26/11/2025
Quando Spinoza afirma que “Deus é potência em ato”, ele desmonta toda visão estática ou transcendental do divino e devolve Deus ao movimento vivo da própria realidade. Em Spinoza, Deus não é um ser separado, mas o fluxo contínuo da existência produzindo-se a si mesma — movimento corporal, emoção, afeto, transformação incessante. É a potentia que vibra em cada modo de ser, a força mesma do viver que se atualiza no corpo, na mente, na natureza inteira. Nesse insight, Deus deixa de ser um mandamento e torna-se uma dança: o princípio ativo que pulsa em cada relação, em cada encontro, em cada variação que nos faz existir e nos convida a aumentar nossa capacidade de agir e de alegrar o mundo.