Raquel Kämpf Consultório de Psicologia

Raquel Kämpf Consultório de Psicologia Psicoterapia de Orientação Psicanalítica para crianças, adolescentes e adultos. Vínculos Preco

Ando me perguntando como ampliar a bondade e a delicadeza em minha vida. Com essa intenção procuro conservar o núcleo ét...
25/11/2025

Ando me perguntando como ampliar a bondade e a delicadeza em minha vida. Com essa intenção procuro conservar o núcleo ético e afetivo do meu ser, e envolvê-lo em imagens suaves e cósmicas - místicas -, como se cada gesto humano fosse capaz de tocar o céu.

Não é preciso (re)criar a Terra, basta repousar a alma ardente nas florestas, rios, cachoeiras, oceanos, flores, àrvores, montanhas, nos braços ternos de alguém que nos ama. Cuidar de mim e de você, suavemente, como quem rega um jardim secreto e perfumado.

Uma vida em paz é o suficiente. Um gesto de bondade acende constelações. As estrelas sorriem, cúmplices, quando existe menos fome emocional. quando um irmão, uma irmã podem existir cada vez mais. O mundo então se transformar num terno silêncio e o coração é semente de luz e amor.

"quando uma porta se fecha, abre-se uma janela" - lembro  de uma metáfora sobre esperança, transformação e capacidade de...
18/11/2025

"quando uma porta se fecha, abre-se uma janela" - lembro de uma metáfora sobre esperança, transformação e capacidade de encontrar novos caminhos mesmo diante de uma perda. sugere que o encerramento de uma experiência não é o fim, mas o início de possibilidades inesperadas.

o fechamento de uma porta pode simbolizar o luto por uma posição subjetiva, uma relação, uma ilusão. no entanto, esse fechamento também pode ser condição para o surgimento de novas formas de ser e estar no mundo - desde que a pessoa possa elaborar a perda e sustentar vazio criativo que se segue.

a esperança é, portanto, uma ferramenta para visualizar objetivos, um recurso de enfrentamento, uma expressão de confiança e abertura diante da vida e dos desafios, bem como uma dádiva espiritual conquistada pela fé.

esperança no amor, no trabalho, nos relacionamentos, nos estudos, na saúde e na doença, na educação, na família, nos amigos, nos processos de desenvolvimento, na juventude, na velhice, na força da própria vida.

Ser psicanalista é, para mim, um ato de presença integral. Ao longo dos anos, tenho me sentado diante de histórias que m...
04/11/2025

Ser psicanalista é, para mim, um ato de presença integral. Ao longo dos anos, tenho me sentado diante de histórias que me tocam profundamente - histórias atravessadas por medos que paralisam, por ansiedades que sufocam, por humores que oscilam como marés internas. E ali, no espaço entre palavras e silêncios, sinto que escutar é também sustentar o indizível, e o invisível compartilhado.

Cada encontro clínico é uma travessia de existir ainda mais junto com o outro. Não há mapa, mas há bússola: o desejo de estar junto, de acolher, de acompanhar o outro em sua jornada de transformação. Percebo o medo não como inimigo, mas como sinal de algo que precisa de cuidados. A ansiedade, muitas vezes, é o grito de uma parte esquecida que quer existir. E o humor- esse mensageiro tão sutil e por vezes tão intenso - revela os ritmos da alma, os ciclos de dor e potência em nossas vidas.

Na clínica, testemunho o milagre do desvelamento de uma identidade. Quando alguém começa a nomear o que antes era apenas sensação, quando uma imagem interna encontra forma, quando um gesto de confiança se insinua no tom de voz, na delicadeza do olhar - ali há vida em movimento. O desenvolvimento pessoal não é uma meta, mas um processo contínuo de tornar-se. E a transformação, quando acontece, é sempre singular: às vezes silenciosa como uma brisa, às vezes forte como uma tempestade, mas impossível de não ser reconhecida.

Como profissional, também sou atravessada pelos sonhos de quem me procura. Cada paciente me ensina algo sobre a condição humana, sobre a importância de acolher nossas partes odientas, a delicadeza da escuta atenta, as possibilidades do encontro. A psicanálise me convida, dia após dia, a ser mais inteira- a escutar melhor, com mais sensibilidade e verdade.

É nesse espaço entre o saber e o não saber que floresce o trabalho clínico. E é também nesse terreno fértil que sigo cultivando bons vínculos. Porque ser psicanalista é acreditar que, mesmo na escuridão que acompanha ss dores mais profundas, há sempre uma fresta por onde a luz e o amor podem entrar e ficar.

Pela manhã, em minha caminhada, fiquei encantanda com as Amanitas que encontrei pelo caminho. Esses cogumelos que inspir...
08/10/2025

Pela manhã, em minha caminhada, fiquei encantanda com as Amanitas que encontrei pelo caminho. Esses cogumelos que inspiram os contos de fadas, parecem casinhas que abrigam seres míticos. Ao me aproximar para fotografar, perdi um dos meus fones de ouvido. E vocês sabem que os fones de hoje não têm fios que conectam ao aparelho...Num primeiro momento me senti triste por perder algo material que é importante pra mim - amo caminhar acompanhada por uma boa música. Mas, senti mais do que isso, como se tivesse perdido uma parte de um objeto bom, vivo, ritmado, acessível, flexível, parceiro, musical, como a conexão com as batidas do coração da minha mãe em seu corpo casa que me abrigou e cuidou. Depois, pensei na beleza dessa minha experiência, na condição de lidar com uma frustração sem me perder de mim mesma, e continuar a sonhar com outras histórias possíveis, no fio invisível de tramas que acolhem perdas e abraçam silêncios. No poder de conexão entre mim e a natureza, e nesse equilíbrio tão necessário para um sentimento de felicidade.

Para Bion, a intuição é essencial ao trabalho analítico. Ele acreditava que o analista precisa estar aberto à experiênci...
07/10/2025

Para Bion, a intuição é essencial ao trabalho analítico. Ele acreditava que o analista precisa estar aberto à experiência emocional, sem se prender excessivamente a teorias e pré-concepções. Esse estado de receptividade- que ele chama de "sem memória, sem desejo e sem compreensão " - permite que o analista intua o que está acontecendo emocionalmente entre ele e o paciente, antes mesmo de poder compreender racionalmente.

Bion entendia a intuição como um modo de conhecer a verdade emocional da pessoa através do sentir. Algo que transcende o raciocínio e a linguagem verbal e permite ao analista identificar-se emocionalmente com o paciente, captar estados mentais não verbalizados, não pensados, especialmente àqueles transmitidos de forma pré-simbolica e compreender experiências não representadas e não-reprimidas , que remontam a fases muito precoces do desenvolvimento psíquico .

Esse estado mental não é mediado por pensamentos lógicos, mas por uma presença emocional receptiva, capaz de captar o que é impensável e incomunicável. Esse trabalho onírico do analista, que sonha com o paciente e com material trazido para sessão visa a transformação dos estados não representados em elementos pensáveis, por meio da rêverie e da contenção emocional. Ou seja, é um estado de mente que se asassemelha ao estado materno do cuidar amoroso .

Viver um encontro analítico é tecer um vínculo com o outro. É interagir, compartilhar, escutar, conter, transformar emoç...
03/10/2025

Viver um encontro analítico é tecer um vínculo com o outro. É interagir, compartilhar, escutar, conter, transformar emoções, entrar em diálogo com partes da mente do outro. Num encontro analítico nós estamos disponíveis para o outro, entramos em comunicação pre-verbal e verbal com ele, aprendemos com o outro sobre seu mundo, seus pensamentos, sentimentos, gestos, olhares, maneiras de (con)viver. Nós compartilhamos o que parece, a priori, o mais incomunicável de nós- nosso mundo interior - esta chama da vida mental que arde continuamente em nós durante toda nossa existência. Nós entramos em ressonância com as intenções e as emoções dos outros para vibrar novos ritmos. Colocamos- nos em seu lugar e vivemos, em nós, o que eles vivem. Seus afetos, suas dores, seus sonhos e realizações. A tecitura desse encontro chamamos de intersubjetividade.

Cada detalhe na natureza é um milagre. Cada pequeno gesto de amor na vida é conexão. Religare.
02/10/2025

Cada detalhe na natureza é um milagre. Cada pequeno gesto de amor na vida é conexão. Religare.

Um relacionamento fértil nasce primeiro do investimento num compromisso interno. É preciso estar comprometido com quem s...
22/09/2025

Um relacionamento fértil nasce primeiro do investimento num compromisso interno. É preciso estar comprometido com quem se é, com o que se sente e pensa, com o que se está disposto a construir juntos para viver com amor, respeito, paciência e reciprocidade.

Casar com a gente mesmo antes de casar com alguém é, na essência, um compromisso com o autoconhecimento, o autocuidado e a autonomia emocional. É como dizer: eu me escolho, eu me honro, eu me acompanho na saúde e na doença, nos dias de sol e de tormenta.

Reconhecer nosso jeito de ser, nossas qualidades, mas também as limitações e imperfeições permite entrar numa relação como um ser inteiro, e não como uma metade em busca de completude. Evita que o relacionamento seja uma fuga ou uma tentativa de preencher vazios internos. Cuidar de si como cuidaria de um parceiro, nutrindo vínculos com gestos, palavras e presença, fortalece a capacidade de amar sem perder a si mesmo no processo.

Se você fosse escrever seus próprios votos de casamento consigo mesmo, o que eles diriam?

Como a força do vínculo pode ajudar no sentimento de existir?Na psicanálise Winnicottiana, o sentimento de existir é con...
11/09/2025

Como a força do vínculo pode ajudar no sentimento de existir?

Na psicanálise Winnicottiana, o sentimento de existir é construído na relação com o outro, principalmente com o ambiente cuidador.

Nos primeiros momentos da vida, o bebê não tem uma noção bem definida e integrada de si. Ele depende de uma outra pessoa para sustentar a sua experiência. Quando as vivências com esse outro são suficientemente boas, desenvolve-se uma base segura, um vínculo que transmite a seguinte mensagem: você é bem-vindo, você é real, você pode se apoiar em mim.

Quando Winnicott fala do sentimento da continuidade de existir, ele está chamando atenção para a necessidade de se criar um vínculo consistente, empático e responsivo junto com a criança para que ela se sinta segura e possa sentir que tem um lugar no mundo, é desejada e querida.

Se o vínculo é frágil, imprevisível ou intrusivo, o sentimento de existir pode ser vivido de maneira precária, gerando angústias ligadas ao sentimento de vazio, de desintegração, de inexistência e futilidade.

Mas, com a força de um bom vínculo, surge um espaço transicional onde o bebê e depois a criança pequena pode brincar, criar, experimentar e ser si mesmo.

Esse espaço permite que a pessoa, até mesmo na vida adulta, se reconheça como alguém capaz de se relacionar com seus próprios sentimentos, com os outros na sua diferença e com o mundo ao seu redor sem tantos medos, mas com uma atitude psíquica criativa que permite criar, brincar, e simbolizar.

É por isso que Winnicott diz que a análise acontece na sobreposição de duas áreas do brincar- a do paciente e a do analista. Criando assim intimidade e uma área de experiência comum onde o mundo emocional pode ser compartilhado.

Cuidar da vida é um ato coletivo.Não morrerNão morrer é mais que respiraré ser raiz no chão do tempo é deixar no mundo u...
04/09/2025

Cuidar da vida é um ato coletivo.

Não morrer

Não morrer é mais que respirar
é ser raiz no chão do tempo
é deixar no mundo um olhar atento
que ecoe além do momento.

Não morrer é ser memória,
feito pérola em maré calma,
é viver além da própria história,
é tatuar amor na alma.

É ser voz que não se cala
quando o mundo impõe seu silêncio,
é ser chama viva que embala
o calor do ventre e abraça a dor da gente.

Não morrer é ser semente
que renasce em outro alguém,
é ser vento persistente
que sopra vida mesmo quando tudo parece deserto.

É ser palavra que cura,
abraço que acolhe,
é ser luz num dia de solidão.

O texto de Freud sobre Gradiva é o ensaio "Delírios e sonhos na Gradiva de Jensen", escrito em 1907. Nele, Freud analisa...
26/08/2025

O texto de Freud sobre Gradiva é o ensaio "Delírios e sonhos na Gradiva de Jensen", escrito em 1907. Nele, Freud analisa a novela Gradiva, do autor alemão Wilhem Jensen, sendo um dos primeiros trabalhos de Freud voltado à interpretação literária.

Freud investiga os delírios e sonhos do personagem principal, Norbert Hanold, um arqueólogo obsecado por uma figura feminina idealizada chamada Gradiva.

Gradiva é representada como uma mulher que caminha com um passo peculiar, capturado num relevo arqueológico que fascina o protagonista, Norbert Hanold. O nome Gradiva vem do latim gradi (caminhar), e significa literalmente "a que avança".

Freud interpreta esse movimento como uma metáfora do desejo recalcado. O caminhar da Gradiva não é apenas físico - é também psíquico. Um símbolo da da superação da estagnação psíquica.

Gradiva está em movimento porque ela representa o desejo que insiste, retorna, transforma. Ela é o passo que leva o desejo do inconsciente ao consciente, do delírio à verdade emocional.

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