01/12/2019
Um altar ecumênico para honrar as ancestralidades que me perpassam. Desde muito pequena sempre fui fascinada pelas variadas manifestações religiosas. Nelas o que mais me encantava e encanta é observar a maneira como as pessoas se conectam com esse universo do invisível, do insondável, da fé. O que mais me encanta é o religare. É ver como a pessoa se reconecta com esse amor divino. Das ancestralidade que me perpassam, nelas encontro forças para seguir em frente, cada vez mais firme no amor e na certeza de que tudo é uno. A ancestralidade hindu me conecta com o silêncio, o equilíbrio de forças, a introspecção. A ancestralidade africana me conecta com a alegria de viver, simplesmente por ser rica em cores, formas, ritmos, sabores, movimentos corporais, magia, cuidados. A ancestralidade indígena me lembra que sou filha do Pai Céu e da Mãe Terra, me traz a sensação de pertencimento, pureza, integridade. Todas elas me repitam com a fonte criadora. Quando eu era criança eu não entendia porque as pessoas brigavam é se desentendiam por conta da diferença das religiões e achava que Deus f**ava triste quando isso acontecia. Hoje acho que o criador de tudo que é, a Deusa Mãe, o grande arquiteto, essa força cósmica e invisível que nos une (ou como vc queira chamar) deve olhar pra nós como aquela mãe que vê os filhos brigando e f**a querendo mostrar que o amor é incondicional, mas os filhos, cegos pelas suas paixões de ódio, rancor e preconceito não conseguem enxergar esse amor, que é incondicional. Há quem professe a dispensa dos símbolos, já que tudo uma coisa só. Eu defendo o direito de havê-los, não só porque são linguagens que se comunicam através de "cartas" enviadas para o mesmo remetente que é poliglota. Mas principalmente pela necessidade de transcender a forma através da sua inclusão. Abrace todas a religiões. Se você procurar saber o que está para além dos símbolos só vai encontrar amor. Por isso a necessidade de havê-los! Só para mostrar para nós que Deus pode se manifestar das mais variadas formas, por que somos diferentes, isso é riqueza de possibilidades, isso é liberdade de expressão. Olhe a natureza em sua volta: somos apenas o seu reflexo.