08/02/2021
Há quatro dias, o Nexo Jornal trouxe uma matéria que mostrava as faces da violência psicológica no Big Brother Brasil. A matéria informava que “no Google Trends, ferramenta que mostra as tendências do buscador, o termo ‘tortura psicológica’ registrou um aumento de 610% nas pesquisas, já que nas redes choviam acusações de que Conká estava abusando mentalmente de Lucas.”
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“A tortura psicológica é caracterizada pelos maus tratos mentais e emocionais em uma relação desigual de poder entre duas ou mais pessoas. Depressão, ansiedade e estresse pós-traumático são alguns dos efeitos da tortura psicológica”. A psicóloga Martha Hübner argumentou para a matéria “que todo o programa foi construído para ser uma espécie de tortura psicológica com os participantes e que pelas regras atuais, ganha quem for mais maduro, quem for mais bem resolvido, quem aguentar essa pressão por mais tempo.” Mas diz muito sobre nós enquanto sociedade.
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Vamos supor que Lucas possui um transtorno psicológico, por exemplo, o Borderline, que se mostra como instabilidade no humor. Ele não seria um bom jogador na vida. Ele teria comportamentos que a maioria não aprovaria aqui fora, e será que ele aguentaria “essa pressão por mais tempo”?.
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Pessoas com transtornos psicológicos precisam enfrentar as dificuldades inerentes ao diagnóstico, bem como o isolamento, a incompreensão e os silenciamentos que a sociedade impõe. No BBB, isso aconteceu quando Lucas foi proibido de falar, de comer, de olhar e
de assumir a sua sexualidade.
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Quando nós, psicólogos, batemos na tecla sobre a importância de aceitarmos a nossa diferença, assim como a do outro, é porque essa conduta está muito relacionada com a incidência de suicídio entre nós. No programa, a saída do Lucas trouxe alívio para ele, mais seguidores no instagram e uma defesa ferrenha nas redes. Já na vida, a saída de uma pessoa significa silêncio, dor, tristeza e sensação de perda irreparável entre os que ficaram.
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O que você acha sobre isso? Se você quiser, conte aqui nos comentários como você enxerga toda essa situação.
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Luis Paulo de Brito Dantas
Psicólogo
CRP-03 22011