13/11/2025
Às vezes a gente está ali, no silêncio de um fim de tarde, olhando para quem amamos: um pet, uma pessoa, um pedaço da nossa história, e algo dentro de nós sussurra: “E quando eu não tiver mais isso aqui?” É um pensamento que dói antes mesmo de existir. E por doer, a gente empurra para longe, como quem fecha uma porta rapidamente para não encarar o que está do outro lado. Muita gente me escreve, dizendo que não consegue nem imaginar a perda. Que prefere não pensar. Que, ao imaginar, sente como se fosse desabar. Como se a vida perdesse o sentido. Como se fosse impossível continuar. E eu entendo. Porque ninguém nasce preparado para perder. Ninguém.
A verdade é que a nossa mente tenta nos convencer de que não vamos suportar, que não temos força o suficiente, que a dor seria grande demais para atravessar. E talvez seja mesmo. A dor da perda costuma ser um ponto de ruptura, daqueles que dividem a vida entre “antes” e “depois”. Mas o que a gente esquece, porque só percebe quando chega lá, é que existe uma força silenciosa que mora em nós. Uma força que não aparece antes, que não se revela de antemão. Ela só nasce no meio da travessia. É uma força que não pede licença: simplesmente surge quando respirar parece impossível. Uma força que cuida da gente, enquanto a gente tenta se recompor.Uma força que não faz a dor desaparecer, mas que nos permite caminhar com ela sem deixar de existir.
A verdade difícil é que não estamos prontos para perder. E talvez nunca estaremos. Mas, ainda assim, seguimos. Seguimos por amor.
Seguimos pela história vivida. Seguimos porque, de algum jeito misterioso, o coração aprende a alargar para caber o que ficou e o que se foi. Pensar na perda não é um sinal de fraqueza. É apenas o reconhecimento de que aquilo (ou aquele)é tão importante, que imaginar a ausência dói. E mesmo assim, a vida insiste em continuar, e nós aprendemos a continuar com ela. A preparação não existe,
mas a capacidade de seguir adiante, mesmo que escondida, sempre existirá em você.
Um abraço no ❤️