessoas importantes... Ou seja, mesmo passando por tantas situações de calamidade, para aquelas pessoas, falar sobre o amor parecia ser a coisa mais importante.
Na clínica também tenho encontrado isso, pessoas que se encontram em situações de vulnerabilidade, mas que mesmo assim não perderam a esperança em amar novamente. Não devemos subestimar a força desse sentimento, ele também é necessário para que exista a vida, ou como Freud escreveu "em última análise, precisamos amar para não adoecer."