28/10/2024
SER VISIONÁRIO NÃO BASTA, A TRANSFORMAÇÃO DO MUNDO VEM DO EMPREENDEDORISMO.
Visionário é a qualidade de algo ou alguém que é idealista, que tem ideias extravagantes e incomuns, acreditando estar enxergando tendências ou conceitos que estão à frente de seu tempo. Uma pessoa descrita como visionária costuma ser conhecida por seu comportamento e pensamento inovador, criativo e inventivo, isto porque possui ideias não convencionais e que quebram os padrões já estabelecidos. Segundo Felippe Daudt Alves de Oliveira (Santa Maria, 23 de agosto de 1890 — Paris, 17 de fevereiro de 1933), “sua visão determina o tamanho de sua vida. Visão pequena, vida pequena. Visão grande, vida grande!”
Quando alguém se opõe a certo tipo de status é muito provável que seja considerado um excêntrico. No entanto, as ideias estranhas de alguns personagens os tornaram visionários. Na história recente há poucos indivíduos com esta capacidade de vislumbrar o rumo dos acontecimentos antes que eles ocorram. O escritor Jules Verne, por exemplo, escreveu romances de aventura, dos quais havia um mundo que ainda não fazia parte da realidade (o romancista francês previu as viagens à Lua, o submarino elétrico, a videoconferência e até mesmo uma rede global de comunicações muito parecida com a Internet).
Existiram visionários de todos os tipos em várias áreas e disciplinas, como o cartaginês Anibal Barca na estratégia militar, Aristóteles e Galileu no campo da ciência e Enzo Ferrari no mundo automobilístico. Todos eles apresentam alguns elementos comuns: o inconformismo, a persistência e, sobretudo, a forma diferente de entender a realidade que nos rodeia. Neste sentido, é compreensível que particularidade da sua abordagem fosse inicialmente considerada como uma clássica raridade do excêntrico. ”O inconformismo é a premissa da mudança”, afirma o Colunista Antonio Carlos Colicigno.
Muitas coisas não ousamos empreender por parecerem difíceis; entretanto, são difíceis porque não ousamos empreendê-las, esclarece Lúcio Aneu Séneca ou Sêneca (Córdoba, Espanha, 4 a.C. – Roma, Itália, 65 d.C.). Empreender é o ato de usar as melhores competências técnicas e comportamentais (soft skills) e o tempo de forma autônoma para criar valor, assumir riscos e desafios. É um processo dinâmico que envolve: identificar oportunidades, transformar oportunidades em realização, gerenciar recursos (capital financeiro e capital humano), tomar decisões estratégicas e adaptar-se rapidamente às eventuais mudanças. Empreender pode ser uma ação de uma ou mais pessoas que possuam esse perfil.
Quando alguém se interessa pelo que faz, é capaz de empreender esforços até o limite de sua resistência física, estimula Jean William Fritz Piaget (9 de agosto de 1896, Neuchâtel, Suíça – 16 de setembro de 1980, Genebra, Suíça). Algumas características necessárias para empreender são:
• Imaginação
• Organização
• Autocrítica e avaliação
• Determinação
• Liderança
• Conhecimento sobre etapas e processos.
Para o Escritor Gutemberg de Macedo, “o Projeto mais criativo que podemos empreender é de nossa própria vida”. Para ser um empreendedor uma pessoa deve conhecer suas habilidades e dons inatos, tanto na área física, quanto nas áreas: mental, emocional e espiritual. Pessoas que se conhecem bem sabem fazer escolhas sábias, claro que algumas situações “as encaixa" melhor do que outras. Desta forma, conseguem entregar todo o seu potencial. Ser empreendedor é ser inovador, arrojado, é ter um olhar próprio de ver as oportunidades emergentes e querer transformar seus sonhos em realidade. Para ser empreendedor não precisa abrir uma empresa, pode-se ser empreendedor em qualquer campo de atuação, sendo ele um professor, um médico, um industriário, um idealista etc. Basta ser inovador, contribuir com ideias arrojadas, com o objetivo de criar algo que revolucione sua área de trabalho.
Empreendedor é aquele que toma a iniciativa de empreender, que sabe identificar as oportunidades e transformá-las em realizações. O empreendedor é aquele indivíduo que é criativo, inovador, arrojado, que estabelece estratégias que vão delinear seu futuro. O bom empreendedor é aquele que analisa, identifica, define, decide e monitora o desempenho do seu empreendimento. É aquele que sabe determinar quais e como os produtos e/ou serviços idealizados e/ou desenvolvidos serão disponibilizados. “Empreendedores são aqueles que entendem que há uma pequena diferença entre obstáculos e oportunidades e são capazes de transformar ambos em vantagem”, aduz Niccolò di Bernardo dei Machiavelli; Florença, 3 de maio de 1469 — 21 de junho de 1527).
“Um empreendedor é caracterizado como um visionário, cuja função é antecipar e se precaver, sancionando os riscos, ou diminuindo as probabilidades para que seu empreendimento não sofra com as inconstâncias impostas pela sociedade”, esclarece o Transformador Digital, Caíque Borges. Assim, vanguardista e auspiciosa, a Maçonaria ensina a seus adeptos que o sucesso do empreendedor é consequência natural quando as ações são baseadas nestes três pilares:
• ÉTICA (Sabedoria);
• EFICIÊNCIA E EFICÁCIA DO CAPITAL (Beleza); e
• EMPREENDEDORISMO (Força).
Reporta a Wikipédia: “Ética (do grego antigo: ethos "caráter", "costume") é o conjunto de padrões e valores morais de um grupo ou indivíduo. Não sendo à toa uso do jargão: livres e de bons costumes, pois, a ética é uma exigência da civilização atual – os valores coletivos sobrepondo-se aos valores individuais ou de grupos específicos. A Ética procura responder a várias questões de âmbito moral, sendo as principais: Como devemos viver? Como devemos agir?” A ética é pessoal, não coletiva, e seus efeitos se refletem em todos, mesmo que o comportamento ético não se divulgue. Basilarmente, é uma reflexão sobre as ações humanas. As noções de certo ou errado e justo e injusto se dão a partir dos nossos valores éticos.
A ética é um conceito de caráter universal e que se fundamenta por princípios teóricos. É importante para que exista um equilíbrio no modo de agir da sociedade e para que as ações das pessoas sejam baseadas em certo e errado, pois são pertinentes referências para que se estabeleça o melhor convívio em sociedade, incentivando as boas ações e os melhores comportamentos, dentre os quais, estes comportamentos fazem parte do conceito de ética e fazem de quem os prática um ser (humano) ético:
• Solidariedade, responsabilidade recíproca, ajudar ou apoiar qualquer pessoa sem nenhum interesse pessoal;
• Empatia, compreender o outro e a capacidade de se colocar na mesma situação que o outro;
• Lealdade, cumprir compromissos e regras;
• Senso de justiça, as regras e as leis são iguais para todos e quando não são, se posicionam para mostrar que algo incorreto está acontecendo;
• Senso coletivo, pensar e agir em coletividade, levando em consideração uma ou mais pessoas;
• Respeito, não significa concordar, nem obedecer, mas, sim, entender e aceitar;
• Honestidade, tem relação com a moral, é dizer a verdade, não omitir, nem dissimular.
Para Thomas H. Davenport (Capital Humano, Editora Nobel, 2001), “o capital humano distingui quatro elementos: capacidade, comportamento, empenho e tempo, ou seja, a maneira como o trabalhador executa uma tarefa depende de sua capacidade, comportamento e empenho e a escolha de uma tarefa em vez de outra, exige uma decisão de tempo”. Capital humano é o conjunto de conhecimentos, habilidades, experiências, atitudes e comportamentos que os colaboradores de uma empresa agregam a um empreendimento. É considerado um ativo valioso e um diferencial competitivo para as organizações. “Em qualquer tipo de organização nenhum capital humano é novo demais que não possa aprender ou velho demais que não possa se adaptar”, pacifica o Juiz Federal, Érico Teixeira Vinhosa Pinto.
O Capital humano é o bem mais valioso que uma companhia pode ter. O termo representa o valor agregado aos colaboradores por meio de suas experiências, conhecimentos técnicos, comportamentos, habilidades e competências pessoais. Investir no desenvolvimento de suas qualificações é fundamental para que as atividades, de fato, agreguem valor no que se diz respeito aos resultados almejados pelo empreendedor. Para valorizar o capital humano, pode-se:
• Investir em programas de treinamento e capacitação contínua;
• Criar um ambiente de trabalho respeitoso e que valorize a diversidade;
• Implementar um sistema de recompensas alinhado com os resultados;
• Ter políticas que ajudem os funcionários a equilibrarem trabalho e vida pessoal;
• Apoiar os funcionários em cursos, graduações e pós-graduações;
• Selecionar as pessoas mais adequadas para os cargos;
• Oferecer boas condições de trabalho, salários e benefícios competitivos;
Dentre impactos positivos dos investimentos realizados no capital humano, pode-se citar:
• Melhora na reputação das organizações;
• Mais transparência nos processos e relações;
• Aumenta a produtividade e o engajamento dos colaboradores;
• Melhora o clima organizacional;
• Preveni os atos antiéticos.
Desenvolver o capital humano é criar oportunidades mútuas de crescimento e melhoria contínua, pois, são as pessoas que fazem as organizações evoluírem e não o contrário. Ao aprimorar o conhecimento e as habilidades, os colaboradores serão estimulados ao pertencimento, à produtividade e ao alcance de objetivos mútuos. “Vontade é força transformadora de toda realidade. O sucesso está na vontade corretamente direcionada. Empreendedorismo significa antes de tudo, ousadia”, esclarece o Advogado e Empresário Fernando Scheuermann. Apesar de ser um termo bastante utilizado no mundo dos negócios, empreendedorismo nada mais é que o ato de empreender – de pôr em execução, fazer, realizar.
Empreendedorismo é a capacidade de identificar oportunidades, criar soluções e investir na criação de ideias que gerem mudanças e impacto na sociedade. O conceito de empreendedorismo foi usado inicialmente pelo economista austríaco Joseph Alois Schumpeter (1883-1945). Em 1942, ele publicou a Teoria da Destruição Criativa no livro Capitalismo, Socialismo e Democracia. A teoria explica o empreendedorismo (criação de produtos, serviços ou empresas inovadoras) como uma resposta a uma necessidade do consumidor percebida pelo empreendedor. O empreendedorismo é essencial nas sociedades, pois é através dele que as empresas buscam inovação, transformando conhecimentos e ideias em novos produtos que serão disponibilizados às sociedades.
Neste toar, o empreendedorismo ganhou uma nova missão social que é direcionada a causar um impacto positivo na sociedade. Esse tipo de empreendimento oferece soluções para melhorar a sociedade, deixando o objetivo de lucro em segundo plano. O empreendedor que decide trabalhar nessa área tem a responsabilidade social como a base do negócio, é da vontade de ajudar a sociedade que nasce motivação para empreender. Pode atuar em vários setores, como proteção ao meio ambiente, educação, serviços sociais ou atividades culturais. O empreendedorismo cultural é usar ideias de negócio para criar projetos que tragam impacto social e econômico na área da cultura. Eles são impulsionados pela economia criativa, que engloba atividades voltadas à arte, design e tecnologia.
Dentre os tipos de empreendedorismo cultural podemos destacar:
• Artes Visuais e Design: pintura, escultura, fotografia, ilustração, design gráfico, arte digital e artesanato.
• Música e Entretenimento: produção musical, apresentação musical, produção de shows/festivais, gravação de áudio e composição de trilhas sonoras.
• Audiovisual e Cinema: produção de filmes/documentários, animação, edição de vídeo, distribuição cinematográfica e conteúdo para plataformas online/streaming.
• Literatura e Publicação: escrita/autoria, edição de livros, publicação independente e livros digitais/e-books.
• Performances ao Vivo: teatro, dança, circo e espectáculo ao vivo, em geral.
• Moda e Design Têxtil: design de moda, confecção de roupas, acessórios/joias e design de tecidos.
• Gastronomia e Culinária Criativa: criação de pratos inovadores, estabelecimentos gastronômicos únicos, e eventos/festivais culinários.
• Turismo e Experiências Culturais: tours culturais/históricos, visitas a museus/locais culturais e Interação com comunidades locais.
• Produção e Promoção de Eventos Culturais: festivais de arte/música, exposições culturais e eventos de entretenimento ao vivo.
A empreendedorismo cultural, não apenas enriquece a vida das pessoas, mas também:
• Estimula a criatividade e inovação: incentivando artistas a buscar soluções inovadoras para desafios culturais e sociais.
• Gera renda e emprego local: contribuindo para empregos diretos e indiretos, como galerias de arte, estúdios musicais, estabelecimentos gastronômicos, editoras, livrarias etc
• Impulsiona o turismo cultural: criando experiências atraentes para turistas, destacando a herança cultural e expressões artísticas locais.
• Promove a conscientização e mudanças sociais: utilizando plataformas para abordar questões sociais, políticas e ambientais, promovendo a conscientização e a mudança positiva.
• Revitaliza as comunidades: atuando como incentivador na revitalização de áreas urbanas e transformando espaços abandonados em locais vibrantes de expressão cultural.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), iniciativas empreendedoras no setor cultural são fundamentais para a preservação do patrimônio histórico e artístico da humanidade. Empreender no setor não apenas mantém viva a memória de um país, mas, também gera engajamento e orgulho no povo. Cultura é, sim, uma atividade empreendedora. Por mais que nem sempre estamos cientes, as manifestações culturais desempenham um papel significativo para além do entretenimento em momentos de lazer: é também importante para a economia. O Empreendedorismo Cultural faz parte da chamada Economia Criativa, que engloba diversas atividades com esse apelo. Segundo o painel de dados do Observatório Itaú Cultural, a contribuição do setor para o Produto Interno Bruto (PIB) da economia brasileira é de 3,11%.
Não é um notável talento o que se exige para assegurar o êxito em qualquer empreendimento, mas, sim, um firme propósito, afirma Thomas Witlam Atkinson (6 de março de 1799, Cawthorne, Reino Unido – 1861, Walmer, Reino Unido). O Empreendedorismo Cultural no Brasil não é apenas uma resposta à demanda por entretenimento, mas, principalmente uma força transformadora que enraíza as comunidades em sua identidade, impulsiona a economia e abraça a inovação. Ao apoiar e reconhecer a importância dessas iniciativas – e/ou exercê-las –, estamos investindo no fortalecimento da nossa cultura e na construção de um futuro mais vibrante e diversificado. Isso é particularmente relevante em um mundo cada vez mais globalizado, onde a homogeneização cultural pode levar à perda de identidades locais.
Em um mundo em constante mudança, onde a cultura e a criatividade são cada vez mais valorizadas, o empreendedorismo cultural surge como uma força motriz para a inovação, a inclusão e a sustentabilidade. Ao criar oportunidades para que diversas vozes e histórias sejam ouvidas e valorizadas, ele contribui para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa. O empreendedorismo cultural não é apenas uma forma de negócio; é uma maneira de preservar e promover a diversidade cultural enquanto se contribui para o desenvolvimento econômico e social. Portanto, apoiar e fomentar o empreendedorismo cultural é investir no futuro das nossas sociedades e economias, garantindo que a riqueza cultural continue a ser um recurso vital para todos.
Bruno Bezerra de Macedo
Acadêmico Titular da Cadeira nº 3 na Exímia Academia Cearense de Literatura Popular - ACELP
Fundador e Diretor Adjunto de Comunicação Social na Egrégia Academia Nacional de Maçons Imortais - ANMI, na qual é Acadêmico Titular da Cadeira nº 9