Psicóloga Fabiana Witthoeft

Psicóloga Fabiana Witthoeft Psicólogo

13/11/2025

Às vezes a gente está ali, no silêncio de um fim de tarde, olhando para quem amamos: um pet, uma pessoa, um pedaço da nossa história, e algo dentro de nós sussurra: “E quando eu não tiver mais isso aqui?” É um pensamento que dói antes mesmo de existir. E por doer, a gente empurra para longe, como quem fecha uma porta rapidamente para não encarar o que está do outro lado. Muita gente me escreve, dizendo que não consegue nem imaginar a perda. Que prefere não pensar. Que, ao imaginar, sente como se fosse desabar. Como se a vida perdesse o sentido. Como se fosse impossível continuar. E eu entendo. Porque ninguém nasce preparado para perder. Ninguém.

A verdade é que a nossa mente tenta nos convencer de que não vamos suportar, que não temos força o suficiente, que a dor seria grande demais para atravessar. E talvez seja mesmo. A dor da perda costuma ser um ponto de ruptura, daqueles que dividem a vida entre “antes” e “depois”. Mas o que a gente esquece, porque só percebe quando chega lá, é que existe uma força silenciosa que mora em nós. Uma força que não aparece antes, que não se revela de antemão. Ela só nasce no meio da travessia. É uma força que não pede licença: simplesmente surge quando respirar parece impossível. Uma força que cuida da gente, enquanto a gente tenta se recompor.Uma força que não faz a dor desaparecer, mas que nos permite caminhar com ela sem deixar de existir.

A verdade difícil é que não estamos prontos para perder. E talvez nunca estaremos. Mas, ainda assim, seguimos. Seguimos por amor.
Seguimos pela história vivida. Seguimos porque, de algum jeito misterioso, o coração aprende a alargar para caber o que ficou e o que se foi. Pensar na perda não é um sinal de fraqueza. É apenas o reconhecimento de que aquilo (ou aquele)é tão importante, que imaginar a ausência dói. E mesmo assim, a vida insiste em continuar, e nós aprendemos a continuar com ela. A preparação não existe,
mas a capacidade de seguir adiante, mesmo que escondida, sempre existirá em você.

Um abraço no ❤️

12/11/2025

A vida ganha um outro tom quando perdemos nossos pais. De repente, o mundo parece o mesmo, mas nada é igual. Aquela sensação de ter para onde voltar, de ainda ser “filho de alguém”, vai se desfazendo aos poucos. E junto com essa ausência, muitas vezes, vão-se também as referências da infância. As memórias que antes nos ancoravam ganham um peso diferente: não são apenas lembranças, são lugares que já não existem mais. Com o tempo, entendemos que crescer de verdade talvez seja isso: perceber que a segurança que sentíamos não vinha do mundo em si, mas das pessoas que o tornavam acolhedor. Por isso, é tão importante construir novos vínculos, com laços que não substituem, mas continuam a corrente da vida. Amigos que viram família, amores que viram abrigo, causas que nos lembram por que ainda estamos aqui.Estar vivo passa a ser mais do que existir.
É continuar por alguém, por algo, por um propósito que mantenha acesa a chama do sentido. Porque, no fim das contas, seguir é também uma forma de honrar quem nos trouxe até aqui.

Um abraço no ❤️

Em uma das sessões, uma paciente que ficou viúva há pouco mais de um ano começou a se aproximar de um tema delicado. Por...
11/11/2025

Em uma das sessões, uma paciente que ficou viúva há pouco mais de um ano começou a se aproximar de um tema delicado. Por um instante, o silêncio se fez e então, com suavidade, ela desviou o assunto para uma lembrança bonita. Falou de um passeio, de uma risada, de um gesto que ainda aquecia o coração. Muitos poderiam pensar que foi uma evitação, uma fuga do que dói. Mas nem sempre é assim. No luto, desviar pode ser escolher. Escolher a luz, o afeto, a memória boa. Pode ser um modo de o psiquismo dizer: “hoje eu preciso respirar um pouco, lembrar do amor sem me afogar na dor.” Há um momento no processo em que o paciente não fala mais apenas da perda, mas também da presença daquilo que ficou, daquilo que continua E essa escolha, quando feita com consciência, é um sinal silencioso de reconstrução. No luto, escolher as boas memórias não é negar a dor. É reconhecer que o amor também é um lugar onde se pode descansar.

Um abraço no ❤️

07/11/2025

O luto não acontece só na alma. Ele atravessa o corpo.E quando a dor é profunda, o corpo fala às vezes sussurrando, às vezes gritando. É o nó na garganta que não solta. A fadiga que não passa. O estômago que se fecha.
O sono que se desorganiza. O peito apertado que parece não caber o ar. São respostas fisiológicas à perda. O sistema nervoso tentando entender o que aconteceu com a vida que existia antes. Durante o luto, o corpo entra em alerta prolongado: há um aumento do cortisol (hormônio do estresse), o sistema imunológico se fragiliza, e os músculos permanecem tensos, como se o perigo ainda estivesse por perto. É por isso que o corpo cansa tanto. Ele está tentando proteger o coração.

Aqui estão 5 formas práticas, que eu considero mais relevantes para cuidar do corpo em luto
✨Respire conscientemente: Não é “respirar fundo”, mas é lembrar que ainda existe ar. Experimente três respirações lentas ao acordar, imaginando o ar entrando e saindo do peito com gentileza.
✨Movimente-se com compaixão: Caminhadas curtas, alongamentos leves ou até pequenas danças domésticas ajudam o corpo a liberar hormônios de bem-estar (endorfina e serotonina). Não é sobre performance, mas é sobre fluxo.
✨Cuide da hidratação e da alimentação: No luto, é comum esquecer de comer ou buscar conforto em excessos. Tente refeições simples e nutritivas. Beber água também é uma forma de dizer ao corpo: “eu quero continuar.”
✨Abrace o descanso: O cansaço é real.
O cérebro está processando ausência e isso consome energia.Permita-se deitar, desacelerar, adiar o que não é essencial.
✨Toques e aconchego físico: Um banho morno, um cobertor macio, o sol batendo na pele: tudo isso ativa o sistema de segurança interna.Pequenos gestos sensoriais ajudam o corpo a lembrar que o perigo passou.

🦋E lembre-se: o corpo não é inimigo da dor.
Ele é testemunha do amor vivido. Cuidar dele é também cuidar da memória de quem partiu, porque é através do corpo que a vida segue se movendo.

💬 Qual parte do seu corpo mais sente o luto? Às vezes, nomear é o primeiro passo para aliviar.

Um abraço no ❤️

Créditos do vídeo:

07/11/2025

No fim de ano, meu consultório ganha um ritmo próprio. Quase uma coreografia entre suspiros, cafés requentados e um ou outro bombom que prometo não comer… mas como.(Ritual terapêutico, digamos assim.) Enquanto muitos contam as horas para o panetone,os enlutados contam memórias, silêncios, cadeiras vazias na mesa de Natal.

E aí a agenda vai f**ando cheia, os lenços vão diminuindo (não sei se dos pacientes ou os meus),e minha caneca vira um símbolo nacional de permanência: ela trabalha mais que Papai Noel na véspera. Nessa época, emoções chegam atropelando como luzes piscando em 220v, histórias se desenrolam com o brilho de festa e a dor aparece como convidada que não pediu permissão pra entrar.

E eu ali, com o meu melhor “respira comigo”,
tentando acompanhar o ritmo de cada coração que chega desalinhado, sabendo que o luto não tira férias e o afeto também, não. Alguns dias, confesso:meu cérebro anuncia que já atingiu a cota emocional do ano
e pede gentilmente para ser recarregado com uma xícara de chá e três minutos olhando para o ventilador, filosofando sobre nada. Porque sim, eu sou psicóloga do luto, mas continuo sendo humana, com coração que se emociona,olhos que marejam e neurônios que às vezes dizem:”depois a gente sente isso com calma.” Mas, no meio dessa maratona de despedidas, lembranças e recomeços, existe algo que me segura: a coragem silenciosa dos que continuam amando, mesmo com a cadeira vazia. E quando a porta do consultório fecha no final do dia,
carrego comigo um orgulho manso: sobrevivemos mais uma vez a mais um dia do fim de ano. Desta época, que mistura pisca-pisca com lágrima e esperança. E se eu não der conta de tudo, porque ninguém dá, que pelo menos eu dê conta do essencial: Segurar histórias com cuidado,acolher dores com ternura, e lembrar aos que chegam que, embora o fim do ano machuque, o amor deles continua e isso, ah…isso é sempre o começo de alguma luz.

Um abraço no ❤️

Hoje quero trazer a história de Viswashkumar Ramesh, 39 anos, indiano, sobrevivente de uma tragédia aérea que, poucos in...
05/11/2025

Hoje quero trazer a história de Viswashkumar Ramesh, 39 anos, indiano, sobrevivente de uma tragédia aérea que, poucos instantes após a decolagem de Ahmedabad com destino a Londres, viu o avião em que viajava transformar-se em destruição e fogo. Ele escapou praticamente ileso dos destroços, mas perdeu seu irmão mais novo, Ajay, que estava há poucas poltronas de distância. Viswashkumar descreve sua vida após o acidente como um “milagre por estar vivo” e ao mesmo tempo como “um sofrimento diário”. Ele foi diagnosticado com transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), sente dores constantes no corpo, está incapaz de trabalhar, e vive um isolamento profundo.

A experiência dele ilustra bem os elementos desse tipo de luto, que podemos destacar assim:
✨Sobrevivente e culpado de sobreviver (“por que eu e não ele?”): Ele escapa quase intacto enquanto seu irmão tão próximo, morre. Esse “por que eu” é central no que se chama “culpa do sobrevivente”. 
✨Sentimento de estar “vivendo por obrigação” ou “em nome de quem se foi”: Ele fala de um “milagre por estar vivo”, mas também de “sofrimento diário”. Há o peso de que essa vida que segue talvez não seja “normal”, como se existisse uma dívida invisível.
✨Isolamento profundo e dificuldade de compartilhar: Ele menciona estar sozinho, sem conseguir falar com esposa nem filho. O que acentua o sentido de desamparo, abandono, e de que sua dor talvez não seja compreendida.
✨Trauma agudo + perdas múltiplas: Além da morte do irmão, há perda de segurança, perda da rotina, perda da capacidade de trabalhar, dores físicas persistentes e de todas perdas secundárias que alimentam o luto.
✨Reconciliação difícil da “sobrevivência” com a “vida após”: Ele não apenas lamenta a morte, mas luta com o fato de que ele vive e como. Esse paradoxo “sobrevivi, logo devo viver, mas como viver quando tudo mudou?” é típico.
✨Possível luto complicado ou prolongado: A literatura sugere que situações de trauma, sobrevivência e perdas múltiplas aumentam o risco de luto prolongado ou complicado.

Um abraço no ❤️

Comecei a acompanhar este querido paciente  em um momento de profunda dor. Ele enfrentava o luto pela perda da irmã e da...
03/11/2025

Comecei a acompanhar este querido paciente em um momento de profunda dor. Ele enfrentava o luto pela perda da irmã e da mãe. Duas presenças que marcaram sua história e deixaram silêncios difíceis de preencher.

Com o tempo, nossos encontros começaram a se tornar espaços de reconstrução. Entre lágrimas e memórias, surgiu uma pergunta bonita:

“Como posso continuar sendo útil? Como posso dar sentido à vida mesmo com as limitações do meu corpo?”

E assim nasceu um gesto de amor: a Campanha de Natal do Paulo Bittar.
Mesmo com dificuldades de locomoção e desafios de saúde, ele quis fazer algo pelos outros. Transformou a saudade em solidariedade. A dor, em partilha. O luto, em legado.

✨ Campanha de Natal do Paulo Bittar
Estamos arrecadando brinquedos novos (para meninos e meninas) e doces no geral (exceto chicletes). Todas as doações serão entregues ao Lar Moisés, que acolhem crianças até 12 anos negligenciadas por suas famílias. As doações podem ser entregues até o dia 05/12 no meu consultório particular. Se preferir, você também pode contribuir com qualquer valor via PIX: 02897622946 (Psicóloga Fabiana Witthoeft). Toda a transparência dos gastos será compartilhada.

Porque há vidas que continuam iluminando o mundo, mesmo quando precisam caminhar devagar.

Conto com todos vocês!

Um abraço no ❤️

Comecei a acompanhar este paciente em um momento de profunda dor. Ele enfrentava o luto pela perda da irmã e da mãe. Dua...
03/11/2025

Comecei a acompanhar este paciente em um momento de profunda dor. Ele enfrentava o luto pela perda da irmã e da mãe. Duas presenças que marcaram sua história e deixaram silêncios difíceis de preencher.

Com o tempo, nossos encontros começaram a se tornar espaços de reconstrução. Entre lágrimas e memórias, surgiu uma pergunta bonita:

“Como posso continuar sendo útil? Como posso dar sentido à vida mesmo com as limitações do meu corpo?”

E assim nasceu um gesto de amor: a Campanha de Natal do Paulo Bittar.
Mesmo com dificuldades de locomoção e desafios de saúde, ele quis fazer algo pelos outros. Transformou a saudade em solidariedade. A dor, em partilha. O luto, em legado.

✨ Campanha de Natal do Paulo Bittar
Estamos arrecadando brinquedos novos (para meninos e meninas) e doces no geral (exceto chicletes). As doações podem ser entregues até o dia 05/12 no meu consultório particular. Se preferir, você também pode contribuir com qualquer valor via PIX: 02897622946 (Psicóloga Fabiana Witthoeft). Toda a transparência dos gastos será compartilhada.

Porque há vidas que continuam iluminando o mundo, mesmo quando precisam caminhar devagar. 🌟

30/10/2025

Nas teorias contemporâneas do luto, compreendemos que perder alguém não é um processo de “superar”, mas de se adaptar a uma nova forma de vínculo e de vida. A dor não desaparece, ela muda de lugar dentro de nós. E é nesse movimento que nasce a resiliência. Ser resiliente no luto não é ser forte o tempo todo, nem negar a falta. É permitir-se sentir, lembrar, chorar e continuar, pouco a pouco. É seguir em frente com o amor dentro, não apesar da perda, mas através dela.

A resiliência se revela nos gestos simples:
🌱 quando você levanta mesmo sem vontade,
💬 quando fala sobre quem partiu com ternura,
💧 quando chora sem se culpar,
☀️ e quando reconhece que ainda há vida ao redor.

E, em meio à dor, podemos ser gratos
por aquela pessoa ter feito parte de um capítulo da nossa história, ou por ainda recebermos o carinho e o amparo de quem permanece. Esses gestos de afeto não anulam a saudade, mas lembram que o amor continua encontrando caminhos. A resiliência não é o oposto da dor, mas sim o aprendizado de coexistir com ela, reconhecendo que apesar da ausência, ainda há presença, amor e gratidão.

E você? Qual é o seu “MAS PELO MENOS” no meio da dor?

Um abraço no ❤️

Créditos do vídeo:

29/10/2025

A morte assistida nos coloca diante de um paradoxo humano e afetivo profundo: amar alguém é, muitas vezes, desejar sua permanência mas, em certos contextos, amar também pode signif**ar respeitar a decisão de partir. Quem acompanha um ente querido nessa escolha vive um tipo de luto duplo: o da antecipação da perda e o da complexidade moral e emocional que vem depois. É um luto que começa antes do adeus, onde o coração tenta se preparar para o inevitável, mas também carrega a culpa silenciosa de ter consentido.

As teorias contemporâneas do luto nos lembram que ele não é uma linha reta nem um fechamento definitivo. Ele é relação que se transforma. Mesmo quando a morte foi uma decisão consciente e assistida, o vínculo continua existindo e só muda de forma, de lugar, de presença. Aceitar essa escolha não é desistir do amor, é reconhecer o direito à dignidade e ao alívio da dor. E quem f**a, precisa cuidar para que a lembrança do ato não apague a história inteira: o riso, o afeto, o que foi vivido antes da despedida.

💬 Que possamos olhar para essas partidas com menos julgamento e mais humanidade.
Porque, no fim, o luto também é uma forma de continuar amando, mesmo quando o outro decidiu parar de sofrer.

Um abraço no ❤️

Créditos do vídeo:

27/10/2025

✨Sobre o dia de hoje: 27 de Outubro✨

Um abraço no ❤️

Endereço

R. Brigadeiro Arthur Carlos Peralta, 280
Curitiba, PR
82560030

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Terça-feira 09:00 - 19:00
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