Psic. Virgínia Levy

08/10/2025

No meio de um ano que vem num ritmo alucinante, com muito mais mudanças e imprevistos do que é possível processar neste mesmo ritmo, chega o momento de deixar a Sejuri/SC e assumir novos desafios.

Levo a certeza de ter construído bons laços e boas práticas, e de ter contribuído para o entendimento de que é preciso cuidado para não psicopatologizar e individualizar impasses e sintomas que nascem do que há de pouco saudável nos ambientes profissionais. É pra isso que nem toda prática em Psicologia é clínica!

Na foto, em visita ao Presídio Feminino do complexo penitenciário de Florianópolis.

Sobre os outros desafios, conto depois. ;-)

25/09/2025

Eu poderia falar de como foi legal acolher estes trabalhadores e poder fazer com que pensassem sobre o que lhes desanima e o que lhes dá força pra seguir adiante, e sobre a importância dos vínculos, da rede de apoio, mas resolvi compartilhar estas fotos da ação que fizemos estes mês falando de como tem sido importante o convívio no PAS/SEJURI. Cada pessoa contribuindo não apenas a partir do seu saber e da sua experiência, mas também do seu cuidado, da sua disposição pra estar junto, fazer acontecer o trabalho, e pro acolhimento interno da equipe. É uma honra estar com vocês!

23/09/2025

Quinze pras quatro. (3h45).
Não sei bem em que momento meu corpo decidiu que, não importa o nível de cansaço, devo despertar 15 minutos antes do despertador. Talvez ele goste de acordar sozinho, como eu, e essa rebeldia seja um jeito de sentir que teve escolha.

Cinco horas. (5h).
Um céu lindíssimo, estreladíssimo, contrasta com o chão ainda molhado. Frio demais pro "passeio de moto" que tenho à frente. Ainda assim, há beleza. Curiosamente, não sei se pelos pensamentos ou pelas nuvens que estão pra este lado, não vejo a ponte - que só nesse horário, vazio de gente e de carros, consigo ver iluminada da Pequeno Príncipe.

Cinco e dezessete. (5h17).
Um pouco mais tarde que o habitual.
A tranquilidade dos gatos pingados que não chegam a meia dúzia, e a fila formada por bolsas enquanto nós 3 sentamos em bancos distintos. Será que somos os mesmos aqui, nesse horário, todos os dias? Ainda não consigo reconhecer. Começo a escrever e logo levanto correndo, celular na mão. Passou das 5h20 e o estouro da boiada, que acontece todo dia, com a correria de quem vem de ônibus para o Terminal de Ônibus do Rio Tavares, logo transforma a paisagem desértica em uma fila tripla. Mas não dá tempo de pensar muito, pois são 5h27 e precisamos entrar e sentar e rumar para o Centro.

5h e 40 e muito vou chegar no Ticen. Tenho um ônibus mais tarde, que me deixaria às 6h30 e mais perto do hospital, mas tenho horas a cumprir e é bom chegar antes das 7h hj. De qualquer forma, o ônibus é pra chegar meia hora antes ou não chegar. Penso nas horas que estou devendo, e lembro de quando tinha 11 anos e alguém, não sei se o prof de Educação Física ou a de Música ou os dois nos disse que Ensino Médio (que recém tinha deixado de se chamar "Segundo Grau") era ter que faltar aula de uma disciplina pra estudar pra uma prova ou fazer trabalho pra outra. Entendi e aprendi, porém nunca imaginei que um dia estaria faltando trabalho por causa de trabalho.

Lá pras 5h55 vai ter o ônibus número 3. Será que vou conseguir entrar no meu setor ou vou f**ar 40 min do lado de fora espetando um colega chegar pra abrir como ontem? Penso na ironia do momento. 🧶🧶🧶(Continua nos comentários)

19/09/2025

Promovendo saúde mental e qualidade de vida sob as lentes da maravilhosa equipe de comunicação da SEJURI/SC!
Que não fique só em setembro!
No que depender de nós, não f**ará!

15/09/2025

Sabemos que as campanhas coloridas podem ser muito problemáticas: podem fazer a gente apontar o dedo para alguém, e ignorar que as fragilidades em saúde se constroem em conjunto.
Sabemos que as desigualdades sociais, os problemas financeiros, os preconceitos, as relações abusivas de trabalho e de vida, tudo isso empurra pro desespero.
Sabemos até que certos temas precisam ser trabalhados no ano inteiro, e que abordar muito em um mês específico faz os serviços de saúde não darem conta da procura, o que pode acabar sendo um "tiro no pé".

Sabendo de tudo isso, também sabemos que a vida tem suas dificuldades e que o desamparo, infelizmente, também faz parte da experiência humana. Às vezes, ele é tão grande que esquecemos que a vida não é tão linear assim, e que o sofrimento de hoje não signif**a que estamos condenados a uma vida sofrida.

Compartilho esta imagem de um material feito pelo PAS para convidar as pessoas para uma atividade que visa repensar seus fatores de proteção em saúde mental.
Compartilho isso pra perguntar a vocês: Com o que sonham? Com quem contam? Quem pode contar com vc? E, se a resposta não agrada: sabia que é possível viver de uma forma melhor?

Sempre é possível.
Peça ajuda! (Qualif**ada!)
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(Nem sempre os amigos, familiares ou profissionais de saúde estão disponíveis, mas o CVV funciona até de madrugada! Ligue 188 ou busque o site. )

30/08/2025

Nesta semana, aconteceu, na ACAPS, nossa ação (do Programa de Apoio ao Servidor - PAS da SEJURI/SC) relativa ao Agosto Lilás - Mês de combate à Violência contra a mulher. Reunimos servidoras para uma aula de defesa pessoal que teve muito mais que técnicas e manobras: uma verdadeira reflexão sobre o que nos motiva a lutar pela vida!

Destaco ainda as palavras da Secretária, que nos lembrou de que pode ter alguém perto de nós sofrendo violência, e do quanto é importante não desistirmos de alcançar espaços que nos são negados.

Nessas datas, é comum que alguém questione o pq de haver uma data sobre violência contra a mulher e não contra o homem. A resposta é: pq nunca houveram leis autorizando mulheres de cometer crimes contra homens, e pq mulheres não atacam homens por acharem q são inferiores a ela. 

Se você ou alguém que você conhece sofre violência ou vive uma situação duvidosa, busque ajuda! Atenção aos sinais!

27/08/2025

Precisei de alguns dias pra assimilar e poder falar sobre o que foi "CATS".

Muito mais que um "Curso de Atendimento a Tentativas de Suicídio", esta semana de imersão foi muito além de aprofundar e aprimorar os conhecimentos e experiências que eu já tinha!

Aprendi conceitos e estratégias. Conheci autores. Fiz simulados. Contenção física, intervenção acolhedora em altura. Lidei com o inesperado, diversas vezes. Acolheu minhas emoções. Olhei pra dentro do preconceito contra pessoas de farda. Vi pessoas. Conheci outras pessoas, e a mim mesma. Perdoei meu desejo de f**ar quieta, às vezes, que atrapalha que outrem me conheça, mas possibilita que outrem seja conhecida/o/e, acolhida/o/e.

Reconheci a humanidade no meio de profissões que desumanizam. No fim, é tudo gente, precisando de gente, e com medo de gente. O resto é sobre como a gente reorganiza o mundo e desconstrói as grandes narrativas que fomentam preconceitos, que separam as pessoas e autorizam necropolíticas. 

Agradeço imensamente aos professores Edir e Amorim, à Fabiana, pela oportunidade, e aos colegas com quem aprendi e compartilhei momentos intensos nesta última semana.

Setembro amarelo é um problema quando f**a só em setembro: começa no Agosto Lilás, passa pela Consciência Negra, desemboca no sistema financeiro, e vai indo, indo, até o maio laranja. Falaremos um pouco mais sobre isso depois.

26/08/2025

- Ô, guria! Ô, guria!
- Vou ter que ir em pé?!!!

Quase finalizando a corrida entre o ônibus 1 e o ônibus 2.  O objetivo: pegar o ônibus 2 em um horário que me permita pegar rapidamente o ônibus 3. Os obstáculos: o fato de que ele já está piscando, querendo fechar, e as outras pessoas que estão (correndo ou não) pelo caminho.

No meio do caminho não tinha uma pedra: tinha a "guria".

No intervalo de tempo entre as portas já terem se fechado, o motorista as reabrir momentaneamente e a gente entrar e partir, descubro que a "guria" estava no terminal aguardando a chegada do "guri". Ambos na faixa dos 60, nesse limiar frágil entre não ser chamado de guri e poder descansar de passar esses perrengues pra ir ao trabalho.

A guria não queria entrar no ônibus pra não ir de pé, mas assentiu, mesmo que sob protestos, à escolha do guri. Ambos cansados, suponho. O que é mais cansativo: ir de pé ou ter que esperar ainda mais por outro ônibus? Reflexões subentendidas em meio às mesmas frases, que se repetem, enquanto a guria atrapalha meu caminhar pelo ônibus.

- Ô, guria, guria! Guria!
- Vou ter que ir em pé?!!!

Consigo me libertar passando por baixo do braço, ainda que a guria seja mais baixa que eu. Novo empecilho: outro coleguinha de viagem, conformado com nossa sorte, estanca de pé, de forma a atrapalhar novamente o meu percurso. Um leve empurrãozinho e quase sinto raiva, quando noto alguém sentando em um lugar que poderia ter sido meu. 

Foi então que notei um fato curioso: o TiRio-Ticen Direto tinha lugares vagos. Assim mesmo, com "s": no plural.

Fui sentar, num misto de alegria e alívio, e foi inevitável refletir sobre como as pessoas desistem fácil. Uma não ia nem entrar no ônibus; outro, não deu dois passos e já desistiu. 

E eu, só mais uma humana dentre tants humans, que me cuide, pra não sair por aí desistindo das coisas antes de tentar por causa do que dizem (sejam vozes da cabeça ou do mundo...)!

(Este texto foi produzido entre o Terminal de ônibus do Centro e o do Rio Tavares, em Florianópolis. Não cheguei a tempo, mas a espera de 25 minutos me daria um ônibus que me deixa ainda mais perto de casa. Coisas da vida...)

11/08/2025

Não sei desenhar.
Mesmo assim, adoro sair rabiscando sem rumo e sem plano, até que algo me salte aos olhos.
Sabe quando você olha uma nuvem e "projeta" nela uma forma, e pensa que ela tem aquela forma? Gosto de desenhar assim.
Hoje, queria entender como estava me sentindo, e saiu esse cachorro.
Você consegue ver esse cachorro?
Fui rabiscando e vi um cachorro atento, esperando uma bolinha.
Daí caiu a ficha: estava ansiosa! 😅😅😅
Tem sido fácil saber o que você sente por aí?
As coisas andam tranquilas, ou você anda vivendo em estado de espera, sem relaxar, feito esse cachorro?
Faz essa reflexão! E, se precisar, eu te ajudo!

06/08/2025

Hoje tive o prazer de participar da banca do Exame de Qualif**ação da doutoranda Maria Raquel Moretti Pires, do Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva da UFSC.
Foi muito bem poder refletir junto, ouvir as colegas, e é ainda melhor saber que alguém se dispõe a pesquisar sobre a realidade da maternidade atípica.
Tenho certeza de que a pesquisa da Raquel sobre (e com) as mães de crianças com TEA vai contribuir muito para o campo da Saúde, para as mães e para a sociedade em geral!

(Não sei pq o Instagram escolheu essa música, mas resolvi deixar 😅)

11/07/2025

29/06/2025

Este ano tem sido de muitas novidades e realizações profissionais, e, esta semana, realizamos a V Formação Profissional das equipes do NEPRE da Secretaria de Estado de Educação de Santa Catarina ( ).
Foi muito bom aprender com as professoras Apoliana Groff, Tielly Maders e Carla Bressan, e possibilitar a reflexão, a discussão e a troca experiências entre pessoal das equipes das Coordenadorias Regionais de Educação (profissionais do magistério, assistentes sociais e psicólogos).

Nas fotos:
1) Nossa equipe Nepre/SED, da COED;
2) Nós com o Gerente de Modalidades e Diversidades Curriculares, pelos olhos do pessoal da ...
3) e da Cre de Joaçaba;
4) Com o pessoal da ...
5) da , e
6) da , em que atuei ano passado;
7) Em um momento de discussão em grupo;
8) Auditório lotado no primeiro e no segundo dias,
9) Em visita à .

Tenho a certeza de que todos saímos revigorados deste evento, com mais força e subsídios para a prática profissional!