17/01/2025
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O uso de testosterona virou “pandemia”. O apelo das mídias, investimento da indústria e, dentre outros, a busca pela juventude e o culto aos corpos perfeitos, nos trouxeram a isso. E o problema não é o hormônio em si. Sabe o veneno e o antídoto? O uso da testosterona segue a mesma linha: é preciso acertar na indicação, na dose e no momento de uso. Em condições normais, níveis apropriados de LH e FSH estimulam a produção de testosterona pelos testículos. Quando ela e seu metabólito estradiol se elevam, a produção dos primeiros cai. No hipogonadismo primário, o indivíduo TEM uma doença e os testículos não produzem testosterona. Logo, não haverá feedback negativo e o LH continuará aumentando. No secundário, o problema está na hipófise ou no hipotálamo, com níveis reduzidos de LH e FSH, que não estimulam a liberação de testosterona pelos testículos. Então, é preciso repor. A questão é que a maioria dos pacientes não têm a doença, mas ESTÁ doente. Sedentarismo, estresse, tabagismo, consumo excessivo de álcool, uso de estatinas e anticonvulsivantes, obesidade, diabetes, todas essas questões levam a uma disfunção na produção do hormônio. E qual tem sido a primeira medida? Repor testosterona. O que poucos sabem é que, aos 40 anos, o tratamento com esse hormônio em um indivíduo inflamado, com uma importante resistência periférica à insulina e à leptina, por exemplo, causará mais problemas do que benefícios. Aos 60, ele vai sofrer uma embolia, um infarto, um AVC… Sabe o que terá levado a isso? Não a testosterona, mas a reposição desnecessária de testosterona, porque esse indivíduo, assim como a maioria dos pacientes com baixos níveis do hormônio não são doentes. Eles estão com hipogonadismo funcional. Por isso, um homem de 75 anos com estilo de vida saudável pode, perfeitamente, ter níveis normais de testosterona, enquanto chegam aos consultórios diariamente homens com 35-40 anos com níveis reduzidos do hormônio. E nesses casos, a reposição, além de desnecessária, é perigosa, porque as condições que dão base ao problema não estão sendo tratadas e podem, inclusive, estar sendo alimentadas.