24/09/2017
ADMINISTRANDO O GRANDE FANTASMA DO APOSENTADO: O TEMPO LIVRE
Durante a carreira, um dos maiores atrativos do trabalhador, é a possibilidade de, quando aposentado, poder administrar a sua vida sem depender de seu trabalho, chefe, cumprimento de horários. Esta sensação ou impressão, muitas vezes, contribui inclusive para “acelerar o processo”, ou seja, optar pela aposentadoria quando se atinge o tempo mínimo, mesmo que ainda haja possibilidades de galgar mais posições ou cargos.
Em qualquer situação, administrar o tempo nunca foi uma tarefa fácil. Ainda mais nos tempos atuais, em que as opções são infinitas, se não houver uma forma de filtrar essas opções, através de foco nos objetivos, torna-se mais difícil ainda.
Neste caso, um profissional de Coaching é muito útil no sentido de contribuir para que o aposentado ou aposentando defina seu objetivo de vida após a conquista da aposentadoria. As opções são inúmeras. Entre tantas, podemos citar as pessoas que pretendem simplesmente parar. Dar um tempo. Descansar. Há outras que apenas trocam de ramo, ou seja, desligam-se da atividade da carreira anterior e já ingressam em outra, seja por sonho, hobby ou necessidade. Há aquelas que se dedicam a realizar o sonho de viajar, outros que se dedicam a assistir os filmes ou a ler os livros que não conseguiram durante a vida ativa. Outros, ainda, se dedicam a realizar aquele curso, superior ou profissionalizante, adiado por todo tempo. Novamente, como dito, as opções são inúmeras. Neste processo, porém, há um pré-requisito a ser considerado: saúde perfeita. Saúde física e mental. Sem saúde, as possibilidades ficam restritas.
Um tanto por isso é que se diz que a aposentadoria é um processo. E neste processo, administrar o tempo parece ser um fantasma, talvez o grande vilão desta fase. Deixa-se a rotina, vivida por muitos anos, para uma vida sem horários ou compromissos.
E aí, a grande dúvida é: como administrar o tempo disponível? Pode que as pessoas se deem conta da importância da rotina. Aquela rotina que, quando em atividade, ficava por conta da organização/empresa, agora é sua responsabilidade. Estabelecer uma rotina, uma agenda diária, ajuda, e muito, a melhor aproveitar o dia, mesmo que isso não pareça importante.
Posso afirmar, por experiência própria, que um dos sentimentos que mais incomoda é a constatação da falta de importância. Eu explico: quando em atividade, inseridos em um sistema, nossa função tem uma importância bem definida. Fazemos parte de uma cadeia produtiva, como parte integrante de uma engrenagem funcional. Somos importantes. Nossa função é importante. O produto resultante do nosso trabalho é importante. Tudo isso se “perde” com a aposentadoria. Por isso precisamos tomar cuidado para não nos sentirmos “sem importância”, ou seja, pensarmos que estamos perdendo o sentido da vida. E este é o grande problema do ser humano.
Como coach, tenho uma grande preocupação com as pessoas. Testemunhei, ao longo da carreira, vidas de colegas que se perderam para os mais diversos tipos de problemas. Pessoas que tiveram suas vidas abreviadas por falta de sentido. Há muito para ser feito após a aposentadoria. Considero esta fase como recomeço, renascimento, ressurgimento. Vida nova!!!