Semioliga UFMT

Semioliga UFMT Liga Acadêmica de Semiologia Médica da UFMT - Campus Cuiabá;
Tem como objetivo fomentar, reforçar e valorizar o ensino da Semiologia Médica na Medicina.

Já encontrou algum paciente com Derrame Pleural?O derrame pleural (DP) não é uma doença, mas sim a manifestação de outra...
12/03/2019

Já encontrou algum paciente com Derrame Pleural?

O derrame pleural (DP) não é uma doença, mas sim a manifestação de outras doenças. Se não tratado adequadamente, pode levar o paciente à dispneia e até a morte. O derrame pleural é caracterizado pela acumulação de líquido em excesso entre as pleuras, podendo ocorrer como uma complicação de muitas doenças: Tuberculose, pneumonia, Insuficiência cardíaca congestiva (ICC), neoplasias e embolia pulmonar são as causas mais comuns.

Derrames pleurais pequenos costumam ser assintomáticos. Nos pacientes que referem sintomas, as queixas mais frequentes são: (1) dispneia; (2) tosse; (3) dor torácica tipo pleurítica” ou “respirofásica” (dor que piora na inspiração profunda). Derrames muito volumosos podem causar a clássica trepopneia, isto é, dispneia em decúbito lateral com o lado que contém o derrame voltado para cima (o decúbito para o lado oposto alivia a dispneia).

 EXAME FÍSICO
Derrames pleurais pequenos não possuem expressão semiológica. Derrames volumosos costumam produzir uma síndrome de derrame pleural:
(1) macicez à percussão sobre a região com líquido;
(2) redução (ou abolição) do murmúrio vesicular acima da área de derrame;
(3) desaparecimento do frêmito toracovocal.
Um derrame que ocupa todo o hemitórax costuma produzir abaulamento dos espaços intercostais e desvio contralateral da traqueia.
Outros achados: desvio do ictus cardíaco e redução da expansibilidade torácica.

REFERÊNCIAS
PORTO, C., C.; Semiologia médica. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2016
https://www2.unifesp.br/dmed/pneumo/Dowload/Derrame%20pleural.pdf

Quem nunca ouviu falar das síndrome da consolidação pulmonar?A consolidação do espaço aéreo é resultante da substituição...
09/03/2019

Quem nunca ouviu falar das síndrome da consolidação pulmonar?

A consolidação do espaço aéreo é resultante da substituição do ar dentro dos alvéolos por um produto patológico. Esse produto pode ser um transudato, exsudato, sangue, células inflamatórias ou células neoplásicas.

As principais manifestações clínicas são a dispneia e a tosse, que pode ser seca ou produtiva. Quando há expectoração, é comum achados de sangue misturado com muco ou pus (expectoração hemoptoica). Na tuberculose, as hemoptises são frequentes. Além da sensação de desconforto retroestemal, quando há comprometimento da pleura, surge dor localizada em um dos hemitórax com as características de dor pleurítica.
À inspeção e palpação, pode ser observado uma expansibilidade diminuída.
Por na maioria das vezes se tratar apenas da substituição do conteúdo gasoso do alvéolo para outro tipo de conteúdo no mesmo volume, não se observa assimetria do tórax.
Essas condições preenchem os alvéolos de maneira tão compacta que elevam a densidade pulmonar para uma próxima a de órgãos sólidos, como o fígado. O pulmão então se torna um franco condutor de vibrações sonoras. Tem-se, portanto, frêmito toraco-vocal (sensação tátil da voz) aumentado à palpação, e à ausculta é encontrado broncofonia (ausculta-se a voz, porém sem muita nitidez) e pectorilóquia afônica (ausculta a voz sussurrada). Pode se observar também a substituição do murmúrio vesicular para o som brônquico, sopro tubário, e estertores finos teleinspiratório.
À percussão sobre o pulmão acometido evidencia macicez ou submacicez.

Semiologia Médica. Porto & Porto, 7th edição, 2014.
Semiologia Médica - As Bases do Diagnóstico Clínico - 5ª Ed. López, Mario; Laurentys-medeiros, J.

TROMBOSE VENOSA PROFUNDAA Trombose Venosa Profunda (TVP) caracteriza-se pela formação aguda de trombos em veias do siste...
04/09/2018

TROMBOSE VENOSA PROFUNDA

A Trombose Venosa Profunda (TVP) caracteriza-se pela formação aguda de trombos em veias do sistema profundo. Cerca de 80 a 90% dos casos de TVP ocorrem nos membros inferiores, neles a formação dos trombos ocorre em seis pontos primários: veia ilíaca, veia femoral comum, veia femoral profunda, veia poplítea, veias tibiais anterior e posterior e veias musculares da perna, principalmente soleares, sendo as últimas o local mais frequente. Além disso, é mais comum no membro inferior esquerdo que no direito. Pode ser dividida em dois tipos: TVP proximal e TVP distal. A TVP é proximal quando acomete as veias ilíaca e/ou femoral e/ou poplítea, com ou sem trombos nas veias da perna. É distal quando acomete apenas as veias da perna.
Esta divisão é importante porque a probabilidade de Tromboembolia Pulmonar (TEP) em tromboses distais é comprovadamente baixa, necessitando, porém, tratamento precoce, assim como as proximais, devido ao risco de evoluírem para tromboses proximais. O desenvolvimento de trombos dentro das veias profundas deve-se ao desequilíbrio entre os fatores trombolíticos e trombogênicos da circulação que decorre da ação dos elementos da tríade de Virchow, que consiste em lesão endotelial, estase sanguínea e/ou hipercoagulabilidade. Na maioria dos casos de TVP dois ou mais destes fatores estarão atuando em conjunto para determinar a formação do trombo venoso. O diagnóstico clínico é realizado em duas etapas: anamnese e exame físico. O exame clínico deve ser complementado por outros métodos.

Anamnese
Se atentar aos antecedentes pessoais como número de gestações, cirurgias prévias, traumatismo, permanência prolongada no leito, imobilização prolongada com gesso ou tração e uso de anticoncepcionais. Além disso, é importante questionar sobre possíveis casos de TVP de familiares devido a hereditariedade admitida nesses casos e também a profissão que caso exija da pessoa permanecer várias horas na mesma posição aumenta a propensão a insuficiência venosa.

Sinais e Sintomas
Os principais são dor, edema, dilatação das veias superficiais, empastamento muscular, cianose, hiperpigmentação, dermatofibrose, úlceras(síndrome pós-trombótica) e hiperidrose.
• Dor: é intensa, associada ao edema e a cianose, relatada após permanência em posição ortostática e mais comum no período vespertino. Nos membros inferiores ela normalmente é localizada na panturrilha ou na coxa, melhora com a deambulação ou em repouso após elevação dos pés.
• Edema: mole, desprezível, preferencialmente nas regiões perimaleolares, predominância do lado com retorno venoso prejudicado e regride com o repouso.

Exame Físico
Compreende a Inspeção, a Palpação, a Ausculta e algumas manobras especiais.
• Inspeção: a panorâmica possibilita detectar deformidades e assimetria dos membros, caracterizada por diferenças de comprimento e de volume. De perto, veem-se melhor a cianose.
• Palpação: o médico pesquisa alteração da temperatura e da sensibilidade da pele, as características do edema e o estado da parede venosa. A ocorrência de um trombo recente no interior das varizes provoca intensa dor à palpação.
• Ausculta: tem por finalidade detectar sopros.
• Manobras Especiais: O sinal de HOMANS pode ser verif**ado pela realização da dorsiflexão forçada do pé com a perna estendida. É considerado positivo e portanto sugestivo de TVP quando o paciente refere dor durante esta manobra. O sinal de OLOW também deve ser pesquisado e é realizado com paciente em decúbito dorsal através da compressão manual da panturrilha contra o plano ósseo. É considerado positivo quando há dor durante a manobra.

Exames Complementares
•Não Invasivos: Dopplerfluxometria, Dúplex Scan e Pletismografia de Oclusão Venosa.
• Invasivos: Angiotomografia Venosa, Angioressonância Venosa e Flebografia.

Vamos revisar sobre a dor abdominal aguda?A avaliação dos pacientes com dor abdominal aguda é um grande desafio para os ...
01/06/2018

Vamos revisar sobre a dor abdominal aguda?

A avaliação dos pacientes com dor abdominal aguda é um grande desafio para os médicos. Essa dor é uma das principais queixas tanto em consultas ambulatoriais quanto em unidades de emergência, por isso é necessário um diagnóstico rápido, ef**az e preciso. Sendo as ferramentas principais na abordagem desse paciente a história clínica e o exame físico.

HISTÓRIA CLÍNICA
Durante a anamnese, é importante que tenha uma história clínica detalhada, com informações sobre localização, tempo de aparecimento, intensidade e características da dor.

Quanto a dor abdominal pode- se dividir em três tipos: visceral, somática ou referida. A dor visceral é resultado do estímulo de nociceptores viscerais presentes na parede dos órgãos intra-abdominais, esse estímulo pode ser por estiramento, distensão ou contração excessiva da musculatura lisa. A dor somática resulta da irritação do peritônio parietal, a dor costuma ser de forte intensidade à palpação e apresentar positiva à descompressão rápida. Geralmente é mais intensa e bem localizada que a dor visceral. Já a dor referida acontece quando o órgão comprometido é diferente do local em que a dor é sentida. Pode ser percebida na pele ou em tecidos mais profundos e, com frequência, é bem localizada.

De acordo com o tempo de evolução dá dor há três formas para caracteriza-la, sendo, dor de início súbito onde o paciente consegue determinar, com precisão, quando a dor surgiu; dor rapidamente progressiva que evolui com piora em algumas horas e a dor de evolução gradual que evolui de forma lenta, algumas vezes, sem determinação precisa do início da dor.

A intensidade da dor pode ser descrita como leve, moderada ou grave. Entretanto, é algo muito subjetivo sendo influenciado por diversos fatores, como percepção sensitiva, personalidade e experiências dolorosas prévias. A graduação da dor em escalas (1 a 10) é mais útil no acompanhamento do paciente ao longo do tempo.

Com relação à progressão, pode-se descrevê-la como autolimitada, intermitente ou constante. Na primeira ocorre melhora progressiva da dor, enquanto a segunda apresenta-se com períodos de melhora e de piora, já a ultima pode ter caráter tanto estável quanto progressivo.

A caracterização da dor é importante visto que ela pode auxiliar no diagnóstico diferencial. A dor tipo peso pode estar relacionada a retardo no esvaziamento gástrico, e distensão das vísceras ocas. A dor tipo cólica tem padrão crescente-decrescente, normalmente gerada pela luta peristáltica contra obstáculo luminal mecânico. A dor tipo queimação ou pontada pode se apresentar na dor visceral de diferentes órgãos. E por fim, a dor contínua pode ser por peritonite ou distensão da cápsula de órgãos sólidos.

A interrogação sobre os fatores de melhora ou de piora ajudam a esclarecer a natureza da dor. Deve se pesquisar sobre posição, hábito intestinal (dor aliviada pela evacuação), alimentação e medicações.

EXAME FÍSICO
Na avaliação geral observar a forma de apresentação do paciente, expressão facial, padrão de respiração, posição no leito e postura.
Avaliar os sinais vitais, se há presença de taquicardia, hipotensão, taquipneia e febre.
Na avaliação dos sistemas procurar por causas extra-abdominais de dor abdominal (pneumonia, IAM), assim como avaliação de patologias associadas.

EXAME ABDOMINAL
1 – Inspeção: avaliar presença de distensão, sugerindo obstrução intestinal (hérnias, peristaltismo visível, cicatrizes, ascite ou equimose). Abdome escavado e tenso é visto na peritonite.

2 – Ausculta: ausência de borborigmos é sinal de peritonite difusa. Ruídos intestinais hiperativos e intermitentes com piora da dor é sugestivo de obstrução intestinal. Sopros abdominais estão presentes em estenoses vasculares.

3 – Percussão: hipertimpanismo associado à distensão abdominal sugere obstrução intestinal. Dor ao percutir pode indicar peritonite.

4 – Palpação: rigidez, tensão abdominal ou defesa pode acontecer como resposta à inflamação peritoneal. Tensão generalizada e difusa sugere peritonite generalizada. Sempre iniciar a palpação longe do local em que o paciente refere a dor, atingindo aos poucos o local da dor. Caso haja suspeita de hérnias encarceradas, deve-se examinar os canais inguinal e femoral, região umbilical e cicatrizes cirúrgicas. A presença de massas palpáveis pode estar associada a neoplasias malignas ou benignas, visceromegalias e inflamação.

5 – Exame retal: avaliar se há lesões perianais (sugestivo para doença de Crohn). O toque retal pode revelar presença de sangue ou tumorações. Dor localizada é sugestiva de apendicite ou abscesso intra-abdominal.

6 – Exame pélvico: é mandatório em mulheres com dor abdominal, na procura de evidências de salpingite ou massas anexiais.

Exames laboratoriais e de imagem podem ser usados para ajudar a fechar o diagnóstico.

Em virtude do falecimento do acadêmico Matheus Beretta a Semioliga suspende suas atividades. A tristeza em perder um dos...
23/02/2018

Em virtude do falecimento do acadêmico Matheus Beretta a Semioliga suspende suas atividades. A tristeza em perder um dos acadêmicos de Medicina da UFMT é incalculável. Desejamos que os familiares, amigos e os colegas da Turma LVI encontrem o conforto necessário neste momento.

Curtiram o Carnaval? Esperamos que com moderação e responsabilidade, afinal o pr********vo além de prevenir algumas ISTs...
13/02/2018

Curtiram o Carnaval? Esperamos que com moderação e responsabilidade, afinal o pr********vo além de prevenir algumas ISTs, é fator protetor para o câncer do colo do útero. Vamos relembrar alguns pontos?

O que é o câncer do colo do útero?
É um tumor que se desenvolve a partir de alterações no colo do útero, que se localiza no fundo da va**na. Essas alterações são chamadas de lesões precursoras e são curáveis na maioria das vezes. Se não tratadas podem, após alguns anos, se transformar em câncer.

O que pode levar ao câncer do colo do útero?
A principal alteração que pode levar a esse tipo de câncer é a infecção pelo papilomavírus humano, o HPV, com alguns subtipos de alto risco e relacionados a tumores malignos.

E o que as mulheres podem sentir?
É uma doença de desenvolvimento lento que pode cursar sem sintomas em fase inicial e pode evoluir para quadros de:
Sangramento va**nal intermitente ou após a relação sexual;
Secreção va**nal amarelada fétida e até sanguinolenta;
Ciclos menstruais irregulares;
Spotting intermenstrual;
Anemia;
Dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais;
Dor contínua nas pernas, quadris ou costas.

Como evitar o câncer do colo do útero?
O uso de pr********vos, a vacinação e o exame preventivo (Papanicolau) em conjunto, se complementam como ações de prevenção deste câncer.
O que é exame preventivo?
É a coleta de material do colo do útero por meio de espátula e escovinha. Este material é enviado ao laboratório para análise.
Quem deve se submeter ao exame?
Mulheres entre 25 e 64 anos que têm ou já tiveram atividade sexual. Os dois primeiros exames devem ser realizados com intervalo anual e, se ambos os resultados forem negativos, os próximos devem ser realizados a cada 3 anos.
Referência Bibliográf**a
http://www2.inca.gov.br/
Rotinas em ginecologia [recurso eletrônico] / Fernando Freitas ... [et al.] – 6. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2011.

Fala galera, já conheciam essa síndrome? A Telangiectasia Hemorrágica Hereditária, mais conhecida pelo epônimo Rendu-Osl...
04/02/2018

Fala galera, já conheciam essa síndrome?

A Telangiectasia Hemorrágica Hereditária, mais conhecida pelo epônimo Rendu-Osler-Weber, é uma síndrome causada por alterações nas paredes dos vasos. Com essas alterações, os vasos tornam-se mais susceptíveis a traumas e rupturas.
É mais comum observar as telangiectasias na orofaringe, lábios,nariz e dedos, mas pode acometer também o trato gastrointestinal. Além disso podem ocorrer malformações arteriovenosas nos pulmões, no Sistema Nervoso Central, no tecido hepático e outras vísceras.
As manifestações clínicas variam com o grau de acometimento do paciente, sendo a queixa mais comum e normalmente a primeira a surgir a EPISTAXE espontânea e recorrente. A epistaxe pode ser branda ou até mesmo severa, levando o paciente a necessitar de transfusões.
Em caso de acometimento pulmonar o paciente pode apresentar fadiga, dispneia, cianose e policitemia. Nas manifestações relacionadas ao SNC podem acorrer abscessos cerebrais e acidentes vasculares encefálicos, entre outras.
Já no TGI pode acarretar shunts entre a circulação portal e veia hepática ocasionando quadros de encefalite hepática. Pode ocorrer ainda hipertensão portal com a presença de varizes esofágicas. Porém é mais comum a ocorrência de sangramentos altos e baixos pela presença de telangiectasias na mucosa do TGI.

Conhecendo as manifestações clínicas f**a um pouco mais fácil entender o critérios diagnósticos de Curaçao abaixo na imagem.

A propósito, vale lembrar que embora rara, pode ser uma causa de Anemia! Por isso a importância de conhecer se há histórico da THH em familiares de primeiro grau, afinal trata-se de uma síndrome com herança autossômica dominante!

Ficou curioso? Leia as fontes de onde foram tiradas as imagens e as informações:
1-JUARES, Antônio José Cortez et al. Síndrome de Rendu-Osler-Weber: relato de caso e revisão de literatura. Rev. Bras. Otorrinolaringol. [online]. 2008, vol.74, n.3 [cited 2018-02-04], pp.452-457. Available from: . ISSN 0034-7299. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-72992008000300022
2-SANTOS, José Wellington Alves dos et al. Telangiectasia hemorrágica hereditária: uma causa rara de anemia grave. J. bras. pneumol. [online]. 2007, vol.33, n.1 [cited 2018-02-04], pp.109-112. Available from: . ISSN 1806-3713. http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132007000100020.
3-Fernández Díaz RR, Ricardo Falcón T, Collado Yero R. Telangiectasia hemorrágica hereditaria [artículo en línea] MEDISAN 2009;13(2). [consulta: fecha de acceso].

  As postagens Que tal uma revisão sobre a Síndrome de Guillain barré? Definição:        Doença neurológica adquirida, d...
15/01/2018

As postagens

Que tal uma revisão sobre a Síndrome de Guillain barré?

Definição:
Doença neurológica adquirida, de início agudo, geralmente autolimitada e com bom prognóstico quando há uma intervenção correta. É considerada uma das causas mais frequentes de fraqueza generalizada de instalação aguda não traumática.

Epidemiologia:
Estima-se que sua incidência anual seja de 1-2 em 100.000 habitantes, podendo ocorrer em todas as faixas etárias, mas alguns estudos sugerem um pico em adultos jovens e um segundo pico menor entre a 5ª e 7ª década de vida.

Fisiopatologia
Em 75% dos casos de Guillain Barre, é possível identif**ar na história desses pacientes uma infecção que antecede o quadro em cerca de 3-4 semanas. Dentre essas infecções, a mais frequentemente relacionada é a infecção pelo Campylobacter jejuni que leva a quadros de diarreia aguda. Além desta, tem sido apontada relação com outros agentes como o Zika vírus, Epstein Barr, Citomegalovírus e HIV.
Assim, geralmente, temos a infecção que provoca uma resposta imune do hospedeiro. Tal resposta irá reagir de forma cruzada com alguns componentes do nervo periférico. Isso ocorre devido um mimetismo molecular, no qual após contato com o antígeno infeccioso o sistema imune passa a reagir contra os antígenos dos nervos periféricos (que possuem certa semelhança com determinados antígenos infecciosos). Assim, essa reação pode ser direcionada tanto à bainha de mielina quanto ao axônio, o que explica as diferentes formas clínicas.

Apresentações:
AIDP – polineuropatia inflamatória aguda desmielinizante. É a manifestação presente na maioria dos casos, cerca de 85-90% , em que o alvo da resposta imune é a bainha de mielina. Pode acometer tanto nervos motores quanto sensitivos.
AMAN – Neuropatia axonal motora aguda (acute motor axonal neuropathy). É uma manifestação de progressão mais rápida e com um envolvimento seletivo dos nervos motores.
AMSAN – Neuropatia aguda axonal sensitivo motora ( acute motor sensory axonal neuropathy). É uma forma mais grave que a puramente motora e afeta fibras sensoriais e motoras.
Síndrome de Miller Fischer – Caracterizada por ataxia da marcha, arreflexia e oftalmoplegia.

Manifestações:
Vamos abordar aqui o quadro clínico clássico da Síndrome de Guillain Barre. Inicialmente temos uma fraqueza progressiva, ascendente iniciada mais frequentemente nos membros inferiores, simétrica, podendo estar associada a parestesias. Tal fraqueza pode atingir até mesmo o controle respiratório que leva a uma hipoventilação e quando não há intervenção em tempo hábil é o principal fator que influencia na mortalidade. Em relação à sensibilidade, ela pode estar normal ou alterada dependendo dos nervos acometido. No exame físico, é possível observar arreflexia profunda, paralisia flácida.
Importante lembrar que em até 70% dos pacientes o Sistema Nervoso Autônomo pode ser atingido, causando uma disautonomia no paciente que vem a se manifestar principalmente em picos de pressão arterial.

Diagnóstico
Principalmente pela história e exame físico, mas deve ser comprovado por uma avaliação do Líquido Cefalorraquidiano. No LCR, deve haver uma dissociação albumino-citológica, em que há um aumento na concentração de proteínas e celularidade normal.

Prognóstico
O prognóstico do paciente é bom, com recuperação parcial ou total em cerca de 85% dos pacientes. Para isso, é necessária uma intervenção adequada com monitorização da respiração e principais funções do sistema nervoso autônomo.

Já encontrou algum paciente com DPOC? ✎A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma epidemia mundial considerado um...
14/08/2017

Já encontrou algum paciente com DPOC?

✎A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma epidemia mundial considerado um problema de saúde pública no Brasil, representando a 6ª causa de mortes e sendo responsável por 125.000 hospitalizações por ano.

🚭Obstrução crônica e progressiva do fluxo EXPIRATÓRIO, associada a uma resposta inflamatória anômala das vias respiratórias ➭ bronquite crônica, e do parênquima pulmonar ➭ enfisema pulmonar, a TABACO, principalmente, e partículas e gases tóxicos.

⚠A tosse crônica, seca ou com expectoração principalmente matinal ⚠ é o principal sintoma. Na maioria dos casos a tosse aparece antes da dispneia. Cabe salientar que os sintomas na DPOC são de evolução lenta e gradual se arrastando por anos.

📌Na ANAMNESE, questionamentos que ajudam a direcionar o raciocínio clínico a favor da DPOC são em relação à:
✅Dispneia que, inicialmente, se apresenta diante de grandes esforços e evolui atingindo leves esforços ou até mesmo no repouso;
✅Exposição ao fumo/tabaco/cigarro, estabelecendo a carga tabágica;
✅Idade, como fator de risco acima de 40 anos.

📌Na INSPEÇÃO encontramos:
✅Forma do tórax em tonel aumentando-se em sentido ântero-posterior;
✅Recrutamento de músculos acessórios para auxiliar a respiração evidenciando-se através de TIRAGEM INTERCOSTAL ou movimentação respiratória da FÚRCULA.

📌Na PALPAÇÃO observamos:
✅Expansibilidade diminuída mostrando menor elasticidade do pulmão;
✅Frêmito toracovocal diminuído.

📌Na PERCUSSÃO encontramos:
✅Hipersonoridade ou submacicez à percussão de uma cavidade frequentemente cheia de ar que, com suas paredes espessadas, transmitem ou abafam mais o som.

📌Durante a AUSCULTA são ouvidos:
✅Murmúrios vesiculares diminuídos universalmente;
✅Sibilos e roncos em pacientes bronquíticos pela transmissão de som mais grosseiro em brônquio estenosados
✅Estertores crepitantes, principalmente nas bases, pela entrada do ar em cavidade de conformação arquitetônica diferenciada pelo enfisema.

💡Embora a maioria dos pacientes com DPOC apresente uma combinação dessas síndromes (enfisematosa e bronquítica) é importante citar a diferenciação de pacientes enfisematosos, chamados pink-puffer ou soprador róseo caracterizado pela fisionomia longilínea, rosado, magro de fácies agustiadas que apresenta dispneia intensa, hipoxemia sem hipercapnia, hematócrito normal e sem muita tosse, de pacientes bronquíticos, também chamados de azul pletórico ou blue-bloater caracterizado por edema generealizado, obesidade, cianose, apresentando crises sucessivas de tosse e muita expectoração.

✏Referências: PORTO, C., C.; Semiologia médica. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2016
BATES, B.; Propedêutica médica. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2015.
ROCCO, J., R.; Semiologia médica. Rio de Janeiro, Elsevier, 2010.
GOLDMAN, L., Ausiello D. CECIL: Tratado de Medicina Interna Adaptado à Realidade Brasileira. 24ª Edição. Rio de Janeiro:ELSEVIER, 2005✎A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma epidemia mundial considerado um problema de saúde pública no Brasil, representando a 6ª causa de mortes e sendo responsável por 125.000 hospitalizações por ano.

Vamos relembrar alguns pontos sobre a Hanseníase?                        A Hanseníase é uma doença crônica, infecciosa, ...
20/07/2017

Vamos relembrar alguns pontos sobre a Hanseníase?


A Hanseníase é uma doença crônica, infecciosa, causada pelo Mycobacterium leprae, que afeta a pele, o sistema nervoso periférico e, ocasionalmente, outros órgãos e sistemas; podendo causar deformidades incapacitantes.
Transmissão
O homem é considerado a única fonte de infecção da hanseníase. A transmissão se dá por meio de uma pessoa doente, sem tratamento, que elimina o bacilo para o meio exterior infectando outras pessoas suscetíveis. A principal via de eliminação do bacilo pelo doente e a mais provável via de entrada deste no organismo são as vias aéreas superiores, através de contato íntimo e prolongado, e em geral ocorre no ambiente domiciliar.
Quadro clínico
Os principais sinais e sintomas da doença são: manchas esbranquiçadas, acastanhadas ou avermelhadas na pele, com alterações de sensibilidade (formigamentos, choques e câimbras que evoluem para dormência); pápulas, infiltrações, tubérculos e nódulos, normalmente sem sintomas; diminuição ou queda de pêlos, localizada ou difusa, especialmente sobrancelhas; falta ou ausência de sudorese no local.
As lesões da Hanseníase geralmente iniciam com hiperestesia (sensação de queimação, formigamento e/ou coceira no local), que evoluem para ausência de sensibilidade (não coçam, dormentes, com diminuição ou perda de sensibilidade ao calor, a dor e/ou ao tato em qualquer parte do corpo).
Outros sintomas e sinais observados: dor e/ou espessamento de nervos periféricos; diminuição e/ou perda de sensibilidade nas áreas dos nervos afetados, principalmente nos olhos, mãos e pés; diminuição e/ou perda de força nos músculos inervados por estes nervos, principalmente nos membros superiores e inferiores e por vezes, pálpebras; edema de mãos e pés; febre e artralgia; entupimento, feridas e ressecamento do nariz; nódulos eritematosos dolorosos; mal estar geral; ressecamento dos olhos.
Diagnóstico clínico
O diagnóstico de caso de hanseníase é essencialmente clínico por meio da anamnese e exame físico dermatoneurológico para identif**ar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos (sensitivo, motor e/ou autonômico).
Deve-se abordar, na anamnese, além das questões rotineiras, a presença dos sinais e sintomas: alguma alteração na pele - manchas, placas, infiltrações, tubérculos, nódulos, e há quanto tempo eles apareceram; possíveis alterações de sensibilidade em alguma área do corpo; presença de dores nos nervos, ou fraqueza nas mãos e nos pés e se usou algum medicamento para tais problemas e qual o resultado.
O exame dermatológico consiste na identif**ação de lesões de pele por meio de inspeção de toda a superfície corporal do paciente e realização de pesquisa de sensibilidade térmica, dolorosa e tátil nas lesões e/ou áreas suspeitas para verif**ar qualquer alteração. Para avaliar a sensibilidade ao calor, usar um tubo com água quente e fria, para a sensibilidade a dor, usar a cabeça de um alfinete e para a sensibilidade ao tato, um chumaço de algodão.
O exame neurológico compreende a inspeção, palpação, percussão e avaliação funcional (sensibilidade, força muscular) dos nervos. Os principais troncos nervosos periféricos acometidos na Hanseníase e que devem ser examinados são: trigêmeo e facial - podem causar alterações na face, nos olhos e nariz; radial, ulnar e mediano - podem causar alterações nos braços e nas mãos; fibular comum e tibial posterior - podem causar alterações nas pernas e nos pés.
A inspeção dos olhos consiste em perguntar ao indivíduo se sente ardor, coceira, vista embaçada, ressecamento dos olhos, pálpebras pesadas, lacrimejamento, ou outros sintomas. Deve ser verif**ado se existem nódulos, infiltrações, secreção, hiperemia, madarose, triquíase, ectrópio e lagoftalmo, ou opacidade da córnea. Ainda deve ser verif**ado se há alteração no contorno, tamanho e reação das pupilas, e se as mesmas apresentam-se pretas ou esbranquiçadas.
Na inspeção do nariz, pergunta-se se o este está entupido e se há sangramento ou ressecamento do mesmo. Deve ser verif**ado as condições da pele, da mucosa e do septo nasal, bem como se há perfuração do septo nasal, desabamento do nariz ou outros sinais característicos da doença. A mucosa deve ser examinada, verif**ando se há alteração na cor, na umidade, e se há crostas, atrofias, infiltração ou úlceras na mucosa.
Quanto aos membros superiores, deve ser questionado sobre a possível diminuição da força, dormência, ou outros sintomas. Inclui, também, a verif**ação da existência de ressecamento, calosidades, fissuras, ferimentos, cicatrizes, atrofias musculares e reabsorções ósseas. Nos membros inferiores, investiga-se a possível existência de dor, dormência, perda de força, inchaço, ou outros sintomas. Deve ser verif**ado se há ressecamento, calosidades, fissuras, ferimentos, úlceras, cicatrizes, reabsorções ósseas, atrofias musculares, ou outros sintomas. A observação da marcha do paciente que pode apresentar características de comprometimento neural não pode deixar de ser feita.
Diagnóstico laboratorial
A baciloscopia é o exame microscópico em que se observa o Mycobacterium leprae, diretamente nos esfregaços de raspados intradérmicos das lesões hansênicas ou de outros locais de coleta selecionado.
É um apoio para o diagnóstico e também serve como um dos critérios de confirmação de recidiva quando comparado ao resultado no momento do diagnóstico e da cura.
Por nem sempre evidenciar o Mycobacterium leprae nas lesões hansênicas ou em outros locais de coleta, a baciloscopia negativa não afasta o diagnóstico da hanseníase.
Referências
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Vigilância em Saúde: Dengue, Esquistossomose, Hanseníase, Malária, Tracoma e Tuberculose. 2. ed. rev. Brasília: Ministério da Saúde, 2008.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia para o Controle da hanseníase. Brasília: Ministério da Saúde, 2002.
KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N. Robbins & Cotran: Bases patológicas das doenças. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
Kumar,V; Abbas, A. K; Fausto, N. SEGURADO, A. C.; CASSENOTE, A. J.; LUNA, E. de A. Saúde nas metrópoles – Doenças infecciosas. Estudos Avançados, v. 30, nº 86, p. 29 – 49, Abr 2016.
SOUZA, C. S. Hanseníase: formas clínicas e diagnóstico diferencial. Medicina, Ribeirão Preto, v. 30, p. 325-334, 1997.

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78080000

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