11/10/2025
Essa é minha mãe, Elizabet, também mãe do meu irmão Henrique.
Penso em quanto as coisas devem ter sido difíceis para ela, lá em 1993, ao descobrir o autismo do meu irmão, que tinha apenas quatro anos e até mesmo antes disso, quando começaram a surgir comportamentos como deixar de falar, se morder, bater a cabeça, rasgar roupas e perder o sono.
Em um tempo em que pouco se falava sobre o assunto, ela buscava respostas, caminhos e forças que nem sabia que tinha.
Minha mãe se aposentou pela Secretaria Estadual de Educação, e em sua trajetória me ensinou algo que carrego até hoje:
✨ todo ser humano tem suas diferenças, mas também seus pontos fortes.
✨ ser diferente também é ser humano.
Foram muitas noites mal dormidas, ajustes de medicação, oscilações, tentativas e recomeços…
E, mesmo em meio a tudo isso, ela tentava me proteger, para que, como caçula, eu crescesse com mais amor e um pouco menos de dor.
Lembro-me de suas explicações sobre o que era o autismo, mesmo quando ela mesma ainda estava aprendendo o significado dessa palavra.
E foi com ela que aprendi o poder da resiliência, da doação e da fé.
Quando meus pais em conjunto com outros pais fizeram a Associação de Amigos do Autista de Cuiabá (AMA) em 2000, percebi que o mundo precisava conhecer sua história e sua coragem.
Aos poucos aprendi a transformar dor em conexão, desafio em propósito e amor em movimento.
Hoje, entendo: a história da minha mãe é também a raiz da minha vocação.
Ela me ensinou a olhar para as diferenças com respeito, empatia e esperança.
💙 Mãe, obrigada por ter feito o melhor que podia por nós.
Por ter sido força, abrigo e inspiração.
Te amo.