Jessica Nevel Psicanálise

Jessica Nevel Psicanálise O trabalho psicanalítico é jornada de deslocamento, abertura, iluminação de pontos cegos, e restauração pulsional

Juba de leão
27/11/2025

Juba de leão

 na companhia de Mariana Palma, Gabriel de la Mora e Exposição ÁsiaBonito para valer
11/11/2025

na companhia de Mariana Palma, Gabriel de la Mora e Exposição Ásia

Bonito para valer

 com Gabriel de lá Mora, exposição Ásia e Mariana Palma.Bonito para valer.
11/11/2025

com Gabriel de lá Mora, exposição Ásia e Mariana Palma.

Bonito para valer.

Foi entre os séculos XVIII e XIX, com o declínio do poder soberano, que emergiu uma nova forma de poder: a biopolítica. ...
30/10/2025

Foi entre os séculos XVIII e XIX, com o declínio do poder soberano, que emergiu uma nova forma de poder: a biopolítica. Caracterizada por um profundo interesse pela vida dos indivíduos, essa forma de controle se manifesta por meio de estudos demográficos, políticas sanitaristas, medidas profiláticas, pelo monitoramento das taxas de natalidade, entre outros, todas ações derivadas de uma súbita intenção de preservar a vida.

Esse interesse, no entanto, se consolida em um ponto paradoxal: o poder de decidir quem deve viver e quem deve mOrrer, sob o pretexto de proteger a vida. Embora pareça uma ambiguidade, trata-se de um sistema que define quem está dentro ou fora da norma. E não é preciso ir muito longe para perceber que tudo aquilo que escapa à norma é considerado passível de eliminação. Para Michel Foucault, filósofo que desenvolveu esse conceito, essa lógica é um dos pilares do racismO.

Nesse cenário, o filósofo camaronês Achille Mbembe avança e propõe o conceito de necr0política, a política da m0rte. Mas se a biopolítica já lida com a vida e a m0rte, por que seria necessário um novo conceito que trata especificamente da m0rte?

Após a chac|na ocorrida ontem no Rio de Janeiro, compreendi por que o conceito de necr0política é urgente. Há uma ênfase clara na produção sistemática da m0rte, o que nos obriga, como sociedade, a reconhecer o quanto ainda estamos distantes de um ideal de racionalidade, justiça e humanidade. Temos muito o que aprender, e mais ainda, o que transformar. Estou indignada com a forma como vidas são tratadas como descartáveis, como se algumas existências fossem menos dignas de proteção, de lut0, de memória.

Vivemos em um mundo onde tempo e espaço já não são limites como antes. Com um clique, falamos com alguém do outro lado d...
13/10/2025

Vivemos em um mundo onde tempo e espaço já não são limites como antes. Com um clique, falamos com alguém do outro lado do planeta. Não é mais preciso viajar, esperar ou sequer estar fisicamente presente. Essa separação entre tempo e espaço, que o sociólogo Anthony Giddens chama "desencaixe", transforma profundamente nossa forma de viver e de nos relacionar.

No passado, a experiência era construída no contato direto, no corpo presente, no tempo vivido. Hoje, a mediação tecnológica substitui a presença por conexões digitais. Isso gera uma sensação de aceleração constante e, ao mesmo tempo, de vazio. Estamos sempre conectados, mas muitas vezes desconectados de nós mesmos. A ausência de limites concretos alimenta uma ansiedade difusa: tudo é possível, mas nada é estável.

A forma como lidamos com a propriedade também mostra o efeito do desencaixe. Se antes possuir terras era sinal de poder, hoje, títulos financeiros e ativos digitais, coisas que não se tocam, definem quem tem ou não tem. A realidade concreta dá lugar a abstrações. Isso pode gerar insegurança, afinal, se tudo é abstração, o que é realmente concreto?

Até nossos corpos entram nesse jogo. Com a multiplicação de procedimentos estéticos, filtros e cirurgias, a idade se torna um enigma. O rosto não revela mais o tempo vivido. Isso pode parecer libertador, mas também nos afasta da aceitação do envelhecimento e da finitude. O corpo, que antes contava nossa história, agora tenta apagá-la.

Essas transformações têm um custo psíquico. A constante necessidade de se adaptar, de se reinventar, de parecer jovem e produtivo, alimenta ansiedades, inseguranças e uma sensação de insuficiência. A experiência, esse saber que vem do tempo vivido, é trocada por simulações, por atalhos, por inteligências artificiais que pensam por nós.

Estamos, aos poucos, renunciando à experiência em nome de uma fantasia de eficiência. Será que estamos preparados para viver num mundo onde tudo é imediato, marcado pelo desencaixe e pela compressão de tempo e espaço, e ainda assim acolher a subjetividade humana? Reapropriar-se da experiência singular é, hoje, um ato revolucionário.

Foto de David Young

Primavera nos dentes
30/09/2025

Primavera nos dentes

29/09/2025

Por que não regulamentar a psicanálise

A infância não é útil, mas é vitalNa clínica psicanalítica, escutamos não apenas o que é dito, mas o que foi silenciado....
17/09/2025

A infância não é útil, mas é vital

Na clínica psicanalítica, escutamos não apenas o que é dito, mas o que foi silenciado. A adultização de crianças, muitas vezes associada à exposição precoce à sexualidade, também se revela em formas sutis e devastadoras: a supressão da infância como espaço legítimo de desenvolvimento psíquico.

Trata-se de uma violência simbólica que se instala quando a criança é convocada a ocupar funções que não lhe pertencem — como suporte emocional de pais adoecidos, cuidadora de irmãos ou mediadora de conflitos familiares.

Ferenczi, ao falar da “confusão de línguas entre adultos e crianças”, já apontava o risco de uma criança ser tratada como um adulto em miniatura, perdendo o direito de experimentar seu mundo interno com liberdade. Essa confusão se estende à responsabilização precoce, à exigência de maturidade emocional e à negação do tempo lúdico, do devaneio, da fantasia.

O recorte de gênero torna essa dinâmica ainda mais cruel. Meninas são investidas como pequenas mães, responsáveis por afetos e rotinas que deveriam estar sob o cuidado dos adultos. Essa sobrecarga rouba a espontaneidade da infância e impede o contato com seu território emocional — aquele espaço fértil onde se constroem os alicerces da subjetividade.

Sem tempo para brincar ou sonhar, essas crianças crescem com um vazio que não é ausência, mas excesso: de demandas, expectativas e silêncios impostos.
A adultização é uma forma de abandono — não físico, mas da experiência de ser criança.

A infância, que deveria correr como a correnteza de um rio, desvia-se pelos afluentes, aparecendo apenas nas brechas. Em tempos em que se valoriza a utilidade, abrir espaço para a criança interna é um ato revolucionário.

Que espaço damos para escutar a criança que pulsa em nós?

A boiaDepois da mudança para o Sul, o frio que se dilatava por todas as esferas se tornou uma ingrata novidade. Do apart...
09/09/2025

A boia

Depois da mudança para o Sul, o frio que se dilatava por todas as esferas se tornou uma ingrata novidade. Do apartamento escuro e cinza na cidade, o contato com o universo solar, ainda adormecido, desejava despertar e tomar parte na nossa vida.

Foi no posto de gasolina que conseguimos a câmara de pneu de caminhão remendada. Ansiosos, eu e meus dois irmãos mais novos inflamos aquele pedaço de borracha que se tornou a grande alegria daquela temporada na praia.

Saímos os três, andando por três quadras, com a boia rolando pelas ruas de terra buscando a viela que levava ao mar. A boia, maior que nossa altura foi cuidada e guiada pelas seis pequenas mãos e pés até a água.

Atravessar a arrebentação e conseguir equilibrar-se na boia era a diversão. A pele, já bronzeada e banhada pela água salgada reluzia com o sol. Era escorregadio. Enquanto um conseguia subir e o outro caia. As vezes dois conseguiam subir, mas com o peso do terceiro, o outro caia. As vezes a boia ganhava vida própria e derrubava a todos. Gargalhávamos triunfantes, com as quedas, os resgates e o equilibrar-se na boia. O cair e se levantar era o júbilo.

Em meio aos remendos, entre as quedas, levantes e escorregões ao longo das décadas, a boia foi nos ensinando como sustentar esse delicado vínculo, até os dias de hoje.

Parabéns para o pelo seu aniversário. Parabéns para o Benjamin. Parabéns para nós!

Me parece uma boa recomendação para todos, em especial para aqueles que, como eu, tem na palavra e na escuta um importan...
05/08/2025

Me parece uma boa recomendação para todos, em especial para aqueles que, como eu, tem na palavra e na escuta um importante instrumento de trabalho.

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Me pareceu ser uma boa recomendação a todos, assim como eu, que usamos a palavra como instrumento de trabalho.Repost de
05/08/2025

Me pareceu ser uma boa recomendação a todos, assim como eu, que usamos a palavra como instrumento de trabalho.

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O que fazemos?

Desenvolvimento humano, sem fôrma ou fórmula mágica: a escuta atenta e analítica é a porta de entrada. Ferramentas certificadas e atividades colaborativas fazem parte do processo. E a devolutiva é um trabalho clínico. O trabalho de autoconhecimento, seja ele através de coaching, atendimento clínico ou desenvolvimento de líderes e equipes, está longe de ser o fechamento em uma solução pronta, é o processo de deslocamento, abertura, iluminação de pontos cegos, libertação e restauração da potência.

O que existe em cada indivíduo, o que está a serviço dele, e o que ele quer fazer com isso?

CARREIRA • LIDERANÇA • RELAÇÕES • AUTOCONHECIMENTO