04/09/2022
Não importa o que os seus pais fizeram ou deixaram de fazer no momento deles. No presente, o responsável pela sua vida é você.Sim, é verdade, o que acontece na infância, na adolescência, e até mesmo na vida adulta com os nossos pais nos marca para a toda a vida. No entanto, isso não nos exime da responsabilidade que temos sobre a nossa vida e nossas emoções. O presente é o momento ideal para depurar o nosso passado e desintoxicar a nossa vida afetiva.Todos nós temos, em maior ou em menor grau, ressentimentos na nossa infância. Acontece que em alguns casos o negativo supera o positivo e, portanto, a família se transforma em uma rede complexa de relações, vínculos e sentimentos ambivalentes.Há figuras paternas que não são sinônimo de alegria, identidade, união, lealdade, respeito, amor e fidelidade. A elaboração dos vínculos com os nossos pais longe desse ideal nos transforma em caldeirões em ebulição, os quais são gênese de dinâmicas complexas e nocivas.Talvez à primeira vista nos vejam calmos, mas na realidade, lá no fundo escondemos verdadeiras forças antagônicas que lutam para lubrificar nossos valores e nossos sentimentos sobre o mundo e sobre nós mesmos.Os pais são pessoas e, como pessoas que são, cometem erros. No entanto, a dor provocada no filho se mantém. Neste sentido, não importa que afirmemos sem pudor que devemos aprender com os nossos erros, também podemos aprender com os erros cometidos por nossos pais.Assim, quem não teve a sorte de crescer em uma família totalmente funcional tem que realizar um trabalho duplo para se fortalecer e apreciar o sentimento de amor e respeito em relação a si mesmo e às pessoas ao seu redor. Para alcançar isso, a psicoterapia é o canal que possibilitará abrir as vias de comunicação com nós mesmos e assim ressignificar o passado que não poderá ser mudado.Infância é destino, diria Freud; mas o certo é que não podemos viver indefesos toda a nossa vida sob a desculpa de que tivemos uma infância complicada e longe de ser a ideal. Devemos interiorizar a mensagem de que não importa o quão destrutivas tenham sido as nossas relações entre pais e filho, as perspectivas sobre o nosso futuro correspondem a nós.