08/08/2025
Tô cansada de sistemas mágicos regidos por homens - leia-se machos encarnados ou mortos - que se autoproclamam deuses absolutos. Exausta dessa mesma falácia replicada em tudo quanto é lugar.
>>> Terreiro onde Pombagira não pode fumar, rebolar, beber. Onde exus tem palco, moral, decidem tudo, e as Senhoras são apagadas e doutrinadas. Correntes espiritualistas nas quais os médiuns precisam se controlar quando Pombagira quer chegar, pra não incomodar a "ordem". (Esses dias fui em uma gira onde todos os exus eram saudados por seus vários nomes, enquanto as Rainhas eram reduzidas a uma única categoria, uma única saudação).
>>> Satanismos que submetem as mulheres a servidoras de um Diabo, opa, masculino. Aquele velho estereótipo do Sabá: bruxas adoradoras de um grande poder sombrio patriarcal.
>>> Práticas de invocação que interpelam anjos e daemons (masculinizados) usando obrigatoriamente os nomes do deus judaico-cristão... aquela velha história de que os hebreus são donos das palavras "certas" para acessar o alto mistério.
E assim se multiplica, em vários cenários, o projeto de extermínio cósmico da Deusa.
Cada um faça o que quiser com a sua espiritualidade, mas na minha quem manda é a Grande Creatriz em suas infinitas manifestações, epítetos, linguagens e poderes.
Na minha Tenda, Pombagiras, Ciganas, Bruxas, Sereias, Fadas, e tantas outras são honradas, reverenciadas, elogiadas, mimadas com tudo o que quiserem.
Matri Potestas Infinitum Est!