Psicóloga Valeska Bassan

Psicóloga Valeska Bassan Psicóloga especializada em transtornos alimentares e obesidade. Professora e Coordenadora - AMBULIM - Ambulatório de Transtornos Alimentares- IPQ/USP

A liberação do Mounjaro para dentistas parece, à primeira vista, uma questão técnica.Mas levanta um ponto que vai muito ...
06/12/2025

A liberação do Mounjaro para dentistas parece, à primeira vista, uma questão técnica.
Mas levanta um ponto que vai muito além da bula: como estamos lidando com o desejo coletivo por soluções rápidas, especialmente quando o corpo vira alvo.

O que começou como um medicamento para diabetes agora ocupa manchetes como promessa de transformação.

O problema nunca foi a tecnologia.

É a pressa.

É o jeito como o sofrimento emocional segue sendo tratado como detalhe.

E como psicóloga, o que me preocupa não é o acesso ao remédio.

É a facilidade com que a gente apaga a história de quem sofre, desde que o corpo responda do jeito “certo”.

Porque o número na balança pode até cair, mas e o peso da culpa, da comparação, do desgaste de uma vida inteira?

Qual foi a frase que marcou a forma como você enxerga seu corpo até hoje, mesmo depois de tantos anos?
05/12/2025

Qual foi a frase que marcou a forma como você enxerga seu corpo até hoje, mesmo depois de tantos anos?

E se o carinho que você está esperando do mundo for exatamente o que você precisa aprender a se dar?
04/12/2025

E se o carinho que você está esperando do mundo for exatamente o que você precisa aprender a se dar?

Comentários sobre o corpo não desaparecem só porque o tempo passa.Alguns ficam guardados e começam a influenciar a forma...
03/12/2025

Comentários sobre o corpo não desaparecem só porque o tempo passa.

Alguns ficam guardados e começam a influenciar a forma como você se vê, age e se trata, mesmo anos depois.

Entender de onde veio essa voz é o primeiro passo para tirar dela o poder que nunca deveria ter tido.

O que você ouviu sobre o seu corpo lá atrás e que, de algum jeito, ainda interfere em como você se enxerga hoje?

Demi Lovato disse em uma entrevista um tempo atrás, que, durante anos, achava que o problema dela era “não conseguir se ...
02/12/2025

Demi Lovato disse em uma entrevista um tempo atrás, que, durante anos, achava que o problema dela era “não conseguir se controlar”.

Toda vez que tinha um episódio de compulsão, vinha aquela sensação de derrota, como se aquilo dissesse algo terrível sobre quem ela era.

Em um dia, ela descobriu o próprio padrão depois de um episódio muito simples:

ela tinha seguido a dieta a semana inteira, mas comeu um pedaço de bolo em um ensaio.
Foi só isso.

Mas o problema não foi o bolo.
Foi o que veio segundos depois.

Ela disse que, naquele instante, a cabeça dela começou a disparar frases que ela já conhecia de outros momentos:

“você estragou tudo”
“não consegue fazer nada direito”
“por isso seu corpo nunca muda”

Ela não estava diante de uma crise emocional enorme e não tinha acontecido nada trágico naquele dia.
Era só um pedaço de bolo.
Mas a reação interna foi grande demais para o tamanho do “erro”.

E foi ali que ela entendeu que a dor dela não tinha nenhuma relação com a comida, mas no que ela tinha aprendido a dizer para si mesma toda vez que fracassava em parecer perfeita.

Esse momento virou um marco porque ela percebeu que sempre se punia do mesmo jeito, como se um deslize alimentasse uma narrativa inteira de inadequação.

Quando levou isso para a psicoterapia , ouviu algo que fez sentido no mesmo segundo:

*“O problema não é o bolo.
É o tom da conversa que você mantém com você depois dele.”*

Foi ali que ela entendeu que não adiantava vigiar a comida se não olhasse para o motivo que fazia ela se punir por tão pouco.

Quando você pensa nos seus “erros”, o que dói mais: o que você fez ou o que você se diz depois do seu erro?

A maior parte das mulheres que comem emoções não percebe quando essa relação começou.Elas acreditam que “só comem demais...
28/11/2025

A maior parte das mulheres que comem emoções não percebe quando essa relação começou.
Elas acreditam que “só comem demais”, que “desandaram”, que “não têm controle”.
Mas, quando a gente olha com calma, quase sempre existe uma história que veio antes da comida.

No ano passado, uma francesa de 28 anos contou seu relato para a imprensa europeia e chamou atenção pela semelhança com tantas outras mulheres.
Ela cresceu ouvindo elogios para o rosto, para o corpo, para o “potencial estético”.
E, durante um período de estresse intenso, engordou oito quilos.

O que veio depois não foi apoio.
Foram críticas.
Comentários sobre “desleixo”.
Piadas sobre “como ela estava desperdiçando a própria beleza”.
E até um chefe dizendo que a empresa “esperava uma aparência mais profissional”.

Aos poucos, ela começou a comer escondido.
Não por fome.
Mas porque era a única forma de aliviar o peso de tentar voltar a ser quem os outros queriam que ela fosse.

A compulsão não nasceu do prato.
Nasceu da cobrança.

Esse é o tipo de vivência que acaba formando o padrão que alguns profissionais chamam de Síndrome de Afrodite, quando a mulher aprende a acreditar que o valor dela depende do corpo que ela entrega para o mundo.

E os discursos que reforçam isso, direta ou indiretamente, são reflexo de uma cultura que transformou estética em obrigação.
Quando esse tipo de lógica se repete por anos, o emocional se desgasta, a culpa cresce, e a comida vira o único lugar onde o corpo consegue respirar por alguns minutos.

Mudar essa relação não passa por força de vontade.
Passa por entender o que te ensinou a carregar um padrão que nunca foi seu.
E, pouco a pouco, reconstruir a forma como você se enxerga, por dentro e por fora.

A comparação costuma aparecer nos momentos em que você está mais vulnerável.Ela entra ocupando o espaço daquilo que você...
27/11/2025

A comparação costuma aparecer nos momentos em que você está mais vulnerável.

Ela entra ocupando o espaço daquilo que você ainda está construindo, como se dissesse que você deveria estar mais adiantada do que realmente está.

Existe algo interessante sobre o comportamento humano que explica essa sensação: quando você se compara, o cérebro ativa as mesmas áreas usadas para lidar com ameaça e competição.

Ou seja, antes mesmo de você pensar, seu corpo já respondeu como se estivesse sendo avaliado.

Por isso comparar desgasta tanto.

Porque quando você olha para alguém que já chegou em um ponto e se coloca ao lado dela, parece que você está ficando para trás.

Agora, construção é outra dinâmica.

Ela funciona num ritmo muito mais calmo, mais silencioso.

É feita de pequenas escolhas que não parecem grandes no dia em que acontecem, mas que se somam quando você está presente o suficiente para percebê-las.

Quando você volta a prestar atenção em si, nota mudanças, coisas simples, como respeitar seu tempo, entender seus limites ou não entrar na pressa de todos os dias.
Esses detalhes não aparecem no corpo de imediato, mas mudam a forma como você vive dentro dele.

Comparar te coloca num estado de urgência.

Construir te ajuda a entender o seu próprio ritmo.

Já reparou o quanto você tem se comparado com o progresso de outra pessoa?

Estamos em 2025, e ainda tem pessoas que insistem em dizer que obesidade é falta de força de vontade.Um dos estudos mais...
26/11/2025

Estamos em 2025, e ainda tem pessoas que insistem em dizer que obesidade é falta de força de vontade.

Um dos estudos mais comentados no fim de 2024 analisou mulheres que viviam ciclos repetidos de compulsão alimentar. O dado que chamou atenção não foi o peso, nem a dieta, foi o histórico emocional.

Mais de 70% dessas mulheres tinham passado por momentos intensos de estresse, perdas, críticas ao corpo ou cobranças familiares desde cedo.

E todas tinham algo em comum: quando o emocional apertava, a comida virava a única forma de desligar o barulho interno.

Força de vontade funciona para hábitos simples como acordar mais cedo, beber mais água, organizar a rotina…

Mas quando existe dor acumulada, o cérebro muda de rota.

Ele não pensa em disciplina.

Ele busca sobrevivência.

E é por isso que tantos esforços fracassam.

Se o que você vive não é preguiça, nem falta de vontade, e sim cansaço emocional, saiba que tem nome, tem explicação e tem caminho.

E você não precisa carregar isso sozinha.

A ansi.edade não aparece com grandes sinais. Ela chega cedo, ainda no começo do dia, naquele aperto no peito que você ig...
25/11/2025

A ansi.edade não aparece com grandes sinais.

Ela chega cedo, ainda no começo do dia, naquele aperto no peito que você ignora porque tem que seguir. Nas mensagens não respondidas, nas tarefas acumuladas, na sensação de que você precisa dar conta de tudo.

O corpo vai ficando tenso, a respiração prende, o pensamento corre mais rápido do que você gostaria. E você continua, porque tem que continuar.

Só que, em algum momento, você vai procurar algo pra aliviar.
Às vezes é um pacote aberto no meio da tarde. Às vezes é um doce que você nem queria. Às vezes é comer rápido, quase sem sentir o gosto, só pra tentar reduzir um pouco a pressão interna. E funciona por alguns minutos. Parece que coloca tudo no lugar, pelo menos o suficiente para você seguir.

E aí vem a culpa. A cobrança.

Mas você esquece o que veio antes…

O dia cansativo, a cabeça que não se aquieta um minuto, o esforço constante para parecer bem, o medo de desabar.

A comida entra quando você já está no limite, tentando achar uma saída onde não tem muita opção.

Isso não significa que você perdeu o controle. Significa que você estava tentando se segurar sozinha, do jeito que deu. E esse jeito cansa. Cansa muito.

Você precisa para de olhar apenas para o que colocou no prato e começar a observar o que estava acontecendo dentro de você antes disso.

E a pergunta que você se faz deixa de ser “por que eu fiz isso?” e passa a ser “o que estava tão difícil naquele momento que eu precisei desse alívio?”.

Quando você entende isso, deixa de se ver como inimiga, e começa a enxergar que seu corpo só estava pedindo ajuda.

Mas você não precisa passar por isso sozinha.

Você não precisa passar por tudo isso sozinha.Envie esse post para alguém que precisa dele.
24/11/2025

Você não precisa passar por tudo isso sozinha.

Envie esse post para alguém que precisa dele.

Obesidade não se resume ao que se come. É atravessada por quem a pessoa é, pelo que viveu e pelo que ainda tenta carrega...
21/11/2025

Obesidade não se resume ao que se come. É atravessada por quem a pessoa é, pelo que viveu e pelo que ainda tenta carregar sozinha.

Você está passando por essa fase ou conhece alguém que está? Encaminhe esse post para ela!

Se você se reconhece nesse movimento, saiba que não está sozinha e que seu corpo não é o problema. Ele está tentando con...
20/11/2025

Se você se reconhece nesse movimento, saiba que não está sozinha e que seu corpo não é o problema.

Ele está tentando contar uma história antiga, que talvez ninguém tenha te ajudado a entender.

Qual parte desse ciclo mais conversa com a sua experiência de vida?

Endereço

Cotia, SP

Telefone

+551141522036

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