16/11/2025
O texto freudiano “Construções em Análise” de 1937 juntamente com o texto “Análise terminável e interminável”, do mesmo ano, constituem um dos últimos textos de Freud sobre seu pensamento clínico no final de suas obras. Tais textos são fundamentais para pensar na (de)formação do psicanalista. Ao longo de sua construção clínica e teórica, Freud compara o trabalho do psicanalista com o de um arqueólogo, em que o psicanalista trabalha no “sítio arqueológico” do analisante como a possibilidade de acessar vestígios, artefatos e estruturas que marcaram o psiquismo do sujeito, porém Freud nos alerta que, “para o arqueólogo, a reconstrução é o objetivo e o final de seus esforços, ao passo que, para o analista, a construção constitui apenas um trabalho preliminar” (Freud, 1937, p. 274).
O seminário clínico por conta e risco, no Instituto Catarses, tem o propósito de articular as construções em análise e a (de)formação do psicanalista fazendo um percurso comparando os efeitos do modelo mecanicista, que tem a (re)construção do sintoma como objetivo e o final de seus esforços, com a famosa palavra “ressignificar”, e o trabalho do psicanalista como sendo apenas um trabalho preliminar de construção e (des)construção de resistências, repressões e acesso ao sítio arqueológico que está sob os efeitos do recalque.