11/03/2022
Pronto!
Esvaziada a última caixa da minha, sei lá qual número de mudança de endereço, oras bolas, estou sob o número 5 nas contas da numerologia, parece que vim para mudar, disseram-me que esse é o número que veio ao mundo para mudar e transformar, de alguma forma isso me acalma e alegra, talvez me consola no sentido de que, está tudo certo, só estou sendo eu mesma.
Voltando a última caixa, ao esvaziá-la, juntei-a a uma pilha enorme de caixas e sacos com coisas a serem dispensadas. Era tanta coisa que tomava toda a sala do apartamento.
Desanimei pensando no grande trabalho que teria para descer tudo até o local destinado aos descartes do condomínio. Fiquei sem graça, afinal eu, com todo este lixo, ocuparia espaço demais das lixeiras coletivas.
Sem graça, me pus a levar a primeira braçada de caixas desmontadas e sacos que pude segurar.
Ao chegar no local organizado para os descartes, vi que era tão espaçoso, coloquei as caixas cuidadosamente e observei que elas se misturaram aos descartes de outros moradores e, nem fizeram tanta diferença, entre tantas outras caixas e sacos. O espaço foi calculado de forma inteligente, comportando muito lixo, mesmo que todos os moradores resolvessem fazer descartes no mesmo dia e horário. Meu lixo misturou-se e sumiu entre tantos outros.
Motivada, corri para o apartamento, juntei mais uma braçada de caixas e pacotes e levei ao local destinado e, assim sucessivamente, até esvaziar a minha sala e poder decorá-la ao meu gosto.
Contente, preenchi o ambiente com meus vasos de Lírios da Paz e Espadas de São Jorge que tanto gosto. Consegui ver a harmonia dos meus móveis e almofadas. Como foi bom ter levado o lixo para fora da minha casa e, nem por vergonha, nem por receio de incomodar os outros, valeria a pena guardá-los comigo.
Quando parei para trabalhar, a sensação de casa nova e limpa, arejada e espaçosa, foi tão boa que precisei contar a você.
(Continua nos comentarios)
Eloisa Kulcheski
Curitiba, 11 de março de 2022.