22/09/2025
🎗️Eu sei que este é um tema delicado, mas é fundamental que possamos falar sobre o suicídio. O silêncio em torno desse assunto apenas intensifica a dor de quem sofre e, muitas vezes, não sabe como buscar ajuda ou não encontra o suporte necessário. É preciso abrir espaço para o diálogo, para a escuta e para o acolhimento, reconhecendo que, por trás desse desejo, existe uma história marcada por sofrimento e pela busca de alívio.
Na psicanálise, compreendemos que o desejo de morte não surge de forma repentina. Ele é fruto de uma dor psíquica intensa, muitas vezes associada a sentimentos de vazio, abandono, rejeição ou experiências traumáticas não elaboradas. A pessoa que pensa em suicídio, geralmente, não deseja a morte em si, mas sim o fim de um sofrimento que parece insuportável.
Por isso, o primeiro passo não é oferecer soluções rápidas ou conselhos diretos, mas acolher o sujeito em sua fala. É importante que ele se sinta escutado sem críticas, sem interrupções e sem julgamentos. A escuta analítica abre espaço para que a pessoa possa dar nome à sua dor, ressignificar experiências e encontrar novas formas de lidar com aquilo que a angustia.
🤍Como ajudar:
• Esteja disponível para ouvir, mesmo que em silêncio;
• Evite frases como “não faça isso” ou “pense positivo”, que podem soar como minimização;
• Demonstre interesse genuíno, perguntando: “O que você está sentindo agora?” ou “Como posso estar ao seu lado neste momento?”;
• Incentive a busca por acompanhamento profissional (psicanálise, psicoterapia, psiquiatria);
• Se houver risco imediato, é fundamental acionar uma rede de apoio e procurar ajuda especializada de emergência (CVV – 188, SAMU – 192).
Na visão psicanalítica, o processo de análise permite que a pessoa reencontre o sentido de sua existência, elabore as dores do passado e descubra novos caminhos de vida. O suicídio, muitas vezes, é uma forma de calar o sofrimento; já a análise é a possibilidade de transformar esse sofrimento em palavra.