23/11/2020
O TEA (Transtorno do Espectro Autista) se trata de uma condição, causada por alterações neurológicas, que pode acarretar em prejuizo comunicativo, sensorial, das habilidades sociais e, muitas vezes, até cognitivo.
Considera-se um espectro pois a intensidade e os sintomas consequentes de tais alterações podem variar muito de pessoa para pessoa.
Estatisticamente, é estimado que esta condição atinje muito mais pessoas do s**o masculino. Entretanto, dado à grande recorrencia de diagnósticos tardios em mulheres, torna-se evidente a existência de uma subnotificação.
Bem como para tantas outras coisas, as pesquisas sobre autismo sempre tiveram como objeto de estudo a experiência masculina. Isso dificulta bastante a identificação do autismo em pessoas do s**o feminino, chegando a um ponto em que, enquanto o diagnóstico aos 15 anos é considerado tardio para um homem, para a mulher é uma sorte ser diagnosticada tão cedo.
Muito disso acontece, provavelmente, devido à diferença na socialização feminina e masculina. Autistas do s**o feminino apresentam menos atraso na fala, também utilizam-se muito mais do mecanismo de "coping", conseguindo tornar certas dificuldades menos perceptíveis. Além disso, o comportamento de uma menina que é muito calada, quieta, distante dos coleguinhas e que prefere enfileirar/empilhar os brinquedos, é considerado muito menos alarmante que quando se trata de um menino.
Nas raras vezes em que os familiares e a escola decidem investigar, normalmente, a menina é diagnosticada erroneamente com TDA (Transtorno de Déficit de Atenção). É comum também que acabe parando em profissionais de fonaldiologia, pois o fato de demorar a responder quando chamam seu nome pode ser confundido com déficit auditivo.
Isso é um problema sério, visto que, mesmo não sendo diagnosticada, a mulher com autismo não vai deixar de ser quem é. Muitas enfrentam dificuldades consequentes do TEA a vida toda, mas não sabem a sua origem.
Se você desconfia estar no espectro, procure um profissional, mas também pesquise bastante sobre o assunto. O subdiagnóstico ainda é possível mesmo na idade adulta.