25/06/2023
Frequentemente o signif**ante TUDO se presentif**a no discurso do sujeito na clínica.
📍Ah eu tentei de tudo!
📍Eu fiz tudo o que podia!
Creio que se faz necessário questionar-se quanto ao que signif**a esse TUDO, afinal, ainda que TUDO possa nomear muita coisa, há sempre algo que f**a de fora, pois o todo sempre comporta uma falta.
E assim podemos compreender em certa medida a clínica das compulsões: as ofertas ilusórias de conseguir eterna satisfação tem como pano de fundo um excesso. O sujeito entra em uma tentativa de extrair o máximo de satisfação do objeto e o alcance fictício de completude.
“Na análise, o encontro com a falta implica em que o sujeito renuncie aos ideais e à completude com o Outro, aceitando que é castrado.” Cabe-nos em análise consentirmos que a psicanálise não promete cura, nem tão pouco uma vida sem angústia, mas é possível transitar entre o desconforto, fazer novos arranjos e perceber que o pacto de totalidade está para a contemporaneidade capitalista onde nada falta e a satisfação só é possível quando se extrai tudo do objeto.
A questão que f**a é: como alcançar o tudo se ele nunca chega? Talvez fazendo as pazes com a falta, consentindo que o objeto que supostamente completa o sujeito jamais será encontrado, o que confere a posição de sempre estar insatisfeito. Entretanto, a tentativa de satisfação é o que move o sujeito em direção ao desejo.