18/10/2025
18 de outubro, dia do Médico.
O que é ser médico?
Fazer um diagnóstico preciso e prescrever o tratamento certo — é isso?
Mas… e quando o diagnóstico não é possível?
Quando estamos diante de doenças raras, limitações de exames, ou quando simplesmente não existe um tratamento padrão ouro?
Será que deixamos esse paciente desamparado?
E quando aqueles que deveriam inspirar acabam decepcionando — colegas de profissão sem ética, exemplos ruins, sistemas que desumanizam?
A residência médica te mostra um lado difícil, e é tentador desacreditar.
A minha trajetória profissional acabou me levando para um caminho “diferente”.
No início, confesso, foi frustrante.
A faculdade e a residência não me prepararam para isso.
Os guidelines não explicavam o que fazer quando nada se encaixava.
Com o tempo, aprendi que ser médico é muito mais do que acertar diagnósticos.
É acolher.
É ouvir com empatia.
É se colocar no lugar do paciente e pensar:
“E se fosse minha mãe? E se fosse eu?”
Aprendi que cada organismo é único — e que, enquanto os consensos servem para 95% dos casos, eu cuido dos outros 5%, aqueles que ficaram sem resposta.
Hoje, muitos dos meus pacientes já passaram por diversos profissionais antes de chegar até mim.
Nem sempre consigo resolver tudo — mas sempre procuro cuidar, acolher e aliviar um pouco o sofrimento.
Entendo agora o caminho que percorri e o porquê de ter chegado até aqui.
A vida me mostrou, com seus acasos, o verdadeiro sentido da medicina.
Sou grato à profissão que me permite tocar tantas histórias.
E grato ao destino — por me fazer acreditar novamente na medicina.