16/10/2025
Anestesia é um ofício silencioso.
O anestesista chega antes e sai depois, e quase sempre passa despercebido.
Mas, nos bastidores, há uma mente ligada 100% do tempo, mesmo quando parece estar tudo calmo. O maior inimigo do anestesista experiente não é a complicação rara, mas sim a repetição.
Quando você faz algo 100, 200, 500 vezes, começa a sentir que domina completamente. Só que essa falsa sensação de segurança é traiçoeira. E perigosa. Anestesiologia é uma arte perigosamente fácil.
E é aí que entra a famosa curva de Dunning-Kruger: No início, você acha que sabe tudo.
Depois, percebe que não sabe nada.
E só com o tempo (e muitos plantões nas costas) é que você aprende a respeitar a complexidade do que faz.
Não tem "caso fácil".
Não tem "anestesia tranquila".
Tem paciente. E todo paciente é o amor de alguém.
Aprendem também que medicina é muito menos sobre decorar fórmulas e muito mais sobre escutar, observar e se comunicar. (é muito mais soft skills do que hard skills).
Saber a dose do propofol é básico. Mas saber conversar com uma mãe antes de anestesiar seu filho: isso é arte.
E, por fim, uma das lições mais valiosas:
O bom anestesista não é o que faz tudo rápido.
É o que faz tudo certo. Sem pressa. Sem ruído. Sem ego.
No fim das contas, você percebe que o que realmente mantém o paciente seguro não é o capnógrafo, o ventilador ou o TOF.
É o seu senso crítico. E ele não pode (nunca) ser anestesiado.
Meu agradecimento a eles que fazem todo o diferencial nessa missão;
- Dr Francisco Baía | @…
- Dr Eduardo Freire | @…
- Dr Guilherme Bastos | @…
- Dr Geovanny Martins | @…
Com carinho,
Vitória Shaddai para equipe de Anestesistas Delta.