02/02/2018
Importantes informações sobre a apojadura (descida) do leite materno. 😉😉
APOJADURA (OU DESCIDA DO LEITE): NÃO SE DESESPERE PORQUE A VIDA É BELA!
A apojadura é o preparo da mama para o início da produção do leite. Essa fase costuma causar desconfortos e nem sempre é fácil. É importante deixar claro que a apojadura é um processo fisiológico da lactação. Quando há um diagnóstico errado e um tratamento inadequado, o sucesso do aleitamento materno f**a comprometido.
É muito comum que a apojadura seja confundida com outros eventos que podem acontecer na mama. Por exemplo: uma mãe que passa pela apojadura com diagnóstico de mastite resultando na dificuldade de amamentar, excesso de manipulação e consequentemente lesão das mamas acarretando muitas vezes na introdução do leite artificial para o bebê e tantas outras confusões que são feitas nesse período, ajudam a confundir a cabeça da lactante.
Um dos sintomas que acontece na apojadura é o inchaço nas mamas que f**am entumecidas logo nos primeiros dias do pós parto. É o período que normalmente as mães f**am muito ansiosas que o leite desça, já que uma grande quantidade de líquido é encontrada dentro das mamas, produzida pelo organismo. Isso dá a sensação de peitos cheios de leite, mas não é bem assim. Isso é edema (água nos tecidos). Por esse motivo o excesso de massagem nessa fase não é recomendada.
É importante diferenciar o ingurgitamento fisiológico do patológico. O primeiro é discreto e representa um sinal positivo de que o leite está "descendo". Não requer intervenção e sim orientações como:
– Iniciar a amamentação o mais cedo possível e o contato pele a pele imediato e contínuo na primeira hora após o parto. Isso estimula o início da amamentação e ajuda na contração do útero, diminuindo o risco de hemorragia pós-parto;
– Amamentar em livre demanda;
– Amamentar com técnica correta para não ferir o mamilo. Caso tenha dificuldade procurar auxilio em bancos de leite ou consultora/especialista em amamentação para orientar o manejo;
– Se a aréola estiver tensa, ordenhar manualmente um pouco de leite antes da ma**da, para que ela fique macia o suficiente para o bebê abocanhar a mama adequadamente. *Vale destacar que esta massagem tem objetivo de deixar apenas a aréola mais macia para que o bebê possa abocanhar melhor, diferente do objetivo da massagem durante um ingurgitamento mamário patológico;
– Fazer massagens delicadas nas mamas somente antes de oferecer o seio, pois o excesso de massagem pode causar rompimento de capilares devido ao aumento da pressão osmótica dentro dos alvéolos na fase inicial da apojadura, causando lesão nos tecidos internos;
– usar compressas frias após ou nos intervalos das ma**das para diminuir o edema, a vascularização e a dor. A melhor maneira é usar a fralda de pano molhada em água fria para controlar melhor a temperatura e evitar lesão;
– Não usar produtos que retiram a proteção natural do mamilo, como sabões, álcool ou qualquer produto secante;
– Evitar o uso de suplementos e bicos artificiais.
Na apojadura ainda existe colostro circulando dentro do seio, é uma secreção viscosa difícil de ser vista ou retirada e tem aspecto similar ao do mel, é rico em anticorpos, proteínas, vitaminas, sais minerais e lactose. Quatro a cinco dias após o parto, o colostro transforma-se no leite de transição com uma composição intermédia entre o colostro e o leite maduro. O colostro sai em gotinhas e é suficiente para o bebê, fique tranquila.
É a primeira e a melhor vacina que se conhece!
Portanto, atenção e cuidado nesse período inicial é fundamental para que você consiga estabelecer uma amamentação mais fluida.
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Lívia Minatel, especialista e consulta em aleitamento materno na Livre Maternagem.