26/11/2025
No último domingo, nossa cidade viveu um dos episódios climáticos mais marcantes da nossa história. A chuva de granizo deixou rastros que vão muito além dos danos materiais — tocou profundamente as famílias, os lares e, principalmente, o coração das nossas crianças.
As pedras enormes, assustadoras, pegaram a todos de surpresa. Nem mesmo os mais velhos lembram de algo parecido. Em poucos minutos, casas foram destruídas, rotinas quebradas e a sensação de segurança, tão essencial na infância, foi abalada.
Como psicóloga infantil, tenho visto o quanto este evento deixou marcas emocionais nos pequenos.
Crianças vivem e interpretam o mundo a partir daquilo que sentem — e quando algo tão intenso acontece, é natural que apareçam sinais de medo e insegurança.
Algumas reações comuns após um trauma climático são:
• Medo repentino de novas chuvas ou trovões;
• Dificuldade para dormir ou pesadelos;
• Choro fácil ou irritabilidade;
• Apego maior aos pais ou medo de f**ar sozinhas;
• Brincadeiras que repetem o que aconteceu, como forma de elaborar o susto;
• Silêncio ou retraimento, quando a criança não sabe como expressar o que sentiu.
Tudo isso é compreensível. Elas ainda estão tentando organizar internamente algo que, para qualquer adulto, já seria assustador.
Este é um momento de acolher, ouvir sem pressa e validar o que elas sentiram.
De permitir que falem, desenhem, brinquem e expressem o medo sem minimizar suas emoções.
De oferecer colo, previsibilidade e pequenas rotinas para que voltem a sentir segurança.
Que como comunidade possamos reconstruir não apenas casas, mas também sensações de proteção e estabilidade.
E que cada criança encontre, em nós, o apoio necessário para transformar esse susto em força.
Estou aqui para acolher e ajudar as famílias que precisarem.
Se você percebeu mudanças no comportamento do seu filho após a tempestade, observe, acolha — e, se necessário, busque apoio profissional. Cuidar da saúde emocional agora é essencial para que ele recupere a segurança e o bem-estar.
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