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Raquel Abeche Jacob Psicologia, Cascavel (2025)

01/01/2020

“Um dia, quando olhares para trás, verás que os dias mais belos foram aqueles em que lutaste.”
(Freud)
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Esquecer o que ficou para trás e prosseguir para o que está diante de nós é meu desejo para o novo ano.🎇
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✨Feliz 2020 amigos!✨
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⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀- Raquel Abeche Jacob.

27/11/2019

*** CONTÉM SPOILERS ***
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Coringa (2019) é um filme que provoca revolta, fascínio, sobretudo angústia.
Alguns pontos se destacaram particularmente. A gargalhada inoportuna, incontrolável e angustiante reflete justamente aquilo que não é absorvido. Piadas, humor e alegria são refletidas pelo protagonista que era chamado de “feliz” pela mãe, mas declara nunca ter tido um segundo sequer de felicidade. Enlouquecedor.
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Diz isso pra assistente social, que, ironicamente, nunca o ou(viu).
E quem o ou(viu)? Excluído não só pelos de fora, mas também pelos de dentro. Não houve um próximo que o olhasse e/ou escutasse. E, ainda, o pouco que tinha, perdeu. Perdeu o acesso aos medicamentos, o emprego, dignidade, foi humilhado publicamente várias vezes e sua história, a sua verdade, caiu por terra. Tudo perdeu o sentido. Virou piada. Sua vida passou de drama, à comédia. E dessa comédia - que de graça não tinha nada - sobra o caos. Encontrou a saída ao g***r disso.
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Graça, em Coringa, é sarcasmo.
Engraçado que quando Arthur é idolatrado pelos marginalizados, ainda é tido como objeto. É usado em prol do desejo de outros. Ninguém que o idolatrava queria saber da sua dor. Engraçado também, que em meio a uma cena de horror, em que Arthur mata seu amigo de forma cruel, o diretor provoca os telespectadores à risadas quando o anão não consegue abrir a porta. Na sala de cinema escutei risos em meio ao horror.
Do drama à comédia? Ou seria a comédia em meio ao drama? Parece que a nossa sociedade não é tão diferente do Coringa.
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⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀- Raquel Abeche Jacob.

20/10/2019

Vivo num meio de cobranças. Tenho que aprender, entender, absorver e me preencher cada vez mais. No meio de tantos excessos eu me perco e não consigo me encontrar. Me sinto sugada pelo anseio desenfreado de uma busca por aquilo que me completa, e essa angustiante busca fecha meus olhos pra um algo, uma coisa – ou a coisa – que eu insisto em negar.
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O fim de um ciclo dá sentido ao início dele, e o sentido se deu numa falta dolorosa, mas libertadora. Um fio de luz em meio ao caos aponta para um esvaziamento. Um “dezaprendimento”, ou, usando uma palavra que existe na língua portuguesa, um desprendimento.
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Desaprendi de quem eu era, desaprendi de ideias e ideais, desaprendi de ilusões sedutoras, desaprendi das minhas verdades absolutas, desaprendi de todas as minhas certezas... em meio a alguns “dezaprendizados”, construí outros, desconstruí alguns, e também destruí algumas coisas que a Vida tem me permitido reconstruir...
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E o mais engraçado – e talvez paradoxal – é que eu passar por esse processo, é que tenho encontrado algumas pérolas raras, que minhas certeza me impediam sequer de desejar procurá-las... e seguimos na busca.
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Sigo aprendendo e desaprendendo.
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⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀- Raquel Abeche Jacob.

27/09/2019

🎗 Morte e suicídio são paradoxais.
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O suicida não é alguém que quer morrer, porque, como falamos nos posts anteriores, não se sabe o que é a morte.
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O suicídio é um ato, desesperado, de alguém que não suporta mais sofrer.
Freud disse que o suicídio não é a morte de si mesmo, mas um homicídio contra um objeto, geralmente internalizado. Um objeto interno que o ameaça, tortura, é agressivo, o perturba. Os ataques mortais dirigem-se a um objeto introjetado, mas quem morre ou pode morrer nessa roleta russa é o corpo físico.
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É justamente nesse lugar da falta, do vazio e da dor, que é aparentemente impossível vislumbrar algo de bom, é possível dar um novo signif**ado. E, ao invés de - se - matar, o sujeito, pela palavra, pela fala, pode buscar saber o que realmente quer matar. E, talvez, realmente matar algo simbolicamente.
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💛 Falar sobre essa dor e dar um novo sentido a ela, escutar e questionar a angústia avassaladora. Como cada sujeito, em sua singularidade, transforma isso - indo em direção ao outro, aos laços - é onde reside a sutil beleza da VIDA. 💛
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⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀- Raquel Abeche Jacob. 🎗

24/09/2019

🎗
“Amar elo. Amar elo entre a vida e a morte, Ser e desejo, ser de desejo. O desejo enlaça a biologia, a carne goza e se faz corpo e Ser. Ser-corpo, corpo-falante, corpo-pensante, corpo-desejante, para a vida e para a morte; amar elo é viver.” (Jorge Sesarino)
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SEtembro AMARelo é um mês de campanha pela conscientização e prevenção do suicídio. Chegando ao fim desse mês, o que ficou de mais signif**ativo dessa campanha tão importante é justamente a importância dos elos, dos laços, de fato precisamos uns dos outros. Já dizia Tom Jobim, é impossível ser feliz sozinho.
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“Não há nada que nos segure na vida a não ser o laço com os outros.” (Ana Suy)
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⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀- Raquel Abeche Jacob. 🎗

23/09/2019

🎗 Freud estuda o tabu dos mortos e admite que a morte não tem representação no inconsciente. Nas suas palavras “nosso inconsciente, então, não acredita na sua própria morte; ele se comporta como se fosse imortal”. Nossas mentes parecem ser construídas de forma a ter a expectativa da permanência.
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🎗 C.S. Lewis vai de encontro a essa afirmação ao nos advertir que o conceito de morte é difícil pra mente humana captar. Ele classif**a a morte como “o inconcebível, o não-criado, a coisa que vem d’alem da natureza (...)”
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🎗Por isso, falar sobre a morte tem um caráter de estranheza. Mas de certa forma, inconscientemente, estamos destinados a ela.
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🎗Maria da Paz Manhães disse que vivemos a morte todos os dias, mesmo tendo horror a ela, com pensamentos e atitudes destrutivos. Ao lado desse descontentamento e tentativa de negação, o homem busca, sem saber, tentativas que o imortalizem, cuidando exageradamente do seu físico ou psiquismo.
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🎗Essa fala vai de encontro com o estado paradoxal entre morte e vida que muitos autores já discorreram sobre. Heráclico conceituou que a morte e a vida não são contrários. Morte e vida são complementares e presentes a cada instante.
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🎗Lewis concluiu que podemos ter apenas três atitudes quanto à morte: “Desejá-la, ter medo dela ou ignorá-la. A terceira alternativa, que o mundo moderno chama de ‘saudável’, certamente é a menos fácil e mais precária de todas”.
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🎗Viktor Frankl encontrou o sentido da vida ao vivenciar o cotidiano de um campo de concentração, no encontro com a morte iminente.
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🎗Lacan diz tanto sobre uma falta constituinte presente no ser humano, o motor que nos move, como o buraco no centro do disco de vinil que é o que o faz ser aquilo que ele foi feito pra ser, sem o furo, o disco perde sua função.
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🎗Não sofremos porque nos falta algo, sofremos porque desconhecemos e ignoramos essa falta. É nesse paradoxo, aparentemente contraditório, de que na busca do saber de uma falta, se deparar com a nossa mortalidade, é que a vida pode ter sentido. Em análise temos uma certeza: a da falta. Na vida, temos uma outra certeza: a da morte.
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⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀- Raquel Abeche Jacob.🎗

24/08/2019

Falou e disse.
Falou, mas não disse.
“Fulano falou, falou, falou, e não disse nada!”
“Não foi isso que eu quis dizer”, quem nunca? Mas foi isso que você falou.
E lá tem diferença?
O se tem!
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Falar é fácil. É desabafar, reclamar, desresponsabilizar.
Dizer dói, implica, apavora, envergonha, assusta... depois alivia. Porque dizer traz verdade. Independente se é bonita, ou feia. Mas calma, pra dizer, é preciso primeiro falar, e falar, e falar, e repetir... aí o dizer vai aparecendo, você vai chegando nele sutilmente, e quando percebe, já estava dizendo a algum tempo.
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Há também quem diga sem falar uma palavra. Porque dizer é silêncio, é corpo, é gesto, é olhar, é imagem, e, às vezes, é até palavra.
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⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀- Raquel Abeche Jacob.⠀

23/08/2019

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A gente só ouve com o ouvido. Escutar é diferente de ouvir. Escutar é com os cinco órgãos do sentido. Porque escutar é sentir, sentido, sentimento... Escuta é flutuante, atenta, analítica.
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Ouvir é fácil, escutar não... escutar é desafiador. É se deparar todo o tempo com o não saber. Porque só se sabe aquilo que se escuta.
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Escutar custa caro, ser escutado também. É caro, mas não tem preço. Só quem já foi escutado sabe... a escuta sensível é um alívio da angústia. Saber que alguém te escuta, afaga a alma. Quem escuta não julga, ama.
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A gente as vezes acha que escuta, mas tá só ouvindo, e quanto tempo demora pra entender isso... mesmo entendendo, continua sem saber. Mas pelo menos sabe que não sabe.
A gente depende da escuta do outro.
Mas e eu? Escuto aquilo que digo?
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⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀- Raquel Abeche Jacob.

22/08/2019

A gente vê, mas não olha. É visto, mas não é olhado.
Ver... até o animal vê! Isso é visão. Olhar vai além.
Ver é simples, olhar é complexo.
Ver é superficial, olhar é mergulho profundo.
Ver é rápido, olhar é lento, demorado.
Ver é julgamento, olhar é acolhimento.
Ver é instinto, olhar é pulsão.
Ver restringe, olhar amplia.
Ver tem nome, palavra; olhar, muitas vezes, não.
Ver é de fora pra fora e de dentro pra dentro, olhar é de fora pra dentro e de dentro pra fora.
Ver só tem um lado, olhar é paradoxal.
Ver é corriqueiro, frio, sem interesse, não provoca. Olhar é analítico, sensível, detalhista, exigente.
Ver é nascido, olhar é aprendido, adquirido, desenvolvido.
Ver é generalista, olhar é singular.
Ver é desperceber, esquecer; olhar é transformação, compreensão.
Olhar pode perturbar, angustiar, revoltar. Mas também enriquecer, aquecer, desenvolver.
Porque só o olhar contempla.
Olhar é ser sujeito de si. Olhar é virar gente. Olhar é vida humana.
E vida humana,
é poesia.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀- Raquel Abeche Jacob.⠀⠀⠀⠀

14/08/2019

Indagações...
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Indagações em vez de respostas.
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Pontos de interrogação em vez de pontos finais.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀ ❔
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- Raquel Abeche Jacob.

12/08/2019

Um dia a gente entende que a vida é caos, é desamparo.
Um dia a gente entende que a incerteza não só faz parte, mas é necessária.
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Um dia a gente aprende. Prende. Solta. Cai, levanta e cai de novo, dessa vez f**a no chão, mas depois levanta. Se liberta mas continua presa. Até porque nem sabe do que quer se libertar. Quer se libertar da dor? Isso é liberta-dor! Mas quem se liberta de si mesmo?
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Neruda disse que o maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido. Será? Vinicius de Moraes falou que todo grande amor, só é bem grande se for triste. Será? Só sei do sofrimento, porque sei do conforto. Só sei da alegria, porque já senti a tristeza. Se sofre é porque existe? Se existo é porque penso? Lacan disse que existo onde não penso. E COMO se existe naquele lugar onde não se pensa. Faz aquilo que jurou a vida inteira que não faria – que tinha CERTEZA que não faria. Mas faz, e faz de novo. Fala aquilo que não queria dizer, “não foi isso que eu quis dizer”. Ou foi? Você tira a coberta da verdade – des-cobre - de que a certeza te atravessou, e que você se contradiz. Se contra-diz. É contra aquilo que você mesmo diz. Culpa, remorso ou arrependimento? O que é que sente? Mais do que sente, o que é que pensa? O que é que pulsa? Porque aquilo volta, e volta e insiste até que seja ouvido.
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Chega um momento que isso (ou o isso) se torna insuportável. Esgotam-se as forças inúteis de barrá-lo, porque ele é insistente. Aí surge um desejo, o desejo ouvir isso. Isso que não penso, mas que existe. Mas pra ouvir, tenho que dizer... falar que é fácil, o inferno é dizer. Mas você diz... e diz, e diz de novo. E, meio que sem perceber, aquilo vai se tornando suportável, como a entrada da luz do dia pela janela, quando você nota os primeiros raios, eles já estavam entrando há algum tempo.
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⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ - Raquel Abeche Jacob.

11/08/2019

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“Pai é aquele que, garantindo um chão, nos permite voar mesmo ser ter asas”. (Ana Suy)
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Feliz dia dos pais àqueles que nos apresentam o mundo fora do nosso mundo. 💙

Raquel Abeche Jacob Psicologia

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