05/12/2025
Voltando da missa de 7 dia da mãe, tudo começa a ficar mais estranho ainda, e como se a ficha caísse como se alguém gritasse "acabou", a Missa de 7 dia pra mim parece um julgamento onde o juiz bate o martelo e dá a sentença "fim", "acabou", nunca mais você vai ouvir, falar, senti a pessoa ao seu lado, é o fim , amanhã tudo volta ao "normal" a vida vai começar novamente, trabalho, compromisso, responsabilidade, cobrança, o fingir que está tudo bem que nada aconteceu pois é isso que a vida e todos cobram.
Eu já perdi muitos nessa vida, filha, pai, irmã, mãe, nessa ordem, e hoje me dei conta que estou órfã, meus pais, não tem mais, me dei conta que talvez não terei pra onde ir nas tempestades da vida, pois o único lugar concreto que sempre podemos voltar independente do que aconteça são nossos pais, e eu não tenho mais esse lugar, a morte, a vida me tirou. Ahhh mais é a ordem/natureza da vida, mas essa ordem/natureza tinha que ser tão cedo?
Cada perda que a gente passa vai ficando um pedaço pra trás, a gente segue, eu segui, eu irei segui, mas com feridas que talvez nunca cicatrizem.
A gente sempre se preocupa com o futuro o depois, e em muitas das vezes não tem depois, todos, filha, pai, mãe (exceto minha irmã) todos foram derrepente, de um instante pro outro, não tive tempo de me despedir, de abraçar, tempo pra nada, não teve depois, não teve amanhã.
O amanhã depois deles foi é vai ser seguir, seguir na esperança que tudo que acredito e preciso acreditar que um encontro em algum lugar algum dia vai acontecer.