27/10/2025
Essa é a situação de muitas salas de aula e que vem do Ensino básico até Universidades. Isso, até mas Universidade, fruto de uma infância sem estrutura do comportamento e sem padrões e regras simples de uma sociedade saudável.
Nossas crianças são estimuladas e ensinadas a desrespeitar como fazem em casa. Não respeitam nem os mais velhos. Não dizem mais isso a elas?
As famílias perderam muito dos bons conceitos.
O Professor entra na profissão com um sentimento e também transforma-se frente a um desgaste e sem resgate.
Além da preparação para o ensino, seria importante preparar os pais às boas condutas para seus filhos terem o respeito ao professor e aos colegas e funcionários e um boa direção sobre ética.
O mesmo aos professores para lembrarem do início de sua missão no ensinar.
Mas é uma luta árdua hoje, pois todo problema de mau comportamento do filho vira pessoal em sala de aula pelos pais.
O que fazer com tudo isso que foi sendo, na verdade, "desconstruído" ao longo do tempo.
O professor é a maior peça chave de uma sala de aula. Muitas vezes tem que impor autoridade para organizar e repreender condutas ruins e inapropriadas dos alunos. E caso haja má conduta também de um ou outro professor, que seja resolvido administrativamente sempre orientando ao aluno e mostrando o respeito ao outro. Ali sairia como: Assim não é bom SER.
Isso parece ter sido perdido ao longo do tempo, posto que muitas são as desistências de bons professores ao Ensino.
Aqui trazendo somente uma história e seu final.
̧ão
́tica
“Você não serve pra nada.”
Foi o que um menino de sete anos me disse no meu último dia como professora.
Sem raiva. Sem ironia. Apenas uma frase solta, dita com a naturalidade de quem comenta sobre o tempo.
“Você não sabe fazer TikToks. Minha mãe disse que pessoas velhas como você já deviam se aposentar.”
Eu sorri. Aprendi a não levar pro coração. Mas algo, lá dentro, quebrou, de novo.
Meu nome é Helena. Ensinei o 1º ano por 36 anos em uma cidadezinha perto de Belo Horizonte. Hoje, arrumei minha sala pela última vez.
Quando comecei, ser professora era um chamado. As pessoas confiavam em nós. Os pais levavam bolo de fubá nas reuniões. As crianças faziam cartões cheios de erros e corações tortos. E quando um aluno lia sua primeira frase em voz alta, o mundo inteiro cabia naquele instante.
Mas as coisas mudaram. Lentamente, até que um dia olhei em volta e não reconheci mais a sala que tanto amei.
Hoje, quase metade dos professores brasileiros é interrompida o tempo todo. Perdemos 21% do tempo de aula tentando manter a ordem. Já gritaram comigo na frente de uma turma. Não alunos, pais.
“Vi o vídeo no celular do meu filho”, disse um deles.
E ninguém perguntou como eu estava.
As crianças também mudaram. Vivem cansadas, ansiosas, carentes de sono e de abraço. Não é culpa delas, cresceram num mundo barulhento e desconectado. Chegam sem paciência, sem afeto, sem tempo pra ser criança.
Ainda assim, continuo acreditando no que sobrevive.
Na menina que me disse: “Aqui me sinto segura.”
No menino tímido que murmurou: “Li sozinho.”
São esses momentos que me salvaram do naufrágio.
Hoje, ao esvaziar a sala, encontrei uma caixa de cartas antigas.
Uma delas dizia: “Obrigado por gostar de mim, mesmo quando fui bagunceiro.”
Chorei.
Porque naquela época, ensinar era sinônimo de amor.
Hoje, parece um ato de resistência.
Mas se um dia o mundo esquecer do valor de um professor, que pelo menos o amor guardado nos olhos de uma criança continue lembrando.
E é isso que levo comigo.
O que ensinei — e o que aprendi.
O que passou — e o que ficou.
Isso é meu.
Ninguém pode me tirar.