Psicóloga Bárbara Santana

07/05/2021

"A relação de uma mãe e seu filho, é a única relação que, se tudo termina bem, termina em separação".

Ana Suy

07/05/2021

Em 06 de maio de 1856 nascia Sigmund Freud. Foi médico neurologista, criou a psicanálise e seus estudos contribuíram com diversas áreas de atuação, como medicina, filosofia, psicologia, educação, literatura, arte e política.

A criação da psicanálise permitiu a escuta e o tratamento de sintomas que antes não tinham atenção, mas se não limitou à terapeutica clínica. Freud discorreu sobre o corriqueiro da vida cotidiana, os esquecimentos, as trocas de palavras; estudou os sonhos, a sexualidade, a capacidade de sublimação... Seus escritos tiveram profunda ligação com a cultura, a ordem social, a religião, a moral e a ética.

Ao descobrir o inconsciente, suas formações e manifestações, rompendo com a racionalidade, Freud possibilitou mudanças sociais significativas. Desde então, a forma como nos percebemos e compreendemos o mundo passa pelas concepções Freudianas. Por tanta contribuição é que hoje, 06 de maio, comemora-se o aniversário de Freud e o dia do psicanalista.

06/05/2021

Paradoxo

Ele me esgota
Ele me renova

Poema: Luísa Benevides - Livro Azul de um Minuto.
Imagem: Mariana San Martin

05/05/2021

Direito Fundamental

O que será que uma mãe
faz além de ser mãe?
Ser mãe dói demais
Todas as mães precisam do direito fundamental de serem mulheres também.

Ana Suy

04/05/2021

Abajur

Agora

Eu me sinto como uma bolsa para você, sua casa,
sua manjedoura,
sua encubadora,
uma fábrica de você

Agora

Eu me sinto como uma caneta marca-texto,
que está se preparando para grifar
o que em breve haverá
de mais lindo no mundo

Agora

Eu me sinto como um girassol,
que vive não apenas por viver,
que não segue apenas o ritmo da agenda,
mas que busca a luz maior do mundo

Mas sei

Que serei como um abajur,
Uma luz suave e fundamental,
Que na melhor das hipóteses,
Se tornará dispensável depois.
Bem depois.

Poema: Ana Suy Sesarino Kuss - Livro A corda que sai do útero.
Imagem: Mariana San Martin

03/05/2021

Na clínica, muitos pacientes chegam com a expectativa de que o tratamento tenha um “tempo” determinado. Há quem acredite que a psicanálise é uma terapeutica longa e que, não dispõe de tempo para esse tipo de tratamento.

Tanto Freud quanto Lacan trabalharam o conceito de tempo fora dessa lógica que impõe uma ordem rígida entre passado, presente e futuro, uma vivência ligada à velocidade e à linearidade, comum ao capitalismo onde "tempo é dinheiro".

Lacan propôs que durante o processo de análise de um paciente o tempo é lógico. O que envolve o "instante de ver", "tempo de compreender" e o "momento de concluir". Nesse sentido, o tempo em uma análise não se mostra para todos os analisandos da mesma forma. O percurso que cada um trilha tem a ver com sua subjetividade, com o desejo e com o tempo possível para questionar-se, repensar e simbolizar. Nesse caminho muitas questões "se resolvem", para além daquelas que o sujeito acreditava ser o motivo da procura pela psicanálise.

Bárbara Santana da Silva
Psicóloga - CRP 18/02417

01/05/2021

No livro Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, o personagem Riobaldo, ao se ver em uma situação de vida que parecia não ter seu querer envolvido, como ser jagunço, afirma: “A verdade que diga, eu achava que não tinha nascido para aquilo, de ser sempre jagunço não gostava”.

No entanto, além de justamente encaminhar-se para essa função, ainda passa a liderar o bando. Emaranhado em dias repetitivos se questiona: "o que era isso, que a desordem da vida podia sempre mais do que a gente?".

Riobaldo se mostra um sujeito dividido, o qual responde pelo que faz, desconhecendo o motivo de ter feito. Atravessado por seus conflitos e impasses, em sua explanação nota-se a ambivalente relação do homem com seus atos.

29/04/2021

"Não existe desejo que não implique em perda. Tanto que quem não saber perder não consegue desejar. Desejar é perder, pelo menos perder todas as outras coisas que você poderia ter feito em vez da que você vai fazer".
Contardo Calligaris

27/04/2021

26/04/2021

Culturalmente, somos estimulados a procurar pelas melhores formas de se comunicar. De fato, é importante que as pessoas se comuniquem, seja em relações de trabalho, estudo ou pessoalmente. No entanto, o empurrão não é feito na mesma intensidade quando se fala de escutar, ao outro e a si.

Aqui, cabe uma distinção entre ouvir e escutar. Ouvir é o que fazemos quando nos comunicam algo, tem mais a ver com a função do ouvido. Diariamente ouvimos o que as pessoas nos falam, mas estamos sempre a postos para também falar, a partir de nosso ponto de vista, com julgamentos e preconceitos. Escutar, em contrapartida, é estar atento ao que o outro realmente diz, e não esperar pelo que nós, ou ele, gostaria de ouvir. Escutar é acolher o que alguém sente ou expressa, e não ficar na expectativa de que seja agradável, adequado ou confortável. Escutar é procurar a verdade daquele que fala.

É na escuta que se ancora o trabalho do psicanalista, na escuta de cada história e de cada sujeito. Escuta-se o que foi colocado em palavras, mas também o que escapa a elas, os atos falhos, esquecimentos, chistes, sonhos... E a partir daí, o profissional pode falar ao paciente, contribuindo para a resolução de seus conflitos e mudanças de posição em sua vida. Intervir a partir da escuta possibilita ao paciente escutar-se. E se escutar é cuidar de si.

Bárbara Santana da Silva
Psicóloga CRP 18/02417
(65) 99940-1488 / (66) 98122-6595

17/04/2021

Dias atrás assisti ao filme de animação Soul. O enredo trata de um professor de música do ensino médio, Joe Gardner, o qual sonhava em ser um grande músico de jazz. No entanto, quando, finalmente, tem a chance de realizar uma apresentação junto a outros músicos e impressioná-los, sofre um acidente que faz com que sua alma seja separada de seu corpo e transportada para outra dimensão.

Nesse lugar, as almas são preparadas para voltar à terra através do nascimento. Equivocadamente, Joe compreende que antes de nascer as almas devem descobrir quais seriam suas habilidades para as missões da vida. Equivocado, pois logo se dá conta de que o encontro com uma habilidade significava somente o impulso para encarar a viagem a um corpo e viver.

O psicanalista Contardo Calligaris elucida que, culturalmente, estamos convencidos de que o sentido da vida está fora dela: após a morte, em uma outra dimensão, em que estariam os motivos de tê-la vivido, onde seríamos gratificados ou castigados pelos atos; ou no futuro, como em situações que se gostaria de vivenciar, posições em queria estar ou na execução de projetos não concluídos. No entanto, assim como nos lembra Calligaris, e a vivência do personagem Joe, "o sentido da vida é a própria vida concreta".

E você, já assistiu ao filme? Que impressões teve?