04/09/2022
Quando fazem assim e não buscam ajuda necessária para tratar seus sofrimentos, a consequência será a de um mal muito maior.
Hoje em dia existe um aumento de diagnósticos de Depressão, e se por um lado sabemos que mais pessoas tiveram acesso a tratamentos, não devemos esquecer que existem também interesses econômicos envolvidos. Logo, o que encontramos muitas vezes são interpretações equivocadas que atribui o estado de depressão a um resultado somente da alteração bioquímica do cérebro, deixando de lado que somos seres falantes, portanto, afetados pelo que dizemos, sentimos, pensamos e também pelo que calamos.
Não podemos reduzir o sofrimento, o mal-estar, as angústias, somente a um mal funcionamento dos neurotransmissores do cérebro, pois isso nos reduzem a ser um animal, visto que, fazer isso é reduzir o ser falante a um corpo orgânico. Reduzi-lo a um corpo é deixar de fora sua condição humana, condição de ser falante, a de ter um corpo e não ser o corpo (Lacan), a de ser responsável – mesmo que seja de forma inconsciente – pelo que lhe acontece. Quando isso é retirado do sujeito, seu sofrimento é reduzido a um mal funcionamento neurobiológico e não a um sofrimento psíquico que afeta seu corpo.
Precisamos fazer uma conta rápida: quanto mais as pessoas rechaçarem que por serem falantes são afetadas pelo que dizem, quanto mais esquecerem de serem seres de linguagem, mais se reduzirão a um corpo e mais adoecem.
Entendemos a Depressão como o resultado do sofrimento do ser falante, de como cada um é marcado por sua história familiar e por seu inconsciente, por perdas e lutos não elaborados: separações, “perda” da infância, da adolescência, morte de ente queridos, o fato de ceder o seu desejo, culpas inconscientes…
E o inconsciente afeta diretamente o corpo!