16/06/2024
Muitos pais controlam seus filhos adultos de perto e até de longe. Não importa que esse filho ou filha já tenha deixado a casa da família e tenha uma família própria e uma vida a parte. O cordão umbilical continua sem se romper e, através dele, aquele amor envenenado continua se alimentando em busca de um único objetivo: fazer com que os filhos continuem precisando dos pais.
Quem busca o controle tenta aliviar a sensação de carência.
Nesse caso, o que os pais buscam é se defender da solidão convencendo os filhos de que eles ainda são essenciais para eles. A proximidade (e dominação) lhes dá a sensação de permanecerem úteis, de deter o poder e, assim, aliviar a baixa autoestima e aquela personalidade distorcida que não vê o sofrimento que seu comportamento gera.
O fato de os filhos já serem adultos não impede nem um pouco dessa necessidade de controlar. As técnicas devem ser mais sofisticadas, mas quem foi um manipulador psicológico por metade da vida ou toda a vida sempre encontra caminhos e estratégias. Não importa se o filho ainda está em casa ou já a deixou. As redes de controle continuam a se espalhar e sufocar com muita habilidade.
Quem controla, como já sabemos, o faz motivado pela sensação de carência, mas também pelo medo. Eles temem que a vida de um filho siga seu caminho com independência, maturidade e liberdade longe de casa. Qualquer tentativa deste último de assumir o controle da sua própria existência é interpretada como uma ofensa, e emoções tão fortes quanto a raiva, a ira e a angústia surgem instantaneamente.
Aquela teia de ar**ha que aprisiona e restringe as liberdades, na verdade, sempre esteve ao redor deles, encapsulando-os de modo que, às vezes, os filhos assumem como algo normal uma coisa que não é nada normal.
O pai controlador está sempre lá para “ajudar”, mas graças a essa ajuda aparentemente bem-intencionada, eles têm uma desculpa para dominar. Assim, o fato de ajudarem financeiramente, de realizarem certas tarefas, em última análise, serve não só para controlar os filhos, mas também para chantagear e continuar exercendo autoridade.
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