28/11/2025
Salve, corações…
Hoje, sentado com meu tambor, respirando com a Terra, senti algo muito claro… quase como se o próprio chão me chamasse para falar com vocês — com os homens que estão aqui, com as essências masculinas que atravessam esse caminho, com aqueles que silenciosamente carregam perguntas, pesos, memórias e forças que nem sempre sabem nomear.
E eu senti vontade de falar… não como mestre, não como líder, não como referência.
Mas como homem.
Como essência.
Como alguém que também cai, aprende, levanta.
Como pai, companheiro, amigo, avô…
Como aquele que, mesmo depois de décadas conduzindo rodas, rituais, caminhadas, ainda continua se descobrindo.
Então deixa eu falar com você agora… com o homem que respira aí do outro lado, com a alma que lê isso talvez buscando algo, talvez sem saber exatamente o quê.
Escuta aqui comigo.
O caminho do sagrado masculino não é um pedestal.
Não é uma capa bonita.
Não é uma ideia iluminada.
É um processo vivo, cru, profundo — e tremendamente humano.
Ser homem hoje… é difícil.
O peso é grande, mesmo quando ninguém vê.
A pressão por ser forte, resolver, sustentar, calar… ela aperta por dentro.
E muitas vezes, sem perceber, a gente veste uma armadura que protege… mas também aprisiona.
E eu sei que você sente.
Eu sei que você percebe que tem algo maior chamando.
Algo dizendo: “Ei… tem mais. Tem outra forma de viver. Tem outra forma de ser homem.”
E é aí que o sagrado começa.
Não quando você vira um arquétipo perfeito.
Mas quando você começa a tirar a máscara.
Quando você olha para você sem defesa.
Quando você percebe que ser homem não cabe num rótulo, nem num estereótipo, nem num papel.
Porque antes de ser homem… você é ser.
Antes de ser força… você é alma.
Antes de ser masculino… você é essência.
E quando você encosta nisso, mesmo que por um segundo, algo se abre.
Algo relaxa.
Algo respira melhor.
O sagrado masculino não é sobre endurecer:
é sobre se permitir sentir.
É sobre se responsabilizar pela própria vida, pela própria energia, pela própria verdade.
É sobre parar de fugir de si.
E deixa eu te dizer isso olhando direto pra tua essência:
um homem desperto não tem medo de ser real.
Ele sente.
Ele fala.
Ele assume.
He erra e volta.
Ele se apoia no próprio eixo.
Ele se reconcilia com a própria sombra.
Ele não projeta mais a dor nos outros.
Ele aprende a cuidar do próprio fogo — sem apagar e sem queimar ninguém.
E é aqui, exatamente aqui, que a prática acontece.
Não é cerimônia.
Não é ritual.
Não é livro.
É momento a momento.
É quando você respira antes de reagir.
É quando você escolhe presença ao invés de impulso.
É quando você fala a verdade ao invés de se esconder.
É quando você cuida para não repetir o que feriu você.
É quando você decide ser inteiro, mesmo que não saiba como.
O sagrado masculino é liberdade.
Liberdade de ser.
De se descobrir.
De se reinventar.
De parar de carregar o mundo e carregar apenas o que é seu.
Liberdade de viver com dignidade, com centro, com coração.
E eu estou te dizendo isso agora como se você estivesse sentado na minha frente, ouvindo o som do tambor, sentindo o cheiro da terra molhada, olhando nos meus olhos enquanto a vida passa entre nós.
Porque eu sei: algo em você está pronto.
Algo em você está despertando.
Algo em você está lembrando.
E agora, para encerrar…
Receba estas palavras como quem recebe um irmão que toca teu ombro com suavidade e firmeza.
Receba como quem acolhe um chamado que já é teu.
Receba como quem sabe que chegou a hora de caminhar mais leve, mais verdadeiro, mais inteiro.
Que você siga conectado ao teu coração, ao teu fogo, ao teu espírito.
Que cada passo seja presença.
Que cada escolha seja consciência.
Que cada gesto seja liberdade.
E que, neste exato agora, você sinta que não está sozinho — há um caminho, há um propósito, há uma força maior atravessando você.
Com amor, com respeito e com a verdade do aqui e agora,
Sthan Xannia Tehuantepeltl