11/07/2025
Essa é uma dúvida comum de fonoaudiólogos que estão começando a reabilitação da linguagem pós comprometimento neurológico.
A primeira pergunta não é sobre o que ele consegue dizer, mas se ele está compreendendo o que dizemos a ele.
Antes de tudo, é preciso avaliar a compreensão com critério.
A linguagem não se resume a entender comandos simples.
Ela envolve a capacidade de compreender frases, localizar informações, manter atenção ao que é dito e responder de forma coerente, mesmo que não verbalmente.
Essa etapa é fundamental para definir se o paciente está, de fato, recebendo e processando o que chega até ele.
Mas claro, também precisamos observar como essa pessoa se comunica com o que ainda tem disponível.
Essa comunicação pode acontecer por:
• Apontamentos;
• Escolhas de Figuras;
• Gestos;
• Expressões Faciais;
• Emissão de Sons;
• Até os Movimentos Oculares é uma forma válida de resposta.
Por mais que o paciente “não fale”, a comunicação está acontecendo.
Ela pode não ser verbal, mas existe e precisa ser reconhecida.
‼️Uma das estratégias terapêuticas é justamente começar com aquilo que o paciente já consegue fazer na comunicação.
A reabilitação precisa aproveitar essas habilidades preservadas como ponto de partida para então estimular aspectos mais complexos da linguagem.
Fortalecer o que já está disponível é o caminho mais funcional para ampliar as possibilidades comunicativas.
E é nosso papel, enquanto profissional, perceber esses sinais, interpretar essas formas alternativas de expressão e mediar esse processo com a família para que essa comunicação se torne funcional na vida dele.
Claro que a retomada da fala é um dos nossos objetivos, mas a prioridade, desde o início, é garantir que o paciente consiga se comunicar de forma funcional, participar do seu dia a dia e ter mais autonomia, mesmo que a fala verbal ainda não esteja presente.
Se você quer ajuda pra construir esse raciocínio com clareza, minha agenda de supervisão está aberta 😉
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Fga. Caroline Gil
CRFa 3-11626
Especialista em Disfagia pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia
Reabilitação de linguagem em adultos e idosos