28/10/2025
Nem sempre é fome. Às vezes é só um abraço que virou comida.
Comida tem gosto de afeto. De aconchego. De pausa.
E tudo isso é legítimo! Somos humanos, somos os únicos seres que não só se alimentam para suprir necessidades fisiológicas.
Mas quando a comida vira nossa principal ou única fonte de conforto, algo começa a se desequilibrar.
Usar o chocolate para aliviar a frustração, o delivery para acalmar a ansiedade, o doce como prêmio depois de um dia difícil... pode funcionar por um tempo.
Mas, sem perceber, o cérebro começa a associar alívio emocional com comer, e repete isso no automático.
É como treinar um músculo: quanto mais você recorre à comida para se acalmar, mais forte f**a essa conexão. E sempre que sentir um desconforto seu cérebro vai lembrar da comida e aumentar esse desejo.
E menos acesso você tem a outras formas de cuidado: conversar, respirar, descansar, dizer não, tomar um banho relaxante, liga para alguma amiga para conversar, ler um livro que gosta, sair para caminhar, escutar uma música, fazer uma pausa…
A proposta aqui não é cortar o prazer de comer. Muito menos demonizar os momentos gostosos da alimentação. Isso sempre fará parte das nossas vidas.
É sobre ampliar o repertório. Criar novas formas de se acolher que não dependam só do que está no prato.
A comida pode ser fonte de prazer.
Mas ela não precisa carregar sozinha o peso de te fazer sentir bem.
E mesmo quando você sentir que precisa dela para se regular emocionalmente, tudo bem.
Você pode construir esse momento com escolhas mais conscientes, como um hambúrguer caseiro, um risoto leve, um strogonoff com adaptações.
Isso é redução de danos. Isso também é autocuidado.
Porque comer pode acolher, sim.
Mas você merece mais do que isso. Você merece se sentir bem, se sentir satisfeita com seu corpo, com sua saúde, ter liberdade alimentar e não f**ar refém das suas vontades.
Me conta aqui nos comentários: qual atividade você pode incluir na sua rotina para ter um bem estar que não envolva a comida?