José Dequech Neto Psicologia Clínica

José Dequech Neto Psicologia Clínica Psicólogo Clínico CRP 08/19239
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Parresia: III Seminário Junguiano de Imaginação PolíticaEm tempos de fake news, dizer a verdade tornou-se um ato de cora...
20/11/2021

Parresia: III Seminário Junguiano de Imaginação Política

Em tempos de fake news, dizer a verdade tornou-se um ato de coragem. Mas não somente dizer a verdade enquanto informação ou notícia, mas a verdade que atravessa como uma lança naquele que ouve. Essa verdade, política e comprometida, necessita de um interlocutor engajado, disposto a ser atravessado pelas palavras daquele que fala.

“A parresia é, portanto, em duas palavras, a coragem da verdade naquele que fala e assume o risco de dizer, a despeito de tudo, toda a verdade que pensa, mas é também a coragem do interlocutor que aceita receber como verdadeira a verdade ferina que ouve” (Foucault, A Coragem da Verdade).

Em tempos de fake news, é triste que todos esses nobres ideais tenham sido cooptados justamente por aqueles que querem destituir o lugar da verdade para degradar o tecido social e nossa capacidade de nos defendermos dos inescrupulosos. Precisamos defender a verdade através do rigor, coragem e paixão do pensamento, recuperando o lugar do parresiasta, curando e resgatando seus ideais para aqueles que não desejam ver um mundo em ruínas de pensamento e caráter.

É no espírito da parresia que essas falas foram construídas. É nesse mesmo espírito que contamos com a participação da Mayara e do Leonardo, o casal fundador do Sleeping Giants Brasil, um movimento comprometido com a verdade e com a democracia. Não espere sair desses seminários a mesma pessoa. Se isso acontecer, falhamos. Permita-se o atravessamento. A principal questão aqui é: o quanto de verdade você pode suportar?

Programação: em breve

Data e hora: 

26 de novembro (sexta-feira) das 19:00 às 21:30 

27 de novembro (sábado) das 8:00 às 16:30.

Onde: Google Meet. 

Será gravado? Sim e será disponibilizado aos inscritos até o final do ano. 

Investimento: R$ 20,00 (80% da renda será destinada ao Sleeping Giants). 

Transferência para:

Nu Pagamentos (260)

Agência: 0001

Conta: 87723206-5

ou 

Pix: 41997056049

Enviar o comprovante por WhatsApp para (41) 997056049 (Vicente).

As referências comuns a idéia de "psicose" geralmente são bastante... "floreadas": o sujeito que alucina, que acha que é...
09/12/2019

As referências comuns a idéia de "psicose" geralmente são bastante... "floreadas": o sujeito que alucina, que acha que é Napoleão, o estereotipado internado no hospital psiquiátrico, o que ouve vozes... Mas nesse trecho, Rafael Lopez-Pedraza nos provoca sutilmente a pensarmos a constante insatisfação como um tipo de psicose.

Agora tudo se aproxima um tanto mais do terreno das loucuras cotidianas: não sou Napoleão... Mas deveria ser! Ou sua versão 2019, o sujeito imperador dos próprios sentimentos, das melhores vagas de emprego, de maior destaque social... Não escuto vozes (literalmente), mas é como se constantemente algo me dissesse que não estou onde deveria estar, que nunca me tratam com o respeito suficiente, ou que os elogios que me fazem não são verdadeiros...

É um tipo de sofrimento específico que em terapia esperamos compreender, e na medida do possível, atenuar. Movimentar o sujeito do constante esmagamento pelo potencial do "deveria ser", para aquele que ao menos de vez em quando consegue satisfazer-se com aquilo que é.

Trecho de "As emoções no processo psicoterapêutico" de Rafael Lopez-Pedraza.

Vez ou outra enquanto contava suas histórias, chorava, e não sabia nem porque. Ela era nadadora. Seu choro oferecia corp...
11/10/2019

Vez ou outra enquanto contava suas histórias, chorava, e não sabia nem porque. Ela era nadadora. Seu choro oferecia corpos d'água, criava as piscinas nas quais podia nadar. Nadar era maneira de aprofundar-se em si. Nadar era também comprazer-se com seus nadas, os vazios convidativos que o passo apressado do cotidiano não deixava tempo para apreciar.

Agendamentos: (41) 99998-5825

Ser atingido pelo sofrimento psíquico é ser convocado a olhar melhor tudo aquilo que nos compõe. Ou não vemos exatamente...
08/07/2019

Ser atingido pelo sofrimento psíquico é ser convocado a olhar melhor tudo aquilo que nos compõe. Ou não vemos exatamente o que nos faz sofrer, ou não entendemos de onde veio, o quer e que espécie de transformação esse sofrer exerce sobre nós.

A tentativa de resolução que a análise oferece passa por revisitar o passado olhando através da minha aflição atual, assim como imaginar que tipo de sentido essa angustia poderia oferecer para o meu presente e o meu futuro.

Dessa forma, mesmo através da dor, honramos nossa história de vida e o mundo que nos cerca com o interesse atencioso devido, e tudo isso por causa dos olhos da ferida.

Agendamentos (41) 99998-5825

"Ainda vivemos na Colônia: histórias sobre a nossa História"E se, em algum lugar de nós mesmos, ainda vivemos no Brasil ...
06/11/2018

"Ainda vivemos na Colônia: histórias sobre a nossa História"

E se, em algum lugar de nós mesmos, ainda vivemos no Brasil Colônia? Com escravidão, estupros, violações culturais, engodos e barganhas injustas? Com figuras como capitães do mato, índios subversivos (que por alguns são chamados de preguiçosos), e um império explorador?

E se, em algum outro lugar (distinto porém semelhante), ainda vivemos no Hospital Colônia de Barbacena, conhecido como palco do chamado Holocausto Brasileiro? Com seus internamentos políticos/sociais, gritante descaso com as minorias, crueldade explícita e o conveniente esquecimento daqueles que ousam ser diferentes?

Quem sabe, melhores relações com nossos exploradores e explorados sejam possíveis através do amor.

Essa é a proposta da fala que fiz no evento "Psique e Política: Reflexões sobre o drama contemporâneo". Para os que não puderam estar presentes no evento, essa e todas as outras falas dos meus brilhantes colegas estão disponíveis no link que segue.

https://www.youtube.com/playlist?list=PLmmh1ugkFkDr-csXBd9D4XOfVZELwdAne

No evento "Política e Psique: Reflexões sobre o drama contemporâneo" no Espaço Archés, onde realizei minha fala "Ainda v...
20/10/2018

No evento "Política e Psique: Reflexões sobre o drama contemporâneo" no Espaço Archés, onde realizei minha fala "Ainda vivemos na Colônia: histórias sobre a nossa História". Estar bem acompanhado nessa caminhada por admirar a genialidade e parceria de meus colegas de fala (e que são também amigos e colegas de estudo semanal a mais de um ano) é, no mínimo, inestimável. Muito obrigado a todos os envolvidos!

Se o que está no topo é o alto, elevado, hierarquicamente superior, melhor, capaz e destinado ao sucesso, “top” é o adje...
18/10/2018

Se o que está no topo é o alto, elevado, hierarquicamente superior, melhor, capaz e destinado ao sucesso, “top” é o adjetivo que reflete essas pretensões e denuncia a mania da nossa cultura: sempre mais, sempre melhor, nunca parados num movimento de perpétua ascensão. Abaixo se encontram os vales onde a plebe rude roça os ombros, a lama, as sombras, as raízes e as profundezas. Se buscamos o topo, desconsideramos a capacidade de aprofundar os eventos e de descer até suas raízes, somos intolerantes com a lama suja da depressão, e não suportamos lidar com o lixo despejado ladeira abaixo, para longe de nossas pretensões de altura e crescimento.

A mitologia grega nos ensina: o destino do jovem Ícaro que voa alto demais com suas asas de p***s de pássaros e cera de abelha, as derrete com o calor solar das alturas e tem como destino a queda vertiginosa que o leva às regiões mais baixas. De uma maneira ou de outra, somos obrigados a lidar com nossas baixezas e inferioridades.

Que sejamos mais atenciosos e reverentes ao nosso lixo existencial. As sombras hão de nos encontrar.

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Pessoal!Sábado dia 20, eu e meus caros colegas de estudo apresentaremos palestras a respeito do nosso momento político a...
16/10/2018

Pessoal!

Sábado dia 20, eu e meus caros colegas de estudo apresentaremos palestras a respeito do nosso momento político atual e da figura de Jair Bolsonaro através de um viés psicológico. Para mais informações, ver o link do evento no Facebook. Espero que possamos proporcionar um espaço de reflexão e debate no verdadeiro espírito democrático, apaixonado por preservar a liberdade de suas múltiplas partes.

Endereço Rua David Carneiro, 431, São Francisco, Curitiba, Paraná.

Aberto para todos, sem pré-requisitos.

Valor: contribuição voluntária, formato "pague quanto vale".

Dia 20, sábado, das 9 as 12h30.

“E se eu me jogo daqui da janela do vigésimo andar?” “E se eu jogo meu celular na parede?” “E se eu chutasse esse senhor...
11/10/2018

“E se eu me jogo daqui da janela do vigésimo andar?” “E se eu jogo meu celular na parede?” “E se eu chutasse esse senhor pra debaixo das rodas do ônibus?”

Como inquilinos sinistros, pensamentos bastante claros e diretos que levam a desfechos horripilantes cruzam nossas mentes. Apavorados, nos agarramos aos nossos mecanismos de controle para não realizarmos nada do que foi sussurrado em nossos ouvidos. Alguns psicóticos escutam vozes, outros são impelidos à ação por elas. Seríamos nós, pessoas agraciadas com o rótulo da normalidade, assim tão diferentes deles? Quem sabe o que nos separe é a capacidade de distinguir o “fantasiar” do “realizar”. Não devemos confiar em todos os pensamentos que nos acessam, simplesmente porque algumas coisas pertencem tão somente à fantasia.

Faço portanto, a seguinte proposta: e se esses pensamentos não fossem convites à ação literal no mundo, mas sim à nossa capacidade de imaginar? Não são justamente as características obscenas como o absurdo, o grotesco e o violento que nos chocam mais, nos obrigando a reorganizar as estruturas das coisas, imaginando-as de outras maneiras? E se essas imagens retorcidas de morte forem obrigatórias para um novo sopro de imaginação em nossas vidas?

Realocando as fantasias do mundo natural/literal para o mundo da metáfora imaginal: saltar do vigésimo andar tirando a própria vida poderia ser a necessidade urgente de descer das alturas prepotentes, numa queda que estilhaça o orgulho que tenho. Quebrar o celular seria ver-se forçado a buscar o mundo e os outros de outra maneira, ou de deixar de viver por referências externas, ou até partir as coisas que sinto serem mais íntimas de minha constituição, minhas células. Atropelar o velho seria abrir espaço para o novo, deixar de apegar-se ao preciosismo do decrépito para que as rodas possam ir a novos lugares, ou ainda pode ser uma denúncia do meu desrespeito ao tradicional e a sabedoria antiga.

Compreender nossas fantasias como aquilo que realmente são (imaginação, metáfora e figuras de linguagem), pode quebrar um tabu enorme a respeito de um componente humano inalienável e essencial: a necessidade de imaginar.

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Opus contra NaturamSomos seres humanos terrenos, biológicos, instintivos, severamente influenciados pela genética e pelo...
02/10/2018

Opus contra Naturam

Somos seres humanos terrenos, biológicos, instintivos, severamente influenciados pela genética e pelos alicerces rígidos de nossa cultura e criação.

Mas também somos inalienáveis dos chamados que nossa psique faz para refletirmos, aquele ser em estranhamento que se contempla no espelho. Esses chamados vem por meio de pensamentos a respeito de nós mesmos e como deveríamos ou não deveríamos ser, de nossa origem e propósito no mundo, de nossas capacidades de nos transformarmos e auto-orientarmos e, em última instância, do profundo desejo de sermos protagonistas nas próprias vidas, e não ap***s autômatos determinados por nossas raízes.

Portanto, nos encontramos numa zona estreita entre esses dois lados, impossibilitados porém desejos de simplesmente existir sem culpas e responsabilidades, e incumbidos da árdua tarefa de encontrar propósitos e sentidos em nossos atos.

Que nossas reflexões, embora um bom tanto antinaturais, possam servir de apoio à nossa natureza: dois estranhos que a princípio andam de mãos dadas por necessidade, e que por fim encontram satisfação em seus diálogos e diferenças.

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Tempo do cotidiano e tempo da alma    Num sonho, existiam dois relógios: um esférico, em perfeitas condições. Outro, def...
30/09/2018

Tempo do cotidiano e tempo da alma

Num sonho, existiam dois relógios: um esférico, em perfeitas condições. Outro, deformado, sinuoso, torturado. Isso nos lembra que determinadas experiências são diferentes do relógio comum e fogem às pretensões de “crono-metrar”a vida, ou seja, a medida de Cronos (um dos senhores do tempo na mitologia grega) que manda chegarmos o quanto antes (aos nossos objetivos), fazermos antes, não perdermos tempo e nos tornarmos mais eficientes.

Se a vida dos compromissos e afazeres é incessante, constituída de prazos intransigentes e do implacável tiquetaquear de um tempo linear, crescente e irreversível (tal qual o primeiro relógio do sonho), buscamos no espaço da análise o tempo de nossa alma, lentificando o ritmo alucinado. Um tempo curvilíneo, relativo e revisitável se faz necessário para que possamos reler nosso cotidiano, frequentemente acinzentado pelo excesso de fatos e carência de imaginação e de um trabalho consciencioso a respeito de seus acontecimentos. Em suma, a monotonia do dia a dia se deve menos à ausência de grandes eventos, e mais à um olhar que procura previsibilidade, confiabilidade e eficiência, impedindo as torções temporais que permitem a pluralidade de significados e possibilidades.

Fatos se tornam experiências quando desrespeitamos o tempo linear que só quer olhar pra frente.

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Um convite à imaginarTodas as coisas nesse mundo, pequenas ou grandes, são velozes e fugazes como revoadas de pássaros. ...
25/09/2018

Um convite à imaginar

Todas as coisas nesse mundo, pequenas ou grandes, são velozes e fugazes como revoadas de pássaros. Deixamo-as passar quando os acontecimentos simplesmente são o que são, e não dizem nada a respeito de mim, do mundo, da ordem das coisas e de suas infinitas possibilidades.

Ao invés de deixá-las passar, podemos também agarra-las, recebendo-as em nosso pensamento de maneira hospitaleira, com desejo, interesse e curiosidade. Aí, vivemos desse jeito: cada evento, cada instante, uma oportunidade de vôos de imaginação, afinal, segundo Gaston Bachelard, "se não podemos voar, não podemos imaginar", e uma vida sem imaginação não passa de repetição robótica.

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