Amélia Sayuri Tanji Grande -CRP 08/24472- Psicóloga / Psicanalista

Amélia Sayuri Tanji Grande -CRP 08/24472- Psicóloga / Psicanalista " Entrar em análise é sair de uma moral dos costumes e se instalar na ética do desejo"
(Jorge Fo

08/03/2023
05/01/2021
PietietácomtuPietá, vítima, íntimaDa morte Se (Q)Gueixa Do reconhecimento do olhar do OutroDe pálpebras cerradasDesvia s...
05/11/2020

Pietietácomtu
Pietá, vítima, íntima
Da morte
Se (Q)Gueixa
Do reconhecimento do olhar do Outro
De pálpebras cerradas
Desvia seu olhar e arrasta olhares a contemplá-la
Pietá, Capitú e a (Q) Gueixa
Dividida em pedaços
De sua posição a três
Recolhe sua feminilidade
Em seu semblante de resignação
Impedindo sua ação
No imaginário da pureza (in)corruptível
Se (Q)Gueixa
Mas basta um rímel, um lápis e um delineador
Que Pietá tieta com Capitú
Larga a morte do colo
Abre as pálpebras
Delineia a dor da ausência de olhar
Destaca seu olhar com os contornos
A mais do rímel
A mais do lápis
Num olhar devora(dor)
De cigana oblíqua dissimulada
Ataca
Pietá em vestes de Gueixa
Nem tão santa
Nem tão p**a
Atravessa a basílica
Encontra uma deixa
E deixa a queixa no altar
Amélia Sayuri Tanji Grande
CRP 08/24472

AxoloteA bela adormecidaAmortecidaUm tanto esquecidaDe castigo no cantoMosca mortaInseticidaInspiraSe afoga na lamaAbre ...
30/10/2020

Axolote

A bela adormecida
Amortecida
Um tanto esquecida
De castigo no canto
Mosca morta
Inseticida
Inspira
Se afoga na lama
Abre asas e voa
Varejeira
Vestida
Vestido
Metida
Irrita
Atormenta
E não mais se lamenta
Do seu sertão veredas
Abriu mão de ser- tão
E tem se enveredado
Do canto pro canto
Zumbido que vibra
Nem sertão
Nem bela
Nem ser- tão
Nem mosca
Quem sabe
Axolote
Estranha criatura em transição
Na contramão da peregrinação
Não pede por um beijo de salvação
Por mais que fure o dedo
Do veneno faz vacina
E da sina um brincar
Amorteceu a morte
Tecendo amor em seu lugar
Amélia Sayuri Tanji Grande
CRP 08/24472

CesáreaO parto da criança amada41 semanasE não foram suficiEntesA bolsa estourouO fantasma da preferidaSe encolhia por d...
24/10/2020

Cesárea
O parto da criança amada
41 semanas
E não foram suficiEntes
A bolsa estourou
O fantasma da preferida
Se encolhia por dentro
Ainda não estava ciEnte
Seu Ente já havia ido
Na diversão da falecida irmã Aline
Nas gargalhadas da falecida irmã Amanda
No sonho dramático da mãe
Nos desvios do olhar do pai
No seu sonho em que carregava a si mesma feito criança morta no colo
O parto da criança amada
23:15
Na espera , de repente
A dor aumentou
Sentia- se esquecida
Estremecia sem centro
Nessa ontologia subserviEnte
Seu Ente se contorcia em gemidos
No liquido amniótico que molhava o lençol
No vômito esparramado pelo chão
Na tranquilidade da enfermeira
No corredor vazio do hospital
No chute certeiro na costela
O parto da criança amada
6 horas
Meio dedo de dilatação
Anestesia, por favor
O bisturi cortava a carne
Não dava pra ser normal
O bisturi cortava o cordão umbilical e separava a minha criança de mim mesma
Ela chorava
Eu sorri
Pode chorar, minha filha
Aqui fora é tudo diferente, novo e assusta mesmo
Seu choro encontrou a palavra e silenciou- se serena
Reconheceu a voz da mamãe
Colocou me em outro lugar
Matou a minha criança
Outra criança amada nasceu!

Amélia Sayuri Tanji Grande

Boi boi boi do Piauí pega essa menina que não quer dormirNão, não boi, não precisa me pegar Eu preciso brincarBrincando ...
12/10/2020

Boi boi boi do Piauí pega essa menina que não quer dormir
Não, não boi, não precisa me pegar
Eu preciso brincar
Brincando
Sou
Bombeiro
Socorrista de ambulância
Dentista
Dançarina
Master chef
Misturo todos os sabores
E de repente passo a ter nojo
De yogurt com miojo
Tem coisas que não dá pra misturar
E aí percebo que também não sou
Nem,
Bombeira
Socorrista de ambulância
Médica
Dentista
Dançarina
Master chef
Sou e não sou?
Brincando
Trago o mundo ao meu redor
Se não posso ir a praia
Invento areia e mergulho no meu mar
Faço poças no quintal e pulo, pulo até cansar
Se está chovendo e não posso explorar a imensidão do quintal
Invento um piquenique no tapete mesmo
E tomo um delicioso chá com bolos de vários sabores na companhia da minha mãe
Ora me coloco pra fora, ora me recolho pra dentro
E de repente não estou nem fora, nem dentro?
Grito: mamãe!!!
Brincando
Solto p**a com o papai e quase toco o infinito
Mas quando o infinito das ondas do mar me tocam
Estranho e corro pra certeza do chão firme da areia
Prefiro boiar na piscina
Brincando
Tenho a presença imaginária de filhos, irmãos, bebezinha, coleguinhas
Às vezes os priminhos aparecem e divirto- me a beça
E de repente reclamo de uma ausência
Não tenho amigos
Percebo que em algum lugar estou sozinha
Brincando
Tento inventar um jeito de ser mulher
Passo esmalte, maquiagem, coloco as roupas da minha mãe
E de repente passo tanta maquiagem, visto tantas roupas
Saio assustando minha mãe
Virei um monstro, mamãe
Tiro todas as roupas
E saio livre correndo pela casa, volto a ser menina
Ou, é nesse lugar que me transforma em Outra?
Brincando
Tenho encontrado o amor
Olho bem nos olhos da minha mãe e falo baixinho
Amo você
E sei que não preciso ter medo do boi da cara preta
Digo firme
Deixa eu me cansar boi
Amanhã tem mais

derrAMANome femininoQue escorre sem formaPelo vermelhoDo sangue periodicamente menstruando E se despedaça em dores amarg...
07/10/2020

derrAMA
Nome feminino
Que escorre sem forma
Pelo vermelho
Do sangue periodicamente menstruando
E se despedaça em dores amargas
Restos de mim
Suicida e Assassina
derrAMA
Nome feminino
Que se esparrama
Em lágrimas
Diante da culpa por tentar apagar a chama do fogão com o leite derramado
Gesto insano e impossível de salvar a mim no outro
derrAMA
Nome feminino
Que se infiltra
Nas brechas da insatisfação
Tornando se inflamação do lado direito do quadril
Do lado esquerdo não teria conotação jurídica
derrAMA
Nome feminino
Que escoa nos líquidos
Diariamente derrubados pela minha filha por todos os cantos da casa
Lugares possíveis para escorrer os excessos que transbordam do copo e do corpo
derrAMA
Nome feminino
Que do café derrubado pelo analista
Se faz palavra sonhada
E ganha vida no divã
derrAMA
Nome feminino
Que desliza desfilando
Contornando a pele
Em seu vestido vermelho
Agitando corpos
derrAMA
Nome feminino
Que rega as plantas
E se vê nas flores coloridas abertas no jardim
Adornando a morte
Abrindo sorrisos em buquês enamorados
derrAMA
Nome feminino
im(próprio)
Que se articula no trabalho suado da escrita
derrAMANDO-SE letra por letra como lava de Vesúvio
derrAMA
palavra inscrita
Que não cessa de não se inscrever

Amélia Sayuri Tanji Grande
CRP 08/24472

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Curitiba, PR
82015080

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