08/03/2017
Como funciona a Terapia Cognitiva Comportamental TCC:
A TCC visa a modificação de padrões disfuncionais de pensamentos e condutas de cada sujeito. Tais disfuncionalidades podem ser observadas por meio de pensamentos automáticos - pensamentos espontâneos gerados a partir dos acontecimentos diários que estão sujeitos a diversas formas de interpretação. Esses pensamentos geralmente não são acessíveis à consciência, mas podem ser identificados e monitorados após um treinamento adequado realizado em terapia. (BECK, 1997).
A partir dos pensamentos automáticos é possível identificar um segundo nível de cognição que, assim como estes pensamentos, também demonstram o modo como o sujeito vê a si mesmo e ao mundo, além das expectativas que ele possui (ou não) em relação ao seu futuro; são as crenças intermediárias. Tais crenças seguem um modelo condicional, em que se observam distorções cognitivas relacionadas às condições que o próprio sujeito impõe (“se ..., então ...”). Por exemplo, o sujeito pensa que se ele agir de tal maneira, então acontecerá determinada coisa; é como um pressuposto, um pressuposto implícito, subentendido, subjacente.
Knapp e Rocha (2003) dizem que, nesse segundo nível de distorção cognitiva, a visão ou previsão negativa do paciente pode depender de certos tipos de situações ou eventos, os quais o sujeito pode interpretar distorcidamente (p. ex.: “quando me deparo com uma situação muito difícil de enfrentar, não sei resolvê-la”). Conforme Beck (1997), as crenças intermediárias refletem ideias ou entendimentos mais enraizados e, embora não sejam tão facilmente modificáveis quanto os pensamentos automáticos, ainda assim são mais maleáveis do que as crenças centrais (tidas como o terceiro e mais profundo nível de cognição).
As crenças centrais, então, são, conforme Knapp e Rocha (2003, p. 40), “as ideias e percepções distorcidas consideradas pela pessoa como verdades absolutas e imutáveis”. Portanto, um objetivo essencial da terapia cognitiva está na identificação e na correção dessas crenças, de forma que elas possam ser flexibilizadas para, assim, produzir mudanças mais funcionais nos modos do sujeito de compreender e enxergar a si mesmo, aos outros e ao que este espera do seu futuro.