29/11/2025
Salve, corações…
Se toda a vida é sagrada… se o simples fato de existir já carrega a centelha da criação, então a pergunta que permanece ecoando é: o que não é sagrado?
E quando deixamos essa pergunta entrar — não na mente, mas no peito — algo muda.
Porque aquilo que chamamos de “sagrado” nunca esteve limitado ao templo, ao ritual, ao incenso, ao canto, ao altar.
O sagrado é anterior a tudo isso.
O sagrado é aquilo que é, mesmo quando não percebemos.
Se a vida é sagrada, então cada instante carrega um brilho.
Cada encontro revela um espírito.
Cada gesto contém um portal.
Cada respiração é uma bênção despercebida.
O que não é sagrado?
Não é sagrado o olhar que julga.
Não é sagrado o medo que separa.
Não é sagrado o pensamento que diminui a vida — a nossa ou a do outro.
Não é sagrado o hábito de esquecer que somos parte do Todo.
Não é sagrado o movimento que nos desconecta do coração, da presença, da verdade.
Mas mesmo isso… mesmo aquilo que não é sagrado — quando tocado pela consciência — retorna ao sagrado.
Porque tudo o que existe pode ser lembrado pela luz da presença.
Tudo pode ser ressignif**ado.
Tudo pode ser curado.
Tudo pode voltar ao estado de origem: o estado de ser.
O que não é sagrado, então?
Não é sagrado aquilo que criamos contra a vida.
O que nasce da inconsciência.
O que nasce da reação.
O que nasce da separação.
O que nasce do esquecimento.
E ainda assim — ainda assim — até o que não é sagrado pode se tornar ponte para o sagrado, quando olhamos com verdade.
Quando acolhemos a sombra.
Quando aprendemos com a dor.
Quando assumimos responsabilidade.
Quando voltamos para nós.
Quando lembramos.
Porque a vida, em sua essência, é sagrada.
O espírito, em sua natureza, é sagrado.
A existência, em seu silêncio, é sagrada.
Não há nada mais profundamente sagrado do que a própria consciência se reconhecendo como parte do Todo.
E talvez a pergunta real seja outra:
não “o que não é sagrado?”,
mas “o que em mim ainda não aprendeu a ver o sagrado em tudo?”
Quando esse olhar desperta, o mundo muda.
A vida muda.
A relação muda.
Nós mudamos.
Porque enfim entendemos:
o sagrado não está na coisa —
está na forma como a vivemos.
Com amor, com presença e com reverência ao Mistério,
Sthan Xannia Tehuantepeltl