24/01/2022
Sobre o trabalho do terapeuta muito se diz, há diversas suposições. Entre elas que é solitário, envolve lidar com problemas dos outros… Ouvi um bocado disso quando decidi entrar na psicologia e ainda um tanto atualmente quando falo sobre minha profissão.
Muitas vezes o senso comum acerta, mas não é o caso. Mesmo de uma pequena sala eu tenho acesso a mundos inteiros, seria exagerado dizer universos? Bem, se é assim que sinto não pode estar errado. A cada pessoa que entra em contato comigo na busca corajosa de conhecer a si mesma, vejo perspectivas e narrativas tão diversas que mal parecem vir do mesmo planeta. Curioso também tantas vezes a semelhança que quase desconfio terem combinado de trazer o mesmo tema.
Já sobre “só lidar com problemas”, vish… poderia escrever mil páginas discordando. Justamente isso tem a ver com um dos conceitos que mais me conquistou na psicologia junguiana: a sombra. Por isso tô falando sobre isso exatamente nessa foto. Dar espaço a essa sombra, trazer à luz e esperar minuciosamente o momento adequado de utilizá-la é arte.
Assim como na fotografia não há só luz, a sombra faz parte da composição. Essa específica, só é possível nessa exata hora do dia.
Ser terapeuta é estar em contato com tudo isso, universos, perspectivas, sombras e luzes. E não de uma posição distante ou intocável. A psicoterapia acontece nesse contexto, nessa troca e conversas (conscientes e inconscientes) que só são possíveis entre humanos. Reais. Ou será que algum dia haverá terapia com robôs?
Bem, daqui do meu universo espero receber e acompanhar os valentes exploradores e descobridores de si mesmos.
Boa semana ✨