18/09/2019
“Autocuidado” é uma palavra que entrou na moda. E, particularmente, eu acho ótimo que a ideia de cuidar de si esteja sendo difundida em uma sociedade que mede cada vez mais o valor de uma pessoa pela quantidade de coisas que ela produz. Nesses tempos em que a nossa relação com o trabalho e consumo de informações está mudando, é importante as pessoas compreenderem que não são máquinas e que precisam tirar um tempo para cuidar de si mesmas. O que me preocupa em relação à “popularização” do autocuidado é que ele está atrelado SOMENTE a fazer coisas bonitas ou que nos agradam.
Autocuidado, está sim ligado a se preservar, fazer coisas por você, mas não necessariamente coisas agradáveis. Quer um exemplo? Psicoterapia. Isso mesmo, a psicóloga está falando que fazer psicoterapia não é agradável. Mas, pensa comigo: o “resultado” da psicoterapia é ótimo! Você se percebe de uma maneira diferente, escolhe as questões da sua vida com mais consciência e coerência, entende os motivos pelos quais você está fazendo o que está fazendo. Mas o processo não é tão bonito assim. É doloroso encarar algumas dores, tem dias que você simplesmente não quer falar sobre coisas que te machucaram, tem outros dias que você quer desistir. Mas, faz parte de um processo que irá trazer coisas boas, um processo de autocuidado.
Nada contras as máscaras faciais, mas outras coisas também são importantes (embora não tão prazerosas): ir ao médico fazer check-up; ir ao banco resolver algumas questões financeiras; tirar o dia para solucionar questões burocráticas; parar de comer determinada coisa que você gosta, mas te faz mal; fazer atividade física; limpar a casa; tomar remédio no horário certo; e tantas outras coisas que não são tão legais assim, mas são importantes.
Esses tempos eu estava ouvindo um podcast chamado “Imagina Juntas” e descobri que já existe um nome para isso: “boring self care” ou “autocuidado chato”. Então, conta pra mim: qual foi o último “autocuidado chato” que você fez ou que tem feito?